25.8.05

Mudança

Estamos de abalada para outras paragens. Estamos alinhando a nossa vontade à vontade de nosso Deus. Passa Três é o nosso destino é a nossa casa é a nossa igreja. Será aqui, onde a minha filha certamente dará os primeiros passos. Novos desafios, missões importantes, esperam-nos num lugar aparentemente calmo, sem os dramas dos centros urbanos com suas distrações. Este blog encerra um ciclo nesta cidade de Angra dos Reis, para iniciar algo além de mim e de minhas frustações e pesadelos. Até lá. A Deus toda a Honra, Glória e Majestade.

23.8.05

Escolhas

"Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (1Sm 16:7).


Tenho pensado nestes últimos dias acerca das nossas escolhas e os critérios que nos levam a decidir por isto ou aquilo. Certamente a maneira como os nossos olhos enxergam podem influenciar as nossas apostas. Mas são os estereótipos que acumulamos ao longo de nossa existência que determina as nossas escolhas. Aparentemente, Davi sequer foi cogitado para confrontar o gigante, mas era ele que morava no coração de Deus, não Eliabe, alguém com características exteriores mais adequadas para o desafio. "A aparência engana", o coração não. Infelizmente hoje não se presta mais atenção ao interior das pessoas, não estamos muito interessados em ouvir as suas históricas dramáticas e felizes. Abrir o coração é dar chances ao outro de me conhecer e magoar. Preferimos a "aparência" as maquilhagens as frases "Ninguém tem nada a ver com isso..." ou "isso é problema meu". É por isso que muitas vezes escolhemos mal porque as nossas apostas são motivadas por um julgamento pré-concebido, onde o coração nunca é avaliado porque ao entrar no íntimo do outro entramos no nosso e não gostamos do que vemos. Preferimos jogar pelo seguro, mantendo um relacionamento à distância, que mais tarde vira frustação, dor ou despesa. Foi isso que aconteceu com o povo de Israel. Buscou na aparência um rei( Saul) e agora cometia o mesmo erro ao iludir-se com perfil de Eliabe. Olhar como Deus olha é ver a verdade das pessoas é ver a capacidade que elas têm de enfrentar gigantes.

Necessidades Profundas das Pessoas

O que realmente importa em nossa vida cristã?

As pessoas sofrem e esperam, praguejam e oram, vivem anos e anos sedentos de relacionamentos significativos, sem consciência de sua dor, de seu potencial, de seu vazio. O vazio de cada um faz-nos lembrar nosso próprio vazio, se bem que isso é doloroso, porque inevitavelmente nos expõe aos lugares escuros de nosso próprio mundo interior. A pergunta é o que vamos ser além dos nossos relacionamentos familiares e responsabilidades?
Somente quem descobriu nova vida em suas próprias profundezas pode tornar-se um ou uma obstetra espiritual, contribuindo para o nascimento de indivíduos. Há uma pergunta deveras importante. O que as pessoas sentem quando entram em contacto com a sua vida? Naturalmente reconhecemos que é não é fácil avivar relacionamentos e ao mesmo tempo participar dos dramas dos outros e ainda ter que enfrentar os nossos. Porém, cada um de nós é desafiado a tornar-se participante e contribuinte, e não um mero observador. Precisamos fazer parte desse movimento que é dinâmico, que dá novas respostas às necessidades das pessoas. Pessoas essas jogadas em nossas estradas modernas de Jericó. Pessoas despojadas de auto-estima e abatidas pelas crises e tragédias da vida. Igreja é isso.
Muitos factores diferentes podem travar o crescimento em direção ao alvo (alvo esse que não somos nós nem alguém semelhante a nós), a falta de um suprimento adequado de amor maduro na infância; uma crise traumática ou um série de crises (perda de um ente querido, divórcio,acidentes desemprego, doenças graves, catástrofe natural, guerra), a paralisia causada por conflitos interiores, ansiedades e as consequências acumuladas de um modo de vida irresponsável. Essas pessoas estão em busca de pão, mas só encontram pedras.
Que faremos? Talvez nos vejamos impotentes, ou pior, que isso não tem haver connosco.

22.8.05

Animados para Petrópolis

Às 7.00 horas todo o mundo estava ansioso em participar da festa dos 150 anos do congregacionalismo no Brasil.

Torcendo pelo mesmo Time

A IEC de Passa Três misturada à IEC Vila Ursulino.

Onde é a festa pessoal?

Um passeio fora dos planos. O estádio aqui, ainda estava longe.Os idosos sofreram,mas conseguiram chegar lá.Enfim, oganização a que já estamos habituados...

Finalmente no estádio.Ufa,ufa!

A nossa igreja fez a diferença.

Mancha vermelha

Mesmo ao longe não passámos despercebidos. Estávamos juntos e felizes, apesar da programação deixar a desejar.

Momento Hstórico

Recebendo a medalha dos 150 anos atribuída às 5 primeiras igrejas congregacionais no Brasil. A IEC de Passa Três é a terceira mais antiga.

Os verdadeiros Medalhados

Alguns membros da IEC de Passa Três, testemunhas e participantes da homenagem honrosa.

18.8.05

Partilhando as bênçãos

Deus tem nos agraciado.O carro já está sendo usado, não somente no serviço da igreja, mas nas idas ao médico com a nossa filha. A Deus toda a Honra, Glória e Majestade.

A Eleição Divina


A eleição ou predestinação é a missão resgate de Deus, pois Deus não deixou todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria que merecia. A doutrina da eleição não é uma filosofia cega. É construída, sustentada e revelada pela Palavra de Deus. Veja por exemplo Deuteronômio 7.6-9; Atos 13.48; Romanos 8.29,30; Efésios 1.4,5; 2 Tessalonicenses 2.13; 2 Timóteo 2.10; Tito 1.2, etc. Esta eleição, conforme dizem corretamente os teólogos calvinistas, é "incondicional", isto é, Deus elege independente de méritos, fé ou obras do indivíduo. E isto só é possível porque a eleição é um ato gracioso de Deus (Rm 11.5). Sendo assim, devemos compreender que a eleição divina nunca é uma questão de justiça. Portanto, erram aqueles que dizem que Deus seria injusto se escolhesse alguns e não todos para a salvação. A eleição é questão de graça.
Mas ninguém poderá entender a doutrina da eleição se não compreender adequadamente a doutrina do pecado. Porque "a pressuposição do eterno decreto divino da eleição é que a raça humana é caída; a eleição envolve o plano gracioso de Deus para o resgate" (Fred H. Klooster). Você acredita realmente que todos pecaram em Adão (cf. Rm 5.12) e que ninguém é merecedor da vida eterna? (cf. Rm 3.23). Se a sua resposta for afirmativa, então esteja certo de que nunca poderá entender a eleição como sendo injustiça. Deus teria sido perfeitamente justo se não elegesse ninguém (cf. Mt 20.14,15; Rm 9.14,15); no entanto, Ele quis, soberanamente, mostrar para alguns o Seu favor imerecido. Por isso, Paulo fala da "eleição da graça" (Rm 11.5). Na verdade, tudo que recebemos de bom é pura expressão da graça de Deus para conosco, como por exemplo, o arrependimento para a vida eterna (At 11.18), a salvação em Cristo (At 15.11; Ef 2.8,9) e o serviço cristão (1 Co 15.10; Ef 2.10).
Deus também não faz acepção de pessoas, porque Ele não escolhe uma pessoa e rejeita outra com base em circunstâncias externas como raça, nacionalidade, riquezas, poder, nobreza, etc. O fato de Deus não salvar todo mundo só confirma a tese de que Ele não é obrigado a salvar todo mundo. Graça não é dívida; é graça!
É importante esclarecer que a eleição divina não é a salvação; é para a salvação (2 Tm 2.13; 2 Tm 2.10). E entre ambas (eleição e salvação) está a evangelização, servindo de ponte para ligar duas partes inseparáveis (Rm 10.14-17; cf. At 18.9-11). Com isto aprendemos que não procede o falso conceito de que se uma pessoa é eleita, ela será salva independentemente de crer ou não em Cristo pelo evangelho. Pensar assim seria simplesmente um absurdo! Como também não procede a idéia de que esta doutrina da eleição "acomoda o crente para a evangelização". A eleição, conforme a Bíblia também ensina, é para serviço (cf. 2 Pe 1.10). "Serviço" aqui deve ser entendido no mais amplo sentido do termo: evangelização, ação social, etc; portanto, somente os desavisados acreditariam que a eleição acomoda o crente para a obra de Deus. Lendo 2 Timóteo 2.10, aprendemos que para Paulo a eleição incentivava a evangelização ("tudo suporto por causa dos eleitos", dizia) e garantia os bons resultados da evangelização ("para que também eles [como os demais crentes] obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com eterna glória"). Não é verdade que o apóstolo que mais defendeu a doutrina da predestinação foi um dos que mais trabalhou na obra de Deus? (1 Co 15.9,10).
Além da salvação e o serviço propriamente ditos, a eleição tem, ainda como finalidade, a santidade de vida (Ef 1.4). A eleição é "para sermos santos". Deste modo, também não tem coerência a objeção de que a eleição divina conduz à libertinagem. A vida que não se expressa em santidade é incompatível com a doutrina bíblica da eleição (cf. 2 Pe 1.3-11).

(site Monergismo)
Rev. Josivaldo de França Pereira - Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil (I.P.B.) em Santo André.

16.8.05

Morte e Glória de João Calvino

Na véspera do Natal de 1559, quando pregava na Igreja de São Pedro, abarrotada de gente, Calvino teve de forçar a voz. No dia seguinte, atacou-o uma tosse violenta e começou a escarrar sangue. O médico diagnosticou-lhe uma doença contra a qual ainda não existia nenhuma arma: a tuberculose. O enfermo tinha apenas cinqüenta anos, e o seu caso não teria sido desesperado se o seu organismo, atacado desde há muito tempo por muitos inimigos, desgastados pelo trabalho e pelas preocupações, não fosse na realidade, o de um velho precoce - o velho cuja máscara trazia. Despertados pelo novo abalo, todos os males que já lhe eram familiares lançaram-se ao ataque: pulmões, rins, intestinos, encéfalo e até os braços e as pernas. Dentro em breve, não houve uma única parte desse organismo que não fosse motivo e foco de dores terríveis.
Calvino suportaria essa provação durante cinco anos, com uma coragem física e uma firmeza admiráveis. Torturado pelas cólicas, pela febre e pela gota, nem por isso deixou de dar prosseguimento aos seus trabalhos, à sua correspondência, aos seus livros e mesmo à sua pregação, que no entanto lhe exigia um esforço sobre-humano. Nos dias em que não podia manter-se em pé, pregava sentado, e, se não conseguia andar, dois homens o levavam à igreja numa cadeira. Por vezes, as dores eram tão fortes que o ouviam murmurar, como numa prece a pedir a libertação: "Até quando, Senhor, até quando?"
Perante a morte que via aproximar-se, mostrou-se o que sempre fora: lúcido, firme e reservado. Nem uma só vez deixou transparecer temor ou fraqueza. Segundo um plano traçado com a sua lógica costumeira, fez o seu testamento e recebeu, uns após outros, os corpos constituídos da cidade, desde o Pequeno Conselho até os pastores. A estes, fez um longo e minucioso discurso, em que resumiu com fórmulas incisivas toda a sua obra, nesse tom de sincera humildade e tranqüilo orgulho que fazia parte do seu modo de ser. Convidou os seus colegas a mostrar~se firmes e vigilantes para com essa "nação perversa e má" que lhes estava confiada, e concluiu afirmando-lhes que não tivera outro desígnio sobre a terra senão ser-vir a glória de Deus. Parecia ter ditado ali o seu testamento espiritual.
No entanto, a morte concedeu-lhe um novo adiamento. Farel teve tempo de vir vê-lo pela última vez. E ele próprio, o moribundo - o seu aspecto era já o de um cadáver -, sabendo que, de acordo com a legislação eclesiástica por ele estabelecida, a reunião das "censuras" trimestrais recaía no dia 19 de maio, ordenou que o levassem até lá para participar pela última vez dessa fraternal acusação de culpas. Humildemente, foi o primeiro a sub­meter-se à censura e a deixar que lhe referissem os seus defeitos: Ira, teimosia, crueldade e orgulho". Depois, com a voz ofegante, cortada sem cessar por acessos de tosse, falou durante duas horas, prevenindo os seus ouvintes contra as más inclinações. A seguir, elevando-se aos grandes princípios, comentou apaixonadamente o Evangelho.
Foi esse o seu último ato público, e o esforço exigido deixou-o esgotado. No dia seguinte, sobreveio nova expectoração sangüínea. Não abandonou mais o leito e falava com dificuldade, exceto para murmurar as suas orações. Ouviam-no dizer várias vezes: "Senhor, tu me esmagas, mas para mim é suficiente que seja pela tua mão". Ninguém o viu entregar a alma ao Criador, calmamente, em 27 de maio de 1564, por volta das oito da noite. De acordo com a vontade que manifestara no testamento, envolveram-lhe o corpo num grosseiro pano cru e depositaram-no num caixão de pinho semelhante àqueles com que se enterravam os pobres. Sem discurso e sem cantos, foi conduzido por uma imensa multidão ao cemitério de Plainpalais. Não se erigiu nenhum monumento sobre o túmulo, nem mesmo uma cruz ou a menor pedra. Assim desejara ele regressar ao pó, no anonimato e no silêncio. E ninguém pode hoje indicar com certeza o lugar onde jaz João Calvino.
Poucos homens, no entanto, deixaram sobre a terra um rastro tão profundo. Quem poderá negar a sua grandeza? Semeou grandes idéias, realizou grandes coisas e determinou grandes acontecimentos. A história não teria sido tal como foi se ele não tivesse vivido, pensado e agido com a sua vontade implacável. Perto de cinqüenta milhões de cristãos seguem hoje os seus ensinamentos, dos quais quarenta e um entre os reformados e os presbiterianos, e cinco entre os congregacionalistas. Talvez não haja nenhum setor do protestantismo onde não se possa encontrar alguma moeda do seu tesouro. Mas reconheceria ele como seus herdeiros aqueles que fazem profissão de prolongar a sua mensagem e que, no entanto, na sua quase totalidade, abandonaram a tese a que ele se apegava mais do que à vida - a predestinação - e muitas vezes deixaram deslizar a sua mensagem de fogo para uma espécie de sentimentalismo igualitário e moralizador? Essa é uma outra questão. Não resta qualquer dúvida, porém, de que a sua influência foi determinante, até no desenvolvimento do capitalismo, da democracia e do socialismo... Calvino pertence incontestavelmente ao pequeníssimo grupo de mestres que, no decorrer dos séculos, moldaram com as suas mãos o destino do mundo.
Não é fácil julgar um homem de tal calibre; só o pode fazer Aquele que "sonda os rins e os corações". Por isso, as opiniões a seu respeito têm sido sempre contraditórias; Michelet exaltava sem medida a sua obra Iibertadora"; Renan via nele um banal ambicioso obstinado. Podemos fazer coro com os seus partidários e admirar o seu gênio, a sua acuidade na apreensão dos grandes problemas e o seu poder de síntese e organização. Podemos mesmo admitir essa espécie de sedução fria que, como todos os grandes espíritos, exerce sobre os que gostam das idéias longamente perscrutadas e perfeitamente expressas. E seria cometer uma enorme injustiça não reconhecer o seu ardente zelo por Deus, a sua paixão por conquistar almas, a seriedade trágica com que sempre encarou a sua vocação e o seu indefectível sentido do dever. Mas como podemos deixar de notar que faltaram a essa personalidade excepcional as duas virtudes essencialmente cristãs que deveria tê-la modelado? A humildade verdadeira, não só perante Deus, mas também perante os homens, essa humildade que um dia haveria de levar São Vicente de Paulo a lançar-se de joelhos aos pés de um transeunte que acabara de esbofeteá-lo; e a bondade verdadeira, que sabe amar os homens apesar da sua abjeção, por causa da sua abjeção, e que toda a falta sempre encontra propensa à misericórdia. Perfeito leitor do Evangelho, Calvino teria compreendido os seus dois mais belos preceitos? Que é preciso ser o último na extremidade da mesa e que é necessário amar os inimigos?...
As opiniões divergem também quanto ao seu papel histórico. "Calvino é o primeiro destruidor do protestantismo autêntico", diz um". "O calvinismo salvou o protestantismo", diz outro. As duas opiniões são simultaneamente verdadeiras. É verdade que Calvino empurrou o protestantismo para longe das suas bases e para fins que Lutero não desejara. Mas os rumos que o monge de Wittenberg queria tomar não desembocariam nos impasses da anarquia ou da submissão aos Estados? O protestantismo ficou a dever a Calvino a sua ordem, a sua fé comum, os seus quadros, os seus métodos, e também esse ar grave e respeitável, mais do que amável, que se lhe reconhece. Deveu-lhe um novo tipo de homem religioso.
Mas Calvino foi sobretudo o homem da ruptura decisiva, e é neste ponto, mais do que em qualquer outro, que um católico não pode deixar de sentir horror por ele. Muito mais do que Lutero, empenhou-se com uma espécie de rigor luciferino em levantar uma muralha intransponível, ou um abismo, entre a Igreja que lhe dera o batismo e aquela que ele queria "erigir". Que o seu papel, dialeticamente, tenha podido ser afinal de contas favorável aos desígnios da Providência - como o do seu predecessor -, e que o terrível raio com que ele feriu a cristandade tenha acabado por provocar nela o grande despertar, é uma verdade incontestável, mas nem por isso desculpa a sua falta. Depois dele, toda a esperança de recosturar os pedaços da Túnica inconsútil, tão horrivelmente dilacerada, se desfez durante séculos. Tal é, em última análise, o significado que se desprende desta vida humana e desta mensagem; tal foi o êxito de João Calvino.

Sobre o autor: Daniel-Rops, da Academia Francesa, autor católico-romano, escritor de "História da Igreja" em 10 Volumes. O excerto encontra-se no Volume IV, "A História da Renascença e da Reforma (1)", pgs. 419-422, Ed. Quadrante - 1996.

Fonte
www.monergismo.com
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15.8.05

Visões Distorcidas

"Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los" (Mt23:4).

Tenho pensado acerca da interpretação que fazemos do Texto Sagrado. Muitas vezes uma interpretação rodeada de conceitos meramente pessoais e dúbia. A coerência entre aquilo que sou e aquilo que penso pode estar bem longe da verdade do texto bíblico. Por isso, para procurarmos a verdade do texto, devemos saber em primeiro lugar lidar com os princípios de interpretação isto é, recorrer à disciplina de Hermenêutica. Além de gozar de um relacionamento correto com Deus, o princípio mais fundamental da interpretação bíblica consiste em colocar em prática o que fazemos inconscientemente todos os dias de nossa vida. A hermenêutica não é primariamente uma questão de aprender técnicas difíceis. O treino especializado tem o seu lugar, mas é, na verdade, bastante secundário. Poderíamos dizer que o que importa é aprender a "transpor" nossas rotinas interpretativas costumeiras para a nossa leitura da Bíblia. É justamente aí que começam nossos problemas. Existem histórias na Bíblia que podem nos confundir devido há nossa visão míope e "pré-conceituosa". Quando olhamos o texto de Oséias e ouvimos Deus mandar o próprio profeta tomar uma mulher prostituta e casar com ela e ter filhos, sabemos que: os caminhos de Deus e pensamentos estão bem acima de gestos morais e valores que consideramos imprescindíveis. Na verdade hoje muitos pastores têm dificuldade em aceitar a mulher prostituta e recebê-la como membro de sua comunidade. Jesus ao contrário não a condenou, disse-lhe o que ela tinha que fazer "vai e não peques mais". Esse conselho, hoje é substituído por regras e preceitos que escondem outras histórias. Tanto Oséias como a mulher prostituta e outros anónimos, carecem de amor , não de leis. O mundo que Deus amou necessita de pastores e líderes mais amorosos como também de profetas chamados por Deus. Profetas para hoje. Que no entender de Calvino nada mais são do que correctos interpretadores da Palavra de Deus.

Segurança Eterna

Não sei como algumas pessoas, as quais crêem que um Cristão pode cair da graça, conseguem ser felizes.(Charles H. Spurgeon)

12.8.05

A Contemplação do Belo


Precisamos voltar a reconhecer a harmonia e a grandeza da criação e da obra de Cristo e celebrar a beleza da presença de Deus na vida e na história.
Vivemos numa sociedade tecnológica que valoriza mais a ação e a funcionalidade do que a contemplação. Ao reverter estes valores, terminamos por exaltar a produtividade, dando ao homem a prerrogativa de ser ele o agente que fabrica a realidade a partir das ferramentas tecnológicas que possui. O meio e o fim são invertidos e a vida passa a ser medida pelo sucesso, desempenho e eficiência. Somos constantemente desafiados a ter vida, ministério, trabalho, família, lazer ou sexo com propósito – tudo muito pragmático e funcional. A quantidade de livros com as famosas receitas de “como” enchem nossas livrarias: “Como ter uma família saudável”, “Como obter o melhor de Deus” ou “Como desenvolver um ministério eficaz”, reduzindo a vida a esquemas produtivos. É a nova mentalidade tecnológica transformando as complexidades humanas e espirituais em pequenos defeitos que podem ser consertados com o uso correto de um bom manual e das ferramentas que ele sugere. A felicidade e a realização estão no resultado. A beleza está no produto final, e não no que é simplesmente belo. Uma das grandes perdas que temos sofrido com a alta tecnologia da sociedade pós-moderna e a obsessão pelo sucesso é a da percepção da beleza. Valorizamos cada vez mais a eficiência e cada vez menos a arte. Preferimos o fast food, e não mais saborear uma boa refeição. Substituímos o real e o natural pelo virtual e pelo plástico. Vivemos como um turista que leva nas viagens suas câmeras e filmadoras digitais para não perder tempo contemplando a beleza da arte ou da criação. A aparência nos impressiona mais do que a realidade. Dentro de nossas igrejas, o efeito da mentalidade tecnológica é sutil e devastador. Imaginamos que se temos uma boa liturgia, boa música e coreografia, teremos um bom louvor e uma boa adoração. Se temos um programa eficiente, teremos um bom e fiel ministério. Se temos um bom sistema de integração de visitantes, teremos uma boa comunhão. A tecnologia nos afasta do belo e o reduz a um programa que nos ilude e nos leva a pensar que a beleza está na eficiência do produto e não mais no olhar, no gesto de fé e coragem, na criatividade ou num simples sorriso. A incapacidade de perceber a beleza é um dos sinais mais evidentes de que temos perdido nossa relação pessoal com Deus. Falamos mais sobre a utilidade da obra da cruz e menos da beleza do crucificado. Somos mais atraídos pela funcionalidade da igreja e por suas atividades do que pela beleza da comunhão de amor e amizade entre os santos. Somos cada vez mais seduzidos pelos encantos de uma vida bem sucedida do que pela beleza da santidade. No entanto, a alma humana anseia pelo que é belo. Anseia pela harmonia da criação, pela nobreza da vida em comunhão, pela pureza do amor, pela glória da ressurreição, pelas realidades não visíveis. É a beleza que sustenta o coração em meio à dor e ao desespero. Santo Agostinho fez esta pergunta: “Podemos amar outra coisa senão a beleza?” Quando olhamos para a lista que o apóstolo Paulo nos apresenta das obras da carne, vemos ali um conjunto assimétrico, sem harmonia e beleza. São expressões que descrevem as formas mais bizarras de egoísmo, exploração, mutilação e destruição. Mas quando ele abre a lista do fruto do Espírito, vemos uma relação simétrica, harmoniosa e bela que nos atrai para Deus e o próximo. As “bem aventuranças” também são belas pela sua harmonia. A cultura moderna valoriza mais as obras da carne como expressões de realização e liberdade, do que o fruto do Espírito. Isso revela o grau de alienação em que vivemos. O livro do Cântico dos Cânticos é um convite à contemplação da beleza e da harmonia: “Como você é linda, minha querida! Ah, como é linda!”; ou “Como você é belo, meu amado! Ah, como é encantador!” A beleza contemplada em Cantares não é apenas estética. Ali, o belo é a harmonia de tudo o que existe dentro e fora, e de tudo o que envolve Deus e sua criação. O belo existe para ser contemplado. Não é sua utilidade ou propósito que nos atrai, mas sua beleza e harmonia. Ele pode até ser útil, mas não é isso que nos fascina. O belo não precisa ser útil para ser belo. O salmista nos convida para “adorar a Deus na beleza da sua santidade”. O ser Santo de Deus nos atrai porque revela a harmonia de todos os seus atributos (amor, justiça, misericórdia, bondade, poder etc) e a harmonia em toda a sua criação – “Viu Deus que tudo era muito bom”, conforme o Gênesis. Santo Agostinho em suas confissões, diz: “Que amo eu, quando vos amo? Não amo a formosura corporal, nem a glória temporal, nem a claridade da luz, tão meiga destes meus olhos, nem as doces melodias das canções de todo o gênero, nem o suave cheiro das flores, dos perfumes ou dos aromas, nem o maná ou o mel, nem os membros tão flexíveis aos abraços da carne. Nada disso amo, quando amo meu Deus. E contudo, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento e um abraço, quando amo meu Deus; brilha para a minha alma uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não arrebata, onde se exala um perfume que o vento não esparge, onde se saboreia uma comida que a sofreguidão não diminui, onde se sente um contato que a saciedade não desfaz. Eis o que amo, quando amo meu Deus”. Para Agostinho, seu encontro com Deus trouxe de volta a harmonia e a beleza. Para ele, amar a Deus envolve, entre outras coisas, romper com o caos, recuperar os sentidos, olhar em volta e perceber a graça e a bondade de Deus na luz do sol, na escuridão da noite, na ingenuidade infantil e nas tribulações da vida. Precisamos recuperar a contemplação e o belo numa cultura pragmática e fortemente determinada pelas forças do mercado. Precisamos resistir à pressão pela produtividade. Precisamos voltar a entrar na igreja simplesmente para adorar a Deus na beleza de sua santidade e reconhecer: “Que magníficas são, Senhor, as tuas obras! Quão profundos são os teus pensamentos!” Precisamos voltar a reconhecer a harmonia e a grandeza da criação e da obra de Cristo e celebrar a beleza da presença de Deus na vida e na história, para que a oração recupere seu significado.
Ricardo Barbosa de Souza é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia.

Predestinação:a Doutrina Esquecida

Eu pergunto se é possível que preguemos todo o conselho de Deus, a menos que a predestinação com toda a sua solenidade e certeza seja continuamente declarada.(Charles H. Spurgeon)

11.8.05

Mercado da Fé


Todos nós sabemos que o mundo gira em torno do lucro. Que o mundo sobrevive centralizado em mercados. Que são as grandes empresas com forte investimento na publicidade que determinam o consumo de produtos cujo as marcas e rótulos provocam a euforia e a ânsia de ter. Nestes últimos tempos, reacende-se o humanismo materialista, o qual tem invadido a Igreja promovendo a oferta de produtos retóricos: teorias de prosperidade material ao invés de salvação eterna; saúde; realização profissional e afectiva. Foram criadas terapias do amor, de cura e libertações para todo o tipo de males. O mercado está aberto.
A soberania humana ao invés da divina tem tornado o homem uma espécie de empresário de Deus, para programar Suas actividades, marcando-lhe dia e hora para a realização de tal ou qual milagre e muita gente vai na onda. Calvino disse:"O mundo preferiu, e sempre prefirará, as especulações que apresentam engenhosidade, à sólida doutrina". Assim, a busca pelo o extrordinário, o dinâmico o emocional assume destaque na agenda evangélica de nossos dias, as pessoas querem e exigem sentir-se bem e distraídas. Deus tornou-se um bom negócio, os vendedores abundam procurando estratégias para cativar seus clientes."Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus." (2.Co2.17)
Para aqueles que pregam, cujo o interesse é chamar os eleitos a ouvir a pregação da palavra, proclamando a verdade e testemunhando essas verdades, o mercado está em baixa. Estes tipos que começam a serem raros são vistos com desconfiança, não fazem parte do mercado são antiquados, tradicionais, ortodoxos, puritanos, termos usados negativamente com o objectivo subtil de eliminar a concorrência. Resta a estes que ainda não foram seduzidos pelo o mercado pedir a Deus coragem e determinação, sabedoria, discernimento e acima de tudo fidelidade à Palavra de Deus. No dizer de Paulo parece que Deus nos colocou em último lugar, nos esforçamos e nada acontece, considerados muitas vezes insignificantes e descartáveis. Um certo cristão afirmou uma vez:"Quando eu nasci, todos riam, enquanto eu chorava. No dia da minha morte, dar-se-á o contrário, pois todos chorarão, e eu sorrirei".Afinal o drama acaba bem.Glória e Honra e Toda Adoração seja dada somente a TI SENHOR DEUS.

8.8.05






Porque Abandonei o "Poder" das Igrejas Pentecostais


Definitivamente abandonei o “poder” pentecostal porque todos os pentecostais são ensinados a buscar, clamar e reivindicar um “poder” que de maneira alguma é o poder de Deus. Ao contrário, é um “poder” vazio e sem resultados. Um “poder” que mexe somente com as emoções daqueles que são mais sensíveis e fracos, sem mexer com o mais fundamental: as suas vidas. Por toda a Escritura e durante toda a história cristã dos verdadeiros reavivamentos (como o dos tempos de Jonathan Edwards, George Whitefield, John Wesley, Spurgeon, etc) sempre o resultado desses derramamentos de poder (genuíno) foi o arrependimento dos pecados e uma volta à Palavra de Deus. Curiosamente a geração que hoje reivindica passar por avivamento é uma geração apóstata, uma das gerações mais ignorantes acerca das Escrituras que já existiu; uma geração de “crentes” legalistas, facciosos, trambiqueiros, fariseus e sem uma vida piedosa. Como o Dr. Russell Shedd disse: “Somos 25 milhões de evangélicos no Brasil. Onde está o poder dessa multidão?” A resposta é clara: o Brasil ainda não passou por um verdadeiro avivamento, mas tem passado por diversos movimentos de emocionalismo e falsificações. Rejeito o “poder” pentecostal porque ele carece de provas de genuinidade, não passando pelo crivo da experiência (pois não gera transformações), muito menos no das Escrituras. Em que os crentes pentecostais são melhores do que os ditos tradicionais? São as suas vidas mais piedosas? São mais consagrados? Pelo contrário, se fôssemos fazer comparações (e este não é o nosso objetivo), teríamos razões para crer no exato oposto, porque o maior índice de casos de adultérios e roubos são encontrados nas igrejas pentecostais e neo-pentecostais.
O mais interessante é que, visto que os sinais característicos de um verdadeiro avivamento estão ausentes das igrejas pentecostais, elas têm inventado substitutos para estes. Ao invés de arrependimento, vemos “línguas” (realmente estranhas!) por todos os lados. Ao invés de vida piedosa, vemos pessoas caindo no chão por um “poder” ainda mais estranho. Ao invés de uma volta à Palavra, vemos uma busca desenfreada por “novas revelações” e profecias mentirosas. Ao invés de amor, vemos divisão e facção (geralmente estas igrejas se consideram a mais santa de todas, ou melhor, a única!). Os contrastes alarmantes poderiam ser multiplicados ad infinitum.
O mais interessante é quando pessoas que dizem crer nas doutrinas da graças, ou seja, na salvação exclusivamente pela graça, começam a crer e propagar esse “poder”. Pessoas que dizem crer numa salvação pela graça, mas num reavivamento pelas obras. Pessoas que seguem o ensino de Calvino e seus seguidores na sotereologia, mas o de Pelágio, Finney e companhia no reavivamento. Ora, se tais manifestações ocorrem somente nestes recintos, eles são merecedores delas? Se nas igrejas reformadas (que sem dúvida são as mais fiéis no ensino da Palavra de Deus) não se manifesta tal “poder”, porque deveria ele se manifestar naquelas que mais e mais se distanciam da verdade? A resposta só poder ser: ou esse “poder” é meramente emocional ou ele é diabólico. Todas as bênçãos espirituais foram adquiridas por Cristo para TODOS que fazem parte do Seu povo. Paulo diz que Deus “nos abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo” (Efésios 1:3). Dizer que alguns crentes não desfrutam das bênçãos que Cristo adquiriu ou que não desfrutam do “melhor da graça”, é simplesmente dizer que eles não são crentes!
E por último, e não menos importante, deixei o “poder” pentecostal porque ele é um “poder” dissociado da Palavra. Um “poder” que se manifesta justamente naquelas igrejas que não são totalmente fiéis às Escrituras e onde a pregação da Palavra está longe de ter um lugar proeminente. O poder que eu quero é o poder que nos transforma, que nos santifica e ajuda a viver mais perto de Deus. Não quero ter meus sentimentos estimulados, mas sim a minha vida transformada dia a dia pelo poder da Palavra de Deus, aplicada pelo Espírito Santo. E o poder santificador reside justamente na Palavra de Deus e não nas artimanhas dos homens. Jesus orou: “santifica-os na verdade” (João 17:17). É a verdade que nos santifica e não os gritos, berros e “corridas” na igreja. Foi para isso que fomos chamados, para viver inteira e exclusivamente para Deus. Como bem expressa o Catecismo de Westminster: “o dever do homem é amar a Deus e glorificá-lo para sempre”. E não é emocionalismo que gerará isso, mas sim a pregação simples e pura da Palavra de Deus, na dependência do Espírito Santo.

Cuiabá-MT, 17 de Maio de 2004.
Felipe Sabino de Araújo Neto
Ex-membro da Assembléia de Deus (por motivos óbvios).

5.8.05

Cheguei! Eu sou a Sofia Maria

2/8/2005

Eu e a minha mamãe

A minha mãezinha está muito cansada...

Estou nas setes quintas

Nasci com 39 semanas, 3,205 kg e 48 cm.

Deixem-me sonhar!

Bolas, bolas, está um calor...

Hum! Que bom!

É muito bom estar junto da minha mamãe.

Cadê meu papai?

Será que meu pai é muito tímido?

Estou farta de estar aqui.

Papai, leva-me para casa.Quero conhecer todo o mundo. Os meus avós daqui e de Portugal, tios e primos. Tem também um cachorro, não é?

3.8.05

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