30.11.10

Solidão Pós - Moderna

O Século XXI é mutante. Isso não chega a ser novidade, se pensarmos que o homem sempre esteve, digamos, evoluindo. A ciência e a tecnologia estão aí, dando saltos imensos, em frentes que vão da microbiologia e seus transgênicos à busca do deslindamento da história do universo, através das lentes de poderosos telescópios.Somos mutantes, no entanto, no sentido de que nossa humanidade se perde nessas mudanças. Elas são em número e velocidade acima de nossa capacidade de absorção. Alienação passa a ser um antiácido a ser ingerido juntamente com a salada de frutas de informação que temos que deglutir todo dia.Nossa desumanização começa, por exemplo, quando abrimos mão da casa paterna para tentar a vida em uma outra cidade ou país — e nunca mais voltamos. Nossos pais ficam sem netos e nossos filhos sem avós e tios. E nossa história, nossos valores, ideais, referenciais e heróis; nosso patrimônio simbólico, enfim, se perde na distância.Longe da família e da igreja de origem, buscamos formar uma nova família. Uma família plasmada na correria da vida, na superficialidade, na sensualidade e na urgência oriunda de uma crescente carência afetiva. Tentamos reter na memória a nossa velha humanidade, mas já não nos sentimos à vontade abrindo o coração, falando do mundo interior, de sonhos, de ideais, de projetos de vida que, eventualmente, possam ser vividos a dois. "Ficamos" até onde for possível.No ambiente de trabalho, as relações são cordiais o suficiente para esconder a luta encarniçada estabelecida pela competição: somente os mais adaptados sobrevivem. Os encontros, festas, almoços e jantares de negócio são o que resta dos laços cálidos e duradouros dos companheiros da infância.Para sobreviver nesse ambiente hostil e exigente, pai e mãe precisam trabalhar. Para serem alguém, algo mais que simples "mão-de-obra", precisam de toda a energia disponível para tocar uma carreira de sucesso. Precisam vencer na vida. E essa vitória não comporta filhos. Pelo menos não do jeito antigo: filhos para serem amados em um convívio extenso e intenso. Agora eles são "curtidos" nos finais de semana em que não estejamos viajando a serviço. Durante a semana, terão uma boa educação numa creche ou numa escola de tempo integral. Desmamados cedo, eles aprendem a ser independentes.Quando o divórcio vem (a carreira pode exigir), eles passam a viver ora com o pai, ora com a mãe — e com seus meio-irmãos, oriundos do novo casamento do pai e da mãe.Não tenhamos pena desses nossos filhos. Eles se adaptarão. Sobreviverão e serão parecidos conosco. Não, serão melhores. Serão mais fortes e resistentes às distâncias, indiferenças e separações. Serão adaptados a um mundo onde não se olha para dentro, para a alma; aprenderão a ligar a televisão para não ouvir o silêncio; aprenderão a se ligar às pessoas sem chegar perto; aprenderão a confiar desconfiando e a não esperar misericórdia; aprenderão a fazer amor sem amar; aprenderão a viver no Século XXI. São mutantes.Alguns deles, um dia, numa praça, numa esquina, ouvirão dizer que "Cristo salva". E pensarão: "não estou morrendo". Outros, no entanto, compreenderão que nEle lhes é possível uma nova e antiga humanidade — a humanidade original, na qual o colo do pai, da mãe, de tios e avós lhes é restaurado no mistério da igreja; no milagre da regeneração de seu próprio interior. Salvação. Nossos filhos mutantes, perdidos e órfãos ouvirão: "assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus" (Ef 2, 19)— e crerão.

Rubem Amorese.

6.11.10

Os dias de outono


Curtindo um DVD 
Na hora de ir dormir há sempre um tempinho para as conversas e oração 
Pic nic improvisado no jardim cheio de folhas e vento, muito vento para a alegria deles que gostam de correr

Tudo bem light: frango, batata frita, pão, queijo, lombo e refrigerante. Ah sim e tinha peras também. 


Essa não largava o osso. 
A clássica foto em família 
Emburradinha 
Um longo passeio à pé 

Um dos filhotes da Luna 
Aqui já mais simpática!

Reflexão Em Primeiro Grau

Deus está nos amando a mim e a você - nesse exacto momento, assim como somos e não como deveríamos ser. O maior problema do ser humano é não saber amar - não se ama, não ama incondicionalmente outros e a Deus. A auto-aceitação e lidar com nossos defeitos de forma a não cometermos desvaneios é por assim dizer, o caminho para a auto-estima e consideração por outras pessoas. Quando chegamos neste ponto, percebemos que nossas vidas estavam sendo tocadas por um Amor radical e imensurável, que não o poderíamos suportar plenamente, a não ser que nos amemos como somos e como os outros são. Quando Jesus Cristo se revela através do evangelho, o qual é activo e fecundo, ele pede uma resposta espontânea. Como podemos alcançar esse ponto? O reino de Deus está dentro de nós. Tudo o que precisamos é desacelerar o tempo humano e tirar um tempo para ouvir - Deus está lá todo o tempo. Primeiro, aceitar o amor misericordioso do Deus redentor que rompeu a barreira da culpa e da auto-depreciação. Segundo, morrer para si mesmo é necessário a fim de viver para Deus. Uma crucificação do ego é requerida. Por outro lado, o Evangelho exige de nós honestidade dolorosa. Nada mais do que isto: devemos ser sinceros.
"A ousada metáfora de Jesus como noivo faz supor que Deus busca mais que um relacionamento íntimo conosco." Brennan Manning

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