O texto a seguir não é uma homenagem nem nada desse tipo. São recordações.
Por: Renata Marques
Me lembro de quando recebi a notícia: Você vai ser tia! Fiquei animadíssima, afinal tinha 11 anos e nenhuma das minhas amigas eram tias. Isso me dava um certo status. Meu sobrinho Diego veio tirar o meu posto de “mais novinha” da família. Confesso que por vezes fiquei com ciúmes de toda a atenção dispensada àquele bebê tão fofinho (nasceu dia 16/07/87), mas até eu não conseguia me desgrudar dele que foi uma criança encantadora. Ser tia foi uma experiência marcante e eu não tinha a noção do envolvimento e dos laços que isso geraria. Me lembro de sua estranha posição de dormir (com o bum-bum para cima) e de fazer carinho entre suas sobrancelhas para que ele adormecesse. Também me lembro que gostava de pegá-lo assim que acordava já que ficava com preguicinha e dengoso. Se não me engano aos 2 anos foi para a escolinha. Desde aí já começaram a aparecer candidatas a namorada. Era muito lindo ver aquele menininho de mochila nas costas dizendo: eu estudo na escola ‘pimeiro degau’. Adorava comer brigadeiro (hábito este passado para sua irmã). Sempre foi um menino ativo mas muito sensível. Na época havia o programa infantil da Xuxa e ele chorava sempre que o programa terminava com uma musiquinha de despedida (era uma graça só). Se divertia ao ouvir uma música que dizia “Por que parou? Parou por quê?” Até tentava cantar a música ao seu jeito mas desde cedo mostrou que cantar não era seu forte. Aliás, era dono de uma desafinação totalmente herdada de sua mãe (desculpa aí Cris), mas como diz o poeta, no peito dos desafinados também bate um coração. Outro hit de sucesso na sua infância era de autoria da dupla de palhaços Atchim e Espirro, eu aproveitava para curtir também. Me recordo uma vez na casa da minha mãe que tinha um vaso de porcelana fina cheio de flores que ela gostava muito. E eu estava com ele no colo (devia ter alguns poucos meses), suas mãozinhas pegaram em uma das flores e eu não percebi. Quando vimos já era tarde demais, o vaso já estava espatifado no chão, molhando o tapete, mas ao menos a flor que estava em sua mão se salvou (acho que foi uma de suas primeiras travessuras) e eu claro fui a responsável pelo ocorrido. A bronca, e se não me engano a chinelada, sobrou para mim. Depois veio a fase super-herói. He man era seu preferido numa determinada época. O problema era a espada. Depois teve os Thunder Cats (e outra espada). Minhas canelas viviam com hematomas. Daí os heróis japoneses chegaram com seus golpes e chutes elaborados (Jaspion e Gogo five, acho eu), pobres canelas. Então o menino herói cresceu, e passou a se interessar por esportes. Futebol, natação, judô e vídeo game. Sim, podemos considerar vídeo game um esporte que exercita olhos, dedos e língua mordida. Quantas partidas importantíssimas jogadas no campo carecão da vila operária. Geralmente com minha irmã pagando o maior mico gritando na beira do campo quando alguém fazia falta no meu sobrinho. Um pouco mais crescido quis começar no surf. Até doei minha prancha de bodyboard mas, surf não era sua onda, ficou só na diversão da marola. Me lembro de ter ficado orgulhosa com sua participação no projeto botinho que teve até direito a formatura no Rio de Janeiro. Uma cena inesquecível foi quando sua irmã, Marilia, foi para a escola pela primeira vez aos 4 anos (se me lembro bem) e chorou muito. Diego já com 8 e experiente foi consolar a irmã. Deixou que ela se sentasse ao seu lado na sala de aula, deu uma beiradinha em sua própria cadeira. Daí ela parou de chorar e ficou quietinha. Achava engraçado a implicância que ele tinha com a Poppy (uma cachorrinha “gente boa” que meu cunhado tinha) e com todos os outros caninos que tem naquela casa. Não posso deixar de mencionar nossa viagem à Vila Velha, ES. Acho que ele tinha uns 9 ou 10 anos. Fomos eu, Cris, Marilia e uma amiga nossa. Viajamos de ônibus por 8 horas. Ficávamos mudando de poltrona e comendo biscoito. Teve um momento em que eu estava sentada ao lado do meu sobrinho. Acho que foi exatamente quando passávamos sobre a ponte Rio-Niterói. Ele estava animadíssimo por estar passando por essa ponte. Ele disse: Tia, me avisa quando chegar a ponte? E eu disse: Você vai saber. Depois que passou ele disse: Legal, né? Já posso dizer que passei na ponte Rio-Niterói. Daí tivemos uma conversa sobre viagem e ele disse que gostava muito de viajar e que queria viajar sempre. Na volta dessa viagem ele logo perguntou bem baixinho (era de noite): Tia, quando é que vamos viajar de novo? Depois disso fui morar no Rio e em outras cidades e nos víamos menos vezes. Mas acompanhei seu desenvolvimento por telefone e durante as férias e feriados. Fiquei sabendo o nome de cada namorada (as oficiais), os nomes dos amigos, as notas no colégio, os passeios e excursões. Por falar em colégio me lembrei que tenho uma cópia da redação que meu sobrinho escreveu e que ganhou um concurso. Minha irmã é ótima em atualizar a gente sobre sua família. O bom é que ela não é como eu, ela conta tudo em detalhes. Quando eu passeio ela me pergunta: E aí, como foi? Eu respondo: Foi legal. Já quando é ela a contar... E assim acompanhei e acompanho o dia a dia dessa família maravilhosa. Vibrei com seu primeiro emprego. Ri às gargalhadas quando ele deu 20 reais à irmã para comprar um presente de Natal para sua namorada na época e ainda pediu troco. Não ele não era mão de vaca, era econômico. Me empolguei com seu primeiro computador (até lhe ensinei alguma coisa), ele me deixava ganhar nos jogos. Seu guarda roupa estava sempre organizado e seu quarto sempre arrumadinho. Tinha essa virtude, coisa que não puxou da tia com certeza. Seus dentes, impecáveis, nunca souberam o que era uma cárie. Também tinha seus defeitos, mas no momento não consigo me lembrar deles. Tinha um sonho, ser cardiologista. Estudou bastante e conseguiu passar no vestibular e se matriculou na faculdade de medicina. Me alegrei com esse feito como se eu mesma fosse estudar. Isso não é tudo, mas é o que consegui digitar sem pensar muito em alguns minutos. Porque se eu for parar para lembrar, daí não vai ter espaço nesse blog. Tudo o que escrevi foi só para que fique registrado nesse mar de informações que é a internet algumas lembranças minhas do meu querido sobrinho Diego que sofreu um acidente fatal em 28/07/07, aos 20 anos. Não é tudo o que lembro, só uma pequena pincelada sem ordem cronológica e sem a preocupação de relatar algum fato em particular com precisão. Tenho outros sobrinhos também queridos e amados, numa outra oportunidade vou falar sobre eles. Só figuras. É muito bom ser tia de cada um deles. Estão todos sempre nas orações da minha família.
Queria poder digitar com a mesma rapidez com que me recordo das coisas.
Me lembro de quando recebi a notícia: Você vai ser tia! Fiquei animadíssima, afinal tinha 11 anos e nenhuma das minhas amigas eram tias. Isso me dava um certo status. Meu sobrinho Diego veio tirar o meu posto de “mais novinha” da família. Confesso que por vezes fiquei com ciúmes de toda a atenção dispensada àquele bebê tão fofinho (nasceu dia 16/07/87), mas até eu não conseguia me desgrudar dele que foi uma criança encantadora. Ser tia foi uma experiência marcante e eu não tinha a noção do envolvimento e dos laços que isso geraria. Me lembro de sua estranha posição de dormir (com o bum-bum para cima) e de fazer carinho entre suas sobrancelhas para que ele adormecesse. Também me lembro que gostava de pegá-lo assim que acordava já que ficava com preguicinha e dengoso. Se não me engano aos 2 anos foi para a escolinha. Desde aí já começaram a aparecer candidatas a namorada. Era muito lindo ver aquele menininho de mochila nas costas dizendo: eu estudo na escola ‘pimeiro degau’. Adorava comer brigadeiro (hábito este passado para sua irmã). Sempre foi um menino ativo mas muito sensível. Na época havia o programa infantil da Xuxa e ele chorava sempre que o programa terminava com uma musiquinha de despedida (era uma graça só). Se divertia ao ouvir uma música que dizia “Por que parou? Parou por quê?” Até tentava cantar a música ao seu jeito mas desde cedo mostrou que cantar não era seu forte. Aliás, era dono de uma desafinação totalmente herdada de sua mãe (desculpa aí Cris), mas como diz o poeta, no peito dos desafinados também bate um coração. Outro hit de sucesso na sua infância era de autoria da dupla de palhaços Atchim e Espirro, eu aproveitava para curtir também. Me recordo uma vez na casa da minha mãe que tinha um vaso de porcelana fina cheio de flores que ela gostava muito. E eu estava com ele no colo (devia ter alguns poucos meses), suas mãozinhas pegaram em uma das flores e eu não percebi. Quando vimos já era tarde demais, o vaso já estava espatifado no chão, molhando o tapete, mas ao menos a flor que estava em sua mão se salvou (acho que foi uma de suas primeiras travessuras) e eu claro fui a responsável pelo ocorrido. A bronca, e se não me engano a chinelada, sobrou para mim. Depois veio a fase super-herói. He man era seu preferido numa determinada época. O problema era a espada. Depois teve os Thunder Cats (e outra espada). Minhas canelas viviam com hematomas. Daí os heróis japoneses chegaram com seus golpes e chutes elaborados (Jaspion e Gogo five, acho eu), pobres canelas. Então o menino herói cresceu, e passou a se interessar por esportes. Futebol, natação, judô e vídeo game. Sim, podemos considerar vídeo game um esporte que exercita olhos, dedos e língua mordida. Quantas partidas importantíssimas jogadas no campo carecão da vila operária. Geralmente com minha irmã pagando o maior mico gritando na beira do campo quando alguém fazia falta no meu sobrinho. Um pouco mais crescido quis começar no surf. Até doei minha prancha de bodyboard mas, surf não era sua onda, ficou só na diversão da marola. Me lembro de ter ficado orgulhosa com sua participação no projeto botinho que teve até direito a formatura no Rio de Janeiro. Uma cena inesquecível foi quando sua irmã, Marilia, foi para a escola pela primeira vez aos 4 anos (se me lembro bem) e chorou muito. Diego já com 8 e experiente foi consolar a irmã. Deixou que ela se sentasse ao seu lado na sala de aula, deu uma beiradinha em sua própria cadeira. Daí ela parou de chorar e ficou quietinha. Achava engraçado a implicância que ele tinha com a Poppy (uma cachorrinha “gente boa” que meu cunhado tinha) e com todos os outros caninos que tem naquela casa. Não posso deixar de mencionar nossa viagem à Vila Velha, ES. Acho que ele tinha uns 9 ou 10 anos. Fomos eu, Cris, Marilia e uma amiga nossa. Viajamos de ônibus por 8 horas. Ficávamos mudando de poltrona e comendo biscoito. Teve um momento em que eu estava sentada ao lado do meu sobrinho. Acho que foi exatamente quando passávamos sobre a ponte Rio-Niterói. Ele estava animadíssimo por estar passando por essa ponte. Ele disse: Tia, me avisa quando chegar a ponte? E eu disse: Você vai saber. Depois que passou ele disse: Legal, né? Já posso dizer que passei na ponte Rio-Niterói. Daí tivemos uma conversa sobre viagem e ele disse que gostava muito de viajar e que queria viajar sempre. Na volta dessa viagem ele logo perguntou bem baixinho (era de noite): Tia, quando é que vamos viajar de novo? Depois disso fui morar no Rio e em outras cidades e nos víamos menos vezes. Mas acompanhei seu desenvolvimento por telefone e durante as férias e feriados. Fiquei sabendo o nome de cada namorada (as oficiais), os nomes dos amigos, as notas no colégio, os passeios e excursões. Por falar em colégio me lembrei que tenho uma cópia da redação que meu sobrinho escreveu e que ganhou um concurso. Minha irmã é ótima em atualizar a gente sobre sua família. O bom é que ela não é como eu, ela conta tudo em detalhes. Quando eu passeio ela me pergunta: E aí, como foi? Eu respondo: Foi legal. Já quando é ela a contar... E assim acompanhei e acompanho o dia a dia dessa família maravilhosa. Vibrei com seu primeiro emprego. Ri às gargalhadas quando ele deu 20 reais à irmã para comprar um presente de Natal para sua namorada na época e ainda pediu troco. Não ele não era mão de vaca, era econômico. Me empolguei com seu primeiro computador (até lhe ensinei alguma coisa), ele me deixava ganhar nos jogos. Seu guarda roupa estava sempre organizado e seu quarto sempre arrumadinho. Tinha essa virtude, coisa que não puxou da tia com certeza. Seus dentes, impecáveis, nunca souberam o que era uma cárie. Também tinha seus defeitos, mas no momento não consigo me lembrar deles. Tinha um sonho, ser cardiologista. Estudou bastante e conseguiu passar no vestibular e se matriculou na faculdade de medicina. Me alegrei com esse feito como se eu mesma fosse estudar. Isso não é tudo, mas é o que consegui digitar sem pensar muito em alguns minutos. Porque se eu for parar para lembrar, daí não vai ter espaço nesse blog. Tudo o que escrevi foi só para que fique registrado nesse mar de informações que é a internet algumas lembranças minhas do meu querido sobrinho Diego que sofreu um acidente fatal em 28/07/07, aos 20 anos. Não é tudo o que lembro, só uma pequena pincelada sem ordem cronológica e sem a preocupação de relatar algum fato em particular com precisão. Tenho outros sobrinhos também queridos e amados, numa outra oportunidade vou falar sobre eles. Só figuras. É muito bom ser tia de cada um deles. Estão todos sempre nas orações da minha família.
Queria poder digitar com a mesma rapidez com que me recordo das coisas.
6 comentários:
Alessandro Santos
Fiquei muito emocionado com o seu texto. Eu perdi um irmão querido, Alex, há uns dois anos e até hoje, acho que não passa um dia sem que eu lembre dele. Como é difícil viver com saudade, e quanto mais o tempo passa mais distate fica o momento passdo em que ele estava presente.
Como pode ser tão marcante a presença de uma pessoa, posto que há dois anos ela se faz ausente mas até hoje é relembrada em vários momentos.
Muito me emocionei com as suas palavras acerca de seu sobrinho, e assim como vc sentiu o dever, imposto pelo seu amor ao seu sobrinho, de registrar na internet as lembranças dele, assim também senti sobre mim o dever de te escrever, para que você fique confortada em saber que através desse mar de informações que é a "net" eu sei hoje que viveu um jovem, e vi seu rosto na foto que vc colocou, sei que estudou medicina e que partiu desse mundo, mas também sei que ele agora vive em seu coração.
Parabéns, seu objetivo foi atingido, ele é lembrado e conhecido por um estranho como eu, mas que você, Renata, me apresentou pela internet.
Deus te abençõe.
Pra finalizar, quero dizer que sou assíduo leitor deste blog e muito ele já me ajudou nas minhas pregações.
Apesar de estar longe, mas de tanto acessar e ver as fotos, e saber dos acontecimentos e ver a descrição das férias e tudo o mais sinto como se vocês fizessem parte da minha família!
Beijo pra todos vocês.
Por favor, se você ler este recado, me manda um aviso pro meu email: acs250574@gmail.com, e se puder visite meu perfil no orkut, e conheça tb um pouco mais sobre mim, minha esposa e minha filha.
Meu perfil no orkut: http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=6562392019139625025
Que o Senhor esteja:
a) à tua frente para te mostrar o caminho certo
b) à tua retaguarda para evitar que homens maus te armem ciladas
c) ao teu lado para te amparar quando caires
d) dentro de ti para te consolares quando estiveres triste
e) acima de ti para te abençoar
Assim te abençoe o Deus Pai, Filho e Espírito Santo
Que te envia agora para transformares o mundo em nome de Jesus
A Paz do SENHOR
Anônimo disse...
Irmã da Renata e mãe do Diego
Minha irmã fiquei muito emocionada ao ler sobre o nosso querido Diego.
Vc soube em poucas palavras fazer um histórico da vida dele.
Mesmo distante vc sempre foi uma tia participativa e muito querida por ele.
Teve passagens da vida dele que nem me lembrava mais e vc me fez relembrar.
Minha irmã, sempre fui uma mãe muito cuidadosa e zelosa e infelizmente não pude prever o que iria acontecer com ele naquele dia fatídico...por várias vezes o protegi de passar frio quando esquecia o agasalho, de tomar chuva quando teimava em não levar o guarda-chuva e inumeras vezes de não sentir fome pois sempre colocava um lanchinho escondido na mochila(ele reclamava ,mas no fundo adorava encontrar)...
Teve uma ocasião que foi acampar com os escoteiros e o chefe do grupo passou uma lista de coisas pra serem levadas e nem um item a mais deveria ser posto na mochila,mas na hora de conferir as mochilas o chefe achou uns bombons e um guarda-chuva na mochila do Diego e o perguntou ,porque ele havia posto aquilo ,e ele meio envergonhado disse:o senhor não conhece minha mãe.E naquele fim de semana do acampamento choveu e o chefe deixou que ele usasse o guarda-chuva e todos os meninos e inclusive o chefe comeram os bombons(fui perdoada).E tbm quando ele ia viajar sempre pedia pra que eu arrumasse sua mochila pois assim saberia que não lhe faltaria nada.A última vez que arrumei sua mochila foi um dia antes do acidente pois ele se preparava para ir morar no Rio perto da faculdade que ele iria começar,mas seus sonhos e os nossos foram interrompido...
Diego amor de nossas vidas...
Minha irmã talvez vc não saiba,mas nunca em dia nenhum me arrependi de alguma atitude que tomei para protege-lo.É uma pena não ter previsto e tê-lo segurado em casa naquele dia...me sinto até um pouco culpada visto que ao menos eu pedi para que não saísse naquela noite(eu deveria ter sido um pouco mais dura com ele para que me obedecesse)...
E eu ainda tenho uma pergunta que talvez ninguém vá me responder:Se Deus é justo então quem foi o juiz naquele dia?Quem julgou que era hora dele ir?Ele era um bom rapaz e tinha bons planos para ajudar o próximo e iria se formar em cardiologia.
Te agradeço minha irmã por toda atenção que vc tem me dado e por essas lembranças que vc deixou registrado (na net) dele.
Um forte abraço,da sua irmã que te ama!!!
Sou leitora eventual desse blog. Também perdi uma pessoa muito querida, ficamos sem chão. Minha fé em Deus é que me sustenta. Mas foi uma boa idéia compartilhar lembranças de alguém tão especial para você com outras pessoas. De repente os dias viram semanas, e as semanas viram meses e os meses,viram anos. O tempo passa e temos novas alegrias e tristezas também. Mas a pessoa que perdemos jamais é substituída ou esquecida, da mesma forma nosso amor não diminui, apenas aprendemos a viver com (e apesar de) sua ausência. Temos duas opções, ou desistimos ou lutamos. Eu escolhi lutar. Percebemos que não estamos sós nessa luta porque outras pessoas também têm o seu Diego, o seu Alex, a sua Carolina... que deixaram sua marca nesse mundo. Nos prendermos ao momento de sua partida seria desmerecer todo o tempo que estiveram conosco.
Força para todo nós.
Silvana Alves
Cheguei a esse blog através de minha amiga Silvana. Sou de São Paulo. Li esse texto na semana passada mas só agora tive tempo de deixar um comentário. Também perdi um filho por acidente há 9 anos. O que me chamou a atenção é que hoje meu filho Vítor teria 20 anos (21/06/87), idade desse belo rapaz nas fotos. Nem parece que já se passou tanto tempo. Minha lembrança do meu menino é a de uma criança saudável e alegre, que tinha muita energia. Foi um acidente de carro que o levou. O mesmo acidente poupou a minha vida a de meu outro filho, Pedro Júnior, hoje com 12 anos e deixou sérias sequelas em meu marido. Mas foi mais um acidente na imensa estatística da cidade de São Paulo. Nem saiu nos jornais, ou noticiário, ninguém comentou, só a família e os mais chegados é que souberam da nossa perda. Naquele tempo eu nem tinha acesso à internet como hoje. Não pude ir ao funeral de meu filho por estar internada na UTI. Mas graças a Deus meu filho mais novo não sofreu nenhum arranhão. Passados cerca de 3 meses consegui começar minha vida "normal". Mas não era tão normal assim, faltava uma parte de mim, como diz o título do post, faltava uma parte do meu coração. Na primeira vez que fui ao supermercado tive uma crise nervosa e chorei no corredor. Notei que havia no meu carrinho vários produtos que eu costumava comprar para o meu menino e aí minha ficha caiu, como se diz por aí. Desde então conheci muitas mães que por diversas causas também perderam seus filhos. Passado um ano daquela tragédia decidi continuar a vida em toda a sua plenitude. Três anos depois, após tratamento fui mãe outra vez. Tive os gêmeos Davi e Daniel. Não entendi o motivo pelo qual Deus levou meu Vítor, mas aceitei o fato.
Com relação ao comentário da "mãe do Diego" achei nuito bonito seus dizeres de mãe zelosa. E digo a ela que na minha opinião não houve nenhum julgamento com relação ao seu filho e à sua partida. Há um salmo na Bíblia que diz que nossos dias foram contados e escritos antes mesmo de cada um deles existir (Salmo 139 se não me engano) portanto os dias do meu filho foram apenas onze anos e o do seu 20 e o da filha da Silvana 4. Deus continua sendo justo.
Digo à Renata que ela devia ser uma tia muito amorosa e orgulhosa de seu sobrinho. Seus filhos são lindos. Não conhecia esse blog, vou passar por aqui mais vezes.
Cristiane M. Dutra
Olá,Renata !
Eu sou uma amiga da sua irmã e do seu cunhado,o meu nome é Genciana, inclusive foi a Cris que me informou de seu blogg, confesso que fiquei triste em conhecer seu blogg num momento tão difícil como este, li sua mensagem e fiquei também muito triste e emocionada com suas palavras,sei o que vocês estão passando,porque estou sempre muito próxima a sua irmã e confesso que estou também muito triste, e que no meu coração também falta uma parte,porque gosto muito da famila da sua irmã, que é tão querida e amada por suas amigas,infelizmente não conheci o Diego muito bem, mas conheci a mãe ,o pai, e a irmã do Diego e deles posso falar um pouco, são as pessoas mais legais e humanas que já conheci. E sei que o Diego era uma pessoa muito querida,e com certeza será lembrado por toda a eternidade por cada uma das pessoas que estiveram ao seu lado, Hoje vejo familias sendo destruídas pela falta de amor, mas esta família e um exemplo de união e amor. Quando olho para a minha querida amiga Cris, vejo uma menina sapeca, que esta destruída por dentro, por que o seu amado filho partiu tão rápido,deixando imensa saudades aos seus pais... vejo guerreiros que tentam esconder sua dor através de um sorriso e de um olhar, de lembranças... mas tenho certeza que Deus irá cuidar das feridas que está no coração desta familia que eu tanto gosto, e admiro... certa vez, eu li uma carta de uma mãe que também perdeu seu filho num acidente, e a carta muito me emocionou, e eu nunca mais esqueci suas palavras, ela dizia : - Senhor, quando tive o meu filho eu quase morri, andei no vale da morte e tanta dor senti, ao ver me que meu filho poderia partir sem mim,ou que eu poderia partir sem poder vê-lo crescer, nesta hora senhor, confesso que me curvei diante de ti e pedi humildimente que me desse o seu filho para mim poder criar, amar e educar... e assim foi... durante anos de minha vida... Deus me concedeu o direito de ser mãe e criar o seu filho, ou seja, o filho é de Deus ( é isso que todos nós somos, filhos de Deus), já no final da carta ela dizia: - ... É hoje senhor, me vejo aqui em sua presença e diante de ti me curvo novamente, com tanta dor que nem sei se vou resitir... para lhe entregar senhor o seu filho amado, que durante anos de minha vida foi o maior motivo da minha existência,e do meu amor... hoje senhor, compreendo que somos apenas instrumentos em suas mãos, e que nossos filhos, na relidade são seus filhos e nos estamos aqui apenas para aprimorar o dom de amar... e em suas mãos senhor, hoje entrego o nosso filho amado... achei muito bonito então queria deixar esta mensagem aqui, somos apenas intrumentos de Deus. li também num texto que o que nos separa de Deus e apena um pensamento...
quero deixar registrado que gosto demais da familia da sua irmã, e que todos os dias, eles estão em minhas orações e que serão eternizados em meu coração.
sempre que eu acesar a net, vou dar uma olhada em seu blogg, meus parabéns por sua mensagem você concerteza e uma irmã muito querida para a Cris e sua força muito importante para ela. um grande abraço, Genciana
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