17.9.06

Heróis E Celebridades

Não sei se você já notou que os heróis e vilões desapareceram. Um herói era aquele que encarnava o que as pessoas prezavam, que nos atraía ao ponto de querermos imitá-lo. Uma celebridade talvez queira também ser imitada, mas a base da emulação mudou. Uma celebridade em geral não encarna nada e costuma ser conhecida somente por ser conhecida. A fama, em nosso mundo de imagens e manipulação, pode ser manufacturada em cima de pouco ou nenhum respaldo de desempenho, mas não pode ser imitada como pode a virtude que o herói encarna. Daniel Boorstin escreve que:" O herói se distingue pelo seu feitio; a celebridade pela sua imagem ou marca. O herói se criou, a celebridade é criada pelos média. O herói era um grande homem; a celebridade é um grande nome". É a nossa cultura comercial que produz a celebridade, mas era a cultura moral que, na maioria das vezes, elevava o herói. À medida que as celebridades substituem os heróis, a imagem substitui o carácter, a cultura comercial substitui aquilo que é moral, e ficamos com um individualismo que, simplesmente, inflama-se de ilegalidade, porque o carácter moral não é seu interesse central. Para dizer a verdade, não é, em absoluto, um interesse. Ai que saudades do Superman; Homem-Aranha; Capitão-América; Flash Gordon; O Incrível Hulk; Tarzan; Buffalo Bill; e de tantos outros cavaleiros solitários do oeste americano que fizeram o nosso imaginário e em certa medida nos ajudaram a ser melhores, dependendo claro do personagem que encarnávamos: o herói ou vilão.(Adaptado)

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