29.9.06

Moribundos (sem saber)

A corrupção da cultura de nossos dias não é um problema das elites. De facto ela encontra-se entre os académicos pós-modernos na sua preocupação em derrubar todo sentido e princípio moral, assim como podemos encontrar nas gangues, roqueiros, mercadores de pornografia, nos programas e entrevistas de televisão. O mais marcante é que essa corrupção é generalizada. Não se situa neste ou naquele recanto de depravação, mas se alastra como densa neblina por toda a sociedade. É espalhada até mesmo por aquelas pessoas que são vazias, comuns, maçantes, pouco inteligentes..."Para onde quer que se olhe ", escreve Robert Bork, " as virtudes tradicionais desta cultura estão sendo perdidas, seus vícios multiplicados, seus valores depreciados - em resumo, a própria cultura está se desfazendo". Parece-me que esse diagnóstico não é somente para o povo americano. Todos nós cristãos devemos estar esclarecidos que não só a América, mas o mundo está descambando para o abismo num "declínio moral". Já ninguém tem mais vergonha de nada. As instituições perderam sua autoridade e referência porque dentro delas faz morada o mesmo vírus que habita as ruas e becos desta sociedade. O que se passa aqui no Brasil é um grande exemplo desta tragédia. Um mal que pressiona a Igreja de Cristo infiltrando-se nas frestas e brechas de suas paredes e seus corações de carne.
O vírus do individualismo penetra através de conceitos como o deste cego futuro "guia de cegos" - "A liberdade de nossos dias", declarou um orador de turma em Harvard, "é a liberdade de nos devotarmos a quaisquer valores que nos agradem, com a mera condição de não acreditarmos que sejam verdadeiros". O Jogo do Monopólio , criado com sucesso pela Parker Brothers e muito popular em minha adolescência, constitui realmente uma metáfora do Nosso Tempo. Eis aí as leis inexoráveis do mercado, que são, como observa Bellah, "absolutas mas amorais", eis aí a calosidade impiedosa e a imprevisibilidade, porque no final há apenas um sobrevivente.Não existe compaixão pelos que estão prestes a perder tudo, não há espaço para ninguém a não ser a própria pessoa. Não há remorso. É a lei do mercado - é a vida moderna.
O Imperador Amarelo, vagueando, perdeu sua pérola cor-da-noite.
Mandou a ciência procurar a pérola, mas em vão.

Mandou a análise procurá-la, em vão.
Mandou a lógica, em vão.

Depois interrogou o nada e o nada a possuía!
Disse o Imperador Amarelo:’ Estranho, deveras. O nada que não foi enviado,
Que não se esforçou por achá-la,
É que possuía a pérola cor-da-noite!’”


Chuang Tzu

25.9.06

Rodopios pós-modernos e suas conseqüências II

Hoje ouvimos afirmações epistemológicas casuais que chocariam tanto filósofos clássicos como modernistas. “Isso pode ser verdade para você”, diz alguém discutindo acerca de religião, “mas para mim não é verdade”, “cada um tem direito à sua opinião”, “dá licença”. A idéia aceita é que todas as pessoas estão enclausuradas, trancadas, cada uma em sua realidade virtual particular. Visto não existirem critérios objectivos para a verdade que se apliquem a todos, as tentativas de fazer alguém mudar e acreditar em outra coisa são interpretadas como actos opressivos de poder: “Você não tem direito de obrigar outra pessoa a acreditar naquilo que você acredita”.

A linguagem do consentimento racional é trocada pela linguagem estética. Em vez de dizer: “Eu concordo com aquilo que aquela igreja ensina”, as pessoas dizem: “Eu gosto daquela igreja”. Em lugar de dizer: “Creio em Jesus” as pessoas dizem: “Gosto de Jesus”. É claro que geralmente não “gostam” dos ensinos bíblicos sobre o pecado, o inferno e o juízo final. Não acreditam naquilo de que não gostam. A verdade dá lugar ao prazer; o intelecto é substituído pela vontade.

Quando as pessoas excluem a verdade, baseando a sua fé naquilo que apreciam e naquilo que desejam, podem crer em qualquer coisa, literalmente. É por isso que as pessoas de posses, instruídas são tão abertas aos tele-socorros de psiquismo, às consultas com bola de cristal, aos intermediários de alienígenas do espaço e aos gurus da Nova Era que parecem obviamente fraudulentos. Como alguém poderia crer em tais coisas? A resposta é claro, é que a verdade não tem nada a ver com crenças religiosas pós-modernistas. Os devotos dizem frases como: “O Maharishi é demais”. Ou, “Acho bárbaro o Budismo”. Ou, “A Cientologia realmente me ajuda a entrar em contacto com meus sentimentos”.

Os pós-modernistas têm a tendência a ser sincretistas, juntando elementos de religiões diversas ou sistemas de fé que acham simpáticos, desprezando o facto de que podem ser racionalmente incompatíveis. A mente pós-modernista costuma ser subdividida em compartimentos que pode manter duas idéias mutuamente exclusivas ao mesmo tempo. Não existem factos, somente interpretações. Por mais clara que seja a prova, ela pode ser desfeita com uma explicação, e a pessoa fica livre para aceitar qualquer interpretação que lhe seja mais agradável. Como poderá a Igreja proclamar sua mensagem quando a própria verdade é descartada como irrelevante? Qual a maneira de fazer com que os relativistas prestem atenção às verdades da Palavra de Deus?
Resenha apresentada por Daniel Marques da Silva, sobre os tempos pós-modernos do livro REFORMA HOJE de vários escritores e pastores da tradição calvinista

24.9.06

Não Desperdice Seu Câncer

PorJohn Piper,16 de Fevereiro de 2006

Estou escrevendo estas palavras na véspera da cirurgia do câncer na minha próstata. Creio no poder de Deus para curar — por meio de um milagre e da medicina. Sei que é certo e bom orar pelos dois tipos de cura. O câncer não é desperdiçado ao ser curado por Deus. Ele recebe a glória — e isto porque o câncer existe. Então, não orar pela cura pode desperdiçar seu câncer. Mas a cura não é o plano de Deus para todos. E existem muitas outras formas de desperdiçar seu câncer. Estou orando por mim e por você, para que não desperdicemos esta dor .
1. Você desperdiçará seu câncer caso não creia que isto foi planejado por DeusNão diga que Deus apenas usa nosso câncer, mas que não o planeja. O que Deus permite, ele o faz por uma razão. E está razão é sua vontade. Se Deus prevê desenvolvimentos moleculares tornando-se cancerígenos , ele pode deter isto ou não. Se não, ele tem um propósito. Por ser infinitamente sábio, é correto chamar este propósito de plano. Satanás é real e causa muitos prazeres e dores. Mas ele não é a causa última . Assim , quando ele atacou Jó com úlceras (Jó 2:7), Jó atribuiu-as a Deus (2:10), e o escritor inspirado concorda: “e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado” (Jó 42:11). Se você não crê que seu câncer lhe foi planejado por Deus, você o desperdiçará.
2. Você desperdiçará seu câncer caso creia que ele é uma maldição , e não uma bênção“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” ( Romanos 8:1). “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós ” (Gálatas 3:13). “Contra Jacó, pois, não há encantamento , nem adivinhação contra Israel” ( Números 23:23). “Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.” (Salmos 84:11)
3. Você desperdiçará seu câncer caso procure conforto em suas chances em vez de procurá-lo em DeusO plano de Deus em relação ao seu câncer não é treiná-lo no cálculo de chances racionalista e humano . O mundo consegue conforto em estatísticas . Os cristãos não . Alguns contam seus carros (porcentagens de sobrevivência) e outros contam seus cavalos (efeitos colaterais do tratamento), mas nós confiamos no nome do Senhor, nosso Deus (Salmos 20:7). O plano de Deus é claro em 2Coríntios 1:9: “portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte , para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos”. O objetivo de Deus relativo ao seu câncer (entre várias outras coisas boas) é derrotar a autoconfiança em nosso coração para podermos descansar completamente nele.
4. Você desperdiçará seu câncer caso se recuse a pensar na morteTodos nós morreremos caso Jesus não retorne em nossos dias. Não pensar sobre como seria deixar esta vida e encontrar Deus é tolice . Eclesiastes 7:2 diz: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete ; porque naquela se vê o fim de todos os homens , e os vivos o aplicam ao seu coração”. Como você pode aplicar esta verdade a seu coração se não pensa nela? Salmos 90:12 diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios”. Contar seus dias significa pensar sobre quão poucos eles são e que terminarão. Como você conseguirá um coração sábio se você se recusa a pensar nisto? Que desperdício , caso não pensemos sobre a morte.
5. Você desperdiçará seu câncer caso pense que “vencê-lo” significa sobreviver e não aproximar-se de Cristo .Os planos de Deus e os planos de Satanás para seu câncer não são os mesmos. Satanás deseja destruir seu amor por Cristo. Deus planeja aprofundá-lo. O câncer não vencerá se você morrer, apenas se falhar em aproximar-se de Cristo. O plano de Deus é privá-lo do alimento do mundo e satisfazê-lo com a suficiência de Cristo. Isto tem o objetivo de ajudá-lo a dizer e a sentir: “tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. E saber, portanto, que “o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 3:8; 1:21).
6. Você desperdiçará seu câncer caso gaste muito tempo lendo sobre o câncer e não o suficiente a respeito de DeusNão é errado ler sobre o câncer . Ignorância não é virtude. Mas, o desejo de saber mais e mais, e a falta de zelo pelo conhecimento contínuo de Deus é sintomático no incrédulo . O objetivo do câncer é acordar-nos para a realidade de Deus, colocar sensações e força no mandamento “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséias 6:3), acordar-nos para a verdade de Daniel 11:32 : “O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte, e fará proezas”, tornar-nos carvalhos indestrutíveis e firmes : “antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.” ( Salmos 1:2,3). Que desperdício lermos dia e noite sobre o câncer e nada a respeito de Deus .
7. Você desperdiçará seu câncer caso se isole em vez de aprofundar seus relacionamentos manifestando afeiçãoQuando Epafrodito trouxe os presentes enviados pela igreja de Filipos para Paulo, ele ficou doente e quase morreu. Paulo diz aos filipenses: “porquanto ele tinha saudades de vós todos, e estava angustiado por terdes ouvido que estivera doente” (Filipenes 2:26). Que reação maravilhosa! Não diz que estavam angustiados porque Epafrodito estava doente , mas que ele estava angustiado porque os filipenses ouviram que ele estava doente. Este é o tipo de coração que Deus pretende criar com o câncer: o coração profundamente afetivo e preocupado com as pessoas . Não desperdice seu câncer voltando-se para si mesmo .
8. Você desperdiçará seu câncer caso se entristeça como quem não tem esperança .Paulo usa esta expressão para designar pessoas cujos entes queridos haviam morrido: “Não queremos, porém , irmãos , que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança” (1Tessalonicenses 4:13). Existe tristeza na morte. Mesmo para o crente que morre, há uma perda temporária — a perda do corpo, de entes queridos e do ministério terreno. Mas a tristeza é diferente — é permeada pela esperança: “desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor” (2Coríntios 5:8). Não desperdice seu câncer ficando triste como quem não tem esta esperança .
9. Você desperdiçará seu câncer caso trate o pecado tão normalmente quanto antes.Seus pecados freqüentes permanecem tão atrativos quanto antes de você ter câncer? Se a resposta for afirmativa, então você está desperdiçando seu câncer. O câncer foi planejado para destruir o apetite pelo pecado. Orgulho, ganância, luxúria, ódio, falta de perdão, impaciência, preguiça, procrastinação — todos estes são adversários que o câncer deve atacar. Não pense apenas em lutar contra o câncer. Pense também em usá-lo. Todas estas coisas são piores que o câncer. Não desperdice o poder do câncer para esmagar estes adversários. Deixe a presença da eternidade tornar os pecados temporais tão fúteis como eles realmente são. “Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se, ou prejudicar-se a si mesmo ?” (Lucas 9:25).
10. Você desperdiçará seu câncer caso falhe em utilizá-lo como meio de testemunhar a verdade e a glória de Cristo .Os cristãos nunca se encontram em determinado lugar por acidente. Existem razões para as quais somos levados onde estamos. Considere o que Jesus diz sobre circunstâncias inesperadas e dolorosas: “Mas antes de todas essas coisas vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho” (Lucas 21:12-13). Assim também é com o câncer. Essa será uma oportunidade para testemunhar. Cristo é infinitamente digno. Aqui está uma oportunidade de ouro para mostrar que Jesus vale mais que a vida . Não a desperdice.Lembre-se de que você não foi deixado sozinho; terá a ajuda necessária: “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus” (Filipenses 4:19).

In monergimoTradução: Josaías JúniorRevisão: Rogério Portella

22.9.06

Rodopios pós-modernos e suas consequências

A era moderna, com seus racionalistas e seus materialistas científicos, todos eles frutos do Iluminismo, ainda se interessavam pela verdade. Inclinados a rejeitar as reivindicações da revelação, os modernistas buscavam razões racionais ou provas históricas que sustentassem a fé religiosa. Por outras palavras eles faziam perguntas: Os eventos da Bíblia foram reais? Jesus era mesmo o Filho de Deus, e ressurgiu mesmo dos mortos, fisicamente?Hoje o modernismo, (conquanto exista em certos lugares isolados), está quase ultrapassado. As promessas da razão, a idéia de que a mente humana poderia engendrar uma sociedade perfeita, de que a ciência e o progresso tecnológico poderia resolver todos os problemas já se desfizeram em desilusão.

Os pós-modernistas tanto da classe acadêmica como da cultura popular raciocinavam que, se a razão, o empiricismo e a busca do conhecimento objectivo levavam a tanta desilusão, talvez o problema fosse a objectividade. O modernismo foi dominado pelas ciências exactas, o pós-modernismo é dominado pelas ciências sociais. As crenças são vistas como fenômenos psicológicos ou sociológicos . O modo com pensamos é configurado pela nossa cultura; há muitas culturas diferentes. Quem dirá que a interpretação da realidade de uma cultura seja melhor que a outra? Quem está em melhor sintonia com um meio ambiente? Qual o critério que nos (nós ocidentais) permite dizer que nossa verdade – com sua herança de colonialismo e destruição ecológica – seja melhor que a de África, Ásia, América? Os cientistas sociais começaram a semear a noção do relativismo cultural, inferindo que todas as reivindicações à verdade e princípios morais nada mais são que criações culturais, e que todas são igualmente válidas. Ao mesmo tempo o existencialismo estava se deslocando dos cafés e estudos de artistas para a corrente intelectual e cultural da maioria. Para o existencialismo, o sentido da vida é que ela não tem sentido. Uma vez que a pessoa perceba que não existe significado pré-fabricado no universo, torna-se possível fabricar um significado para si mesmo. Uma vida autêntica é a que não aceita as respostas pré-programadas da tradição, da razão ou da religião (eis aqui o meu amigo P.J.M.). pela a força da vontade, a pessoa pode escolher para si um sentido. Quer se escolha o Marxismo ou o Cristianismo, uma vida de crime ou de serviço, o significado é criado por um acto da vontade.

O s existencialistas originais eram almas atormentadas que lutavam contra o desespero. Os existencialistas populares de hoje acham que essa falta de sentido objectivo na vida é libertadora. Os que crêem no aborto se rotulam de indivíduos “pró-opção”. Constituem um exemplo definido da ética existencialista, não reconhecendo nenhum princípio moral que se aplique a todos os seres humanos. O que torna um acto moral é a circunstância de ter havido escolha. Se uma mulher escolhe ter um filho, isso está certo para ela. Se a mulher escolhe ter um aborto, está certo para ela. Fica excluída qualquer aplicação de absolutos morais transcendentes, bem com qualquer informação científica objectiva sobre o desenvolvimento do feto. Quer seja o assunto a justeza de várias “escolhas de estilo de vida sexual”, “o direito de morrer” ou “a ação decisória ética” como maneira de ensinar a ética na escola, a moralidade fica vista totalmente com questão de exercer a vontade, e todas as opções são consideradas igualmente válidas.(Continua)

Resenha apresentada por Daniel Marques da Silva, sobre os tempos pós-modernos do livro REFORMA HOJE de vários escritores e pastores da tradição calvinista

21.9.06

FILOSOFIA PROFUNDA :

- Errar é humano, persistir no erro é americano, acertar no alvo é muçulmano.

-Nunca desista do sonho. Se não encontrar numa padaria, procure na próxima.

- Qualquer idiota é capaz de pintar um quadro, mas somente um gênio é capaz de vendê-lo.
- Tudo é relativo. O tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.
- O mais nobre dos cachorros é o cachorro-quente: alimenta a mão que o morde.
- Se emperrar, force. Se quebrar, precisava trocar mesmo...
- Roubar idéias de uma pessoa é plágio. Roubar de várias, é pesquisa. ( ou MONOGRAFIA ......rs)
- Devo tanto que, se eu chamar alguém de meu bem ....o banco toma !
- Quando lhe atirarem uma pedra, faça dela um degrau e suba...Só depois, quando tiver uma visão plena de toda a área, pegue outra pedra, mire bem e acerteo crânio do engraçadinho que lhe atirou a primeira.
- Na vida tudo é relativo. Um fio de cabelo na cabeça é pouco; na sopa, é muito!
- À beira de um precipício só há uma maneira de andar para a frente: É dar um passo atrás.
- Eu queria morrer como o meu avô, dormindo;tranqüilo... E não gritando desesperadamente, como os quarenta passageiros do ônibus que ele dirigia!
- Diga-me com quem andas, que eu te direi se vou contigo.
- Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam. Não é bonito, mas é profundo.
- Errar é humano. Colocar a culpa em alguém, então, nem se fala.

O que significa ter saúde na prática?

No Novo Testamento, a busca de salvação está interligada com a busca de cura. Em sua grande comissão, Jesus enviou seus seguidores para curar, bem com para batizar e pregar as boas novas (Mc 16:18). Jesus tem sido chamado o “grande médico” desde os primeiros séculos da era cristã. Os escritores da igreja primitiva contêm instruções específicas para curar doentes (Tg 5:13ss).Existem quatro princípios chaves fundamentais teóricos e práticos que podemos desenvolver através da visão bíblica:

1) Saúde é muito mais do que ausência de doença; é a presença de bem-estar de alto nível. “ O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo10:10). Há tantos graus de bem-estar quanto os há de doença.
2) Bem-estar de alto nível implica integralidade as seis dimensões interdependentes da vida das pessoas – na dimensão física, psicológica, interpessoal,, ambiental, institucional e espiritual.
3) Os dois principais determinantes dos níveis de bem-estar ou de doença são nosso estilo de vida e o nível de estresse crônico em nossa vida.
4) As duas chaves para manter um bem-estar de alto nível são consciência e compreensão do bem-estar(que são alcançados através da educação) e auto-responsabilidade, no sentido de aceitar a responsabilidade primária por viver de formas que incrementem nosso bem-estar.

As igrejas precisam recuperar sua herança de cura e fazer com que floresça integrando-a com aconselhamento, educação em grupos.
Nós podemos ensinar as pessoas a:
- Assumir a responsabilidade primária de seu próprio bem-estar, em vez de continuar a projectar a responsabilidade sobre os profissionais da área médica.
- Fazer amizade com seus corpos, aprendendo a respeitar e cuidar desse aspecto de si mesmas amorosamente, como bons pais ou boas mães para si mesmas.
- Praticar o comer-para-o bem-estar aprendendo formas de nutrição que fomentam a saúde.
- Fazer, diversas vezes por semana, um exercício vigoroso de que se goste – caminhar, andar de bicicleta, fazer cooper, nadar - , para manter afinados, mente e corpo.
- Avaliar o estilo de vida e os valores que ele reflecte, revisa-lo para que fomente bem-estar e não doença.
- Aprender uma ou mais técnicas de relaxamento do corpo, para capacitá-las a reduzir o estresse e centrar-se em sua “zona de serenidade” por algum tempo cada dia.
- Viver de uma forma ecologicamente sadia, consciente e cuidadosa em relação ao meio ambiente, de modo a contribuir para proteger e incrementar a biosfera para si mesmas, para seus filhos e para toda a família humana.
- Experimentar regularmente a energia curativa da brincadeira e doriso(rir de si mesmas e da absurdidade da vida, e com outras pessoas).
- Revitalizar seus relacionamentos corpo-mente-espírito abrindo-se, através da oração e meditação, às energias do amor presente de Deus e renovando, assim, a consciência de que sua vida tem um sentido e uma missão.
_Compartilhar com outras pessoas (inclusive com os filhos e amigos) suas percepções e experiências de cura e bem-estar. O bem-estar é contagioso. Ela aumenta à medida que compartilhamos o bem-estar que temos em determinado momento.
- Usar imaginação criativa regularmente, para ativar as energias auto-curativas e os sistemas imunizadores do corpo, participando, assim, de sua própria recuperação da doença e da prevenção positiva da doença.
Tenham saúde e doem saúde.

17.9.06

Heróis E Celebridades

Não sei se você já notou que os heróis e vilões desapareceram. Um herói era aquele que encarnava o que as pessoas prezavam, que nos atraía ao ponto de querermos imitá-lo. Uma celebridade talvez queira também ser imitada, mas a base da emulação mudou. Uma celebridade em geral não encarna nada e costuma ser conhecida somente por ser conhecida. A fama, em nosso mundo de imagens e manipulação, pode ser manufacturada em cima de pouco ou nenhum respaldo de desempenho, mas não pode ser imitada como pode a virtude que o herói encarna. Daniel Boorstin escreve que:" O herói se distingue pelo seu feitio; a celebridade pela sua imagem ou marca. O herói se criou, a celebridade é criada pelos média. O herói era um grande homem; a celebridade é um grande nome". É a nossa cultura comercial que produz a celebridade, mas era a cultura moral que, na maioria das vezes, elevava o herói. À medida que as celebridades substituem os heróis, a imagem substitui o carácter, a cultura comercial substitui aquilo que é moral, e ficamos com um individualismo que, simplesmente, inflama-se de ilegalidade, porque o carácter moral não é seu interesse central. Para dizer a verdade, não é, em absoluto, um interesse. Ai que saudades do Superman; Homem-Aranha; Capitão-América; Flash Gordon; O Incrível Hulk; Tarzan; Buffalo Bill; e de tantos outros cavaleiros solitários do oeste americano que fizeram o nosso imaginário e em certa medida nos ajudaram a ser melhores, dependendo claro do personagem que encarnávamos: o herói ou vilão.(Adaptado)

16.9.06

Sinais dos Tempos

Provavelmente não há nenhum texto mais completo sobre o amor do que I Coríntios 13, um texto que precisa ser revisitado por nós diante daquilo que vemos todos os dias.Naquela epístola, Paulo fala de um amor que é paciente, que não se perde diante da primeira crise ou da primeira desilusão; um sentimento bondoso, não ciumento e humilde. Um amor que não se comporta de forma inconveniente, mas é altruísta, e está sempre procurando atender o interesse dos outros e não o seu próprio. É também um amor que não se ira facilmente, que não guarda rancor, que não se alegra com a injustiça mas que salta de júbilo quando a verdade triunfa. É um amor que sabe que o sofrimento sempre acompanha aquele que ama. Um amor que se sustenta sob fundamentos sólidos e verdadeiros, que não tem a pressa dos egoístas, mas que sabe esperar e possui uma enorme capacidade de suportar adversidades.
Este amor que Paulo nos descreve vem diminuindo e esfriando na medida em que cresce o egoísmo alimentado pelo individualismo da cultura narcisista, onde o que importa sou eu, meus desejos, meus interesses, meu momento, minhas necessidades, minha realização, meus projetos, o que eu penso, quero e preciso. Imagino que quando duas pessoas modernas, com este espírito individualista e narcisista, se encontram e resolvem se amar, envolvem-se num modelo de relacionamento onde, à primeira vista, tudo indica que se trata de um belíssimo e invejável romance. Contudo, diante do primeiro obstáculo, da primeira frustração, de um simples desentendimento, da dor e do sofrimento, ou do cansaço e da vontade de experimentar “novos ares”, abandonam aquele amor que foi grande apenas enquanto durou em troca de um outro que atenda as necessidades de um ego inflado, imaturo e insaciável.
É por causa da iniqüidade deste espírito individualista e narcisista que os pais vão abandonando os seus filhos porque têm coisas mais importantes a fazer, como ganhar dinheiro ou buscar o sucesso, do que cuidar deles e amá-los; alguns tornam-se indiferentes e os abandonam à própria sorte na esperança de que na escola ou na vizinhança encontrarão quem os ame e eduque. Outros há que tentam manipulá-los e controlá-los em virtude da mesma iniqüidade, da mesma falta de tempo e da mesma insegurança.
Os mais modernos já preferem não tê-los porque sabem que o amor que possuem não ultrapassa a epiderme – não são capazes de amar nada além do seu próprio ego. Por outro lado, os filhos vêm se rebelando contra seus pais, negando-lhes o respeito e a honra. São também filhos da iniqüidade do nosso tempo, do mesmo individualismo, do mesmo egoísmo.
Os jovens trocaram o amor pelo sexo para descobrirem lá na frente, depois de tantas idas e vindas e muitas “ficadas”, que são bons de cama mas frios e imaturos na arte de construir um amor que supera as fronteiras do egoísmo e que cresce na medida que o tempo passa.

15.9.06

Visões Distorcidas

"Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los" (Mt23:4).

Tenho pensado acerca da interpretação que fazemos do Texto Sagrado. Muitas vezes uma interpretação rodeada de conceitos meramente pessoais e dúbia. A coerência entre aquilo que sou e aquilo que penso pode estar bem longe da verdade do texto bíblico. Por isso, para procurarmos a verdade do texto, devemos saber em primeiro lugar lidar com os princípios de interpretação isto é, recorrer à disciplina de Hermenêutica. Além de gozar de um relacionamento correto com Deus, o princípio mais fundamental da interpretação bíblica consiste em colocar em prática o que fazemos inconscientemente todos os dias de nossa vida. A hermenêutica não é primariamente uma questão de aprender técnicas difíceis. O treino especializado tem o seu lugar, mas é, na verdade, bastante secundário. Poderíamos dizer que o que importa é aprender a "transpor" nossas rotinas interpretativas costumeiras para a nossa leitura da Bíblia. É justamente aí que começam nossos problemas. Existem histórias na Bíblia que podem nos confundir devido há nossa visão míope e "pré-conceituosa". Quando olhamos o texto de Oséias e ouvimos Deus mandar o próprio profeta tomar uma mulher prostituta e casar com ela e ter filhos, sabemos que: os caminhos de Deus e pensamentos estão bem acima de gestos morais e valores que consideramos imprescindíveis. Na verdade hoje muitos pastores têm dificuldade em aceitar a mulher prostituta e recebê-la como membro de sua comunidade. Jesus ao contrário não a condenou, disse-lhe o que ela tinha que fazer "vai e não peques mais". Esse conselho, hoje é substituído por regras e preceitos que escondem outras histórias. Tanto Oséias como a mulher prostituta e outros anónimos, carecem de amor , não de leis. O mundo que Deus amou necessita de pastores e líderes mais amorosos como também de profetas chamados por Deus. Profetas para hoje. Que no entender de Calvino nada mais são do que correctos interpretadores da Palavra de Deus.

14.9.06

Graça e Fé

Qual a (diferença) relação entre graça e fé?

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef .2:8).
Aqui temos três palavras fundamentais – a salvação a graça e a fé.

A salvação é mais do que perdão. É a libertação da morte, da escravidão e da ira de Deus. A salvação inclui a totalidade da nossa nova vida em Cristo, juntamente com quem fomos vivificados, exaltados.

A graça é a misericórdia de Deus livre e imerecida, para conosco. A graça (lat. gratia; gr. charis; heb. chen) significa a livre demonstração de um favor, especialmente da parte de alguém superior para alguém inferior. Com respeito a Deus, é aquela sua decisão espontânea, livre de qualquer coação e de forma alguma forçada por nosso mérito, de ter misericórdia das criaturas pecadoras, salvando seu povo de todos os efeitos de seus pecados através de Jesus Cristo.

A Fé é a confiança humilde com que nós a recebemos (esta graça). Temos que, tanto a graça como a fé são dons de Deus. “...e isto não vem de vós é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

Teologicamente, esta é a verdade. Nunca devemos pensar na salvação como sendo um tipo de transação entre Deus e nós, onde ele contribui com a graça e nós com a fé.A Bíblia afirma que nós estávamos mortos em nossos delitos e pecados e que teríamos que ser vivificados para podermos crer. Santo Agostinho diz que “Deus faz que queiramos e quando o queremos. Coopera para que possamos levar o acto a efeito”. A fé é a obra da graça de Deus em nós: “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo Espírito Santo” (I. Co 12.3).”Ninguém pode vir a mim” – disse Jesus – “se o Pai que me enviou o não o trouxer” (Jo 6.44). A graça é o primeiro e o último movimento causador da salvação. Fé, essencial como é, é somente uma parte importante do maquinismo do qual a graça se serve. A Fé ocupa a posição de um canal ou tubo condutor. A graça é a fonte e o caudal. Fé é o aqueduto ao longo do qual a corrente da misericórdia flui para refrescar os sedentos filhos dos homens (Spurgeon).

Que é a Fé? Ela é feita de três coisas: conhecimento, crença e confiança.
Conhecimento vem primeiro. “Como crerão naquele de quem não ouviram?” (Rm 10.14). Precisamos ser informados de um facto antes que possivelmente possamos acreditar nele.” A fé vem pelo ouvir” ( Rm10.17. A medida do conhecimento é essencial para a fé, daí a importância em adquirir conhecimento.
O pensamento avança para Crer que aquilo que ouvimos a respeito de Jesus Cristo das boas – novas do evangelho são verdadeiras. Basicamente eu preciso crer naquilo que ouvi como creio em qualquer outra declaração. Acreditar na Palavra de Deus, exactamente como acreditaria no depoimento de meu pai.” Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior”.(I Jo 5.9).
Tão logo tenha avançado em direção à fé, somente mais um ingrediente é necessário para completar: Confiança. Confiar é entregar-se à misericórdia de Deus. É colocar sua esperança no Evangelho amável.
Fé não é uma coisa cega, pois começa com conhecimento. Não é uma coisa especulativa, pois a fé acredita em factos que ela assegura. Não é uma coisa, teórica visionária porque a fé confia e sustenta seu destino na verdade da revelação. Fé é crer que Cristo é o que Ele diz ser e que Ele fará o que prometeu fazer. Esta é uma maneira de descrever o que é a fé.

Como pode a Fé ser ilustrada?
A fé que salva tem suas analogias nas formas humanas. O olho que olha. Fé é a mão que agarra. Fé é a boca que se alimenta em Cristo. A continuação da vida ilustra a fé de muitas maneiras. O agricultor enterra boas sementes e aguarda que não somente germinem como se multipliquem. Você não pode voltar-se para qualquer parte da vida sem observar a fé em operação entre homem e homem, ou entre homem e lei natural.

Conclusão.
A graça e a fé com já dissemos caminham juntas. A fé serve a graça como condutora da misericórdia de Deus e de Seu amor por aqueles que Ele conheceu antes dos tempos eternos. No entanto a Palavra em algum momento precisa ser pregada, ouvida e recebida, como verdade de Deus. Esta verdade deve levar o ouvinte a uma crise (arrependimento e confissão). Esta crise é tão somente provocada pela ação do Espírito Santo (o que Paulo chama de tristeza para a salvação), é Ele que convence do pecado da justiça e do juízo. É aqui que se dá esse milagre da graça e da fé. O contrito adquire uma nova mentalidade. Um coração de carne substitui o de pedra. Passa a ser uma nova criatura em Cristo, essa experiência influência seu modo de viver radicalmente. Na verdade ele estava morto e ressuscitou para uma nova vida (zoe), uma vida superior, como co-herdeiro de Cristo de todas as coisas.

12.9.06

Querer e Crer

"IAHWEH disse a Moisés: Por que clamas por mim? Dize aos filhos de Israel que marchem..." (Ex14:15).

Pouco depois de Israel ter saído do Egipto o povo apercebe-se que os exércitos de Faraó estão no seu encalce a ponto de os pegar. Diante do povo está o mar vermelho e o deserto, atrás Faraó com seus cavalos e carros de combate. Acampados, junto ao mar perto de Piairot, diante de Baal Sefon o povo teve grande medo. A palavra de Moisés ao povo busca passar tranquilidade e para que este se mantenha firme e observe o que Deus irá fazer. É Deus quem combaterá por eles, não havia o que temer.
Falar é extremamente fácil. Dizer palavras de ordem e incentivar os outros quando o problema é dos outros é igualmente fácil, desde que isso não nos afecte directamente. Mas quando estamos no mesmo barco a coisa pode mudar de figura. Podemos vacilar, podemos fraquejar, podemos deixar de ser aquele que todos achavam que nós éramos. O que chama a atenção aqui é o discurso de Moisés para o povo mostrando firmeza, coragem e esperança de que a libertação da parte de Deus era certa. Contudo, o texto nos mostra que essa confiança sofria de algumas lacunas que precisavam ser preenchidas com uma dose de clamor: " Por que clamas por mim?". Parece a coisa mais normal clamar a Deus quando nos encontramos em situações difíceis como esta. Na verdade clamamos por muito menos. Não há nada de errado em clamar, pelo contrário, mas quando confiamos verdadeiramente em Deus, agimos, não ficamos estáticos, a ação é reflexo de um clamor interior que não olha para trás. O mar na verdade é um obstáculo intransponível, assim como o deserto um lugar sem esconderijos sem hipóteses de se escapar.
Observamos que os verdadeiros inimigos não estão há nossa frente mas sempre atrás. Aquilo que vemos diante de nossos olhos são oportunidades de vermos coisas maravilhosas. Os desafios não estão nas nossas costas mas diante de nossos olhos. O inimigo sempre vem, tentando impedir a nossa marcha, ele apresenta-se sempre assustador e cruel, na verdade ele é mais forte do que nós. Mas Deus nos diz para marcharmos, caminharmos mesmo que nos pareça absurdo caminhar pelo mar e sabendo que do outro lado nada mais há do que um deserto de quarenta anos.

A Eleição Divina

A eleição ou predestinação é construída, sustentada e revelada pela Palavra de Deus. Veja por exemplo Deuteronômio 7.6-9; Atos 13.48; Romanos 8.29,30; Efésios 1.4,5; 2 Tessalonicenses 2.13; 2 Timóteo 2.10; Tito 1.2, etc. Esta eleição é "incondicional”, isto é, Deus elege independente de méritos, fé ou obras do indivíduo. E isto só é possível porque a eleição é um ato gracioso de Deus (Rm 11.5). Sendo assim, devemos compreender que a eleição divina nunca é uma questão de justiça. Portanto, erram aqueles que dizem que Deus seria injusto se escolhesse alguns e não todos para a salvação. A eleição é questão de graça.Mas ninguém poderá entender a doutrina da eleição se não compreender adequadamente a doutrina do pecado. Porque "a pressuposição do eterno decreto divino da eleição é que a raça humana é caída; a eleição envolve o plano gracioso de Deus para o resgate" (Fred H. Klooster). Você acredita realmente que todos pecaram em Adão (cf. Rm 5.12) e que ninguém é merecedor da vida eterna? (cf. Rm 3.23). Se a sua resposta for afirmativa, então esteja certo de que nunca poderá entender a eleição como sendo injustiça. Deus teria sido perfeitamente justo se não elegesse ninguém (cf. Mt 20.14,15; Rm 9.14,15); no entanto, Ele quis, soberanamente, mostrar para alguns o Seu favor imerecido. Por isso, Paulo fala da "eleição da graça" (Rm 11.5). Na verdade, tudo que recebemos de bom é pura expressão da graça de Deus para conosco, como por exemplo, o arrependimento para a vida eterna (At 11.18), a salvação em Cristo (At 15.11; Ef 2.8,9) e o serviço cristão (1 Co 15.10; Ef 2.10).O fato de Deus não salvar todo mundo só confirma a tese de que Ele não é obrigado a salvar todo mundo. Graça não é dívida; é graça!É importante esclarecer que a eleição divina não é a salvação; é para a salvação (2 Tm 2.13; 2 Tm 2.10). E entre ambas (eleição e salvação) está a evangelização, servindo de ponte para ligar duas partes inseparáveis (Rm 10.14-17; cf. At 18.9-11). Com isto aprendemos que não procede o falso conceito de que se uma pessoa é eleita, ela será salva independentemente de crer ou não em Cristo pelo evangelho. Pensar assim seria simplesmente um absurdo! Como também não procede a idéia de que esta doutrina da eleição "acomoda o crente para a evangelização". A eleição, conforme a Bíblia também ensina, é para serviço (cf. 2 Pe 1.10). "Serviço" aqui deve ser entendido no mais amplo sentido do termo: evangelização, ação social, etc; portanto, somente os desavisados acreditariam que a eleição acomoda o crente para a obra de Deus. Lendo 2 Timóteo 2.10, aprendemos que para Paulo a eleição incentivava a evangelização ("tudo suporto por causa dos eleitos", dizia) e garantia os bons resultados da evangelização ("para que também eles [como os demais crentes] obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com eterna glória"). Não é verdade que o apóstolo que mais defendeu a doutrina da predestinação foi um dos que mais trabalhou na obra de Deus? (1 Co 15.9,10).Além da salvação e o serviço propriamente ditos, a eleição tem, ainda como finalidade, a santidade de vida (Ef 1.4). A eleição é "para sermos santos". Deste modo, também não tem coerência a objeção de que a eleição divina conduz à libertinagem. A vida que não se expressa em santidade é incompatível com a doutrina bíblica da eleição (cf. 2 Pe 1.3-11).

11.9.06

9/11

A memória do que aconteceu, as imagens gravadas, os gritos e ruídos, mostram o quão pode ser doloroso a realidade - sim, o dia a dia daqueles que se acham seguros em suas conquistas e seus lugares altos. Não existe acaso, não existe nada sem rumo, existem apenas trilhos, estreitos ou largos que nos levam para longe ou para perto de Deus.

O que aconteceu jamais foi uma tragédia ou um descuido. Foi apenas um toque de Deus, um leve toque na canela do Homem. A vida continua sem esperança para multidões, apesar dos discursos bem elaborados e positivos. Até quando viveremos...

10.9.06

Pastoral

A experiência de perdão e reconciliação é das mais sublimes pelas quais um ser humano pode passar. Há algo de sagrado no acto de perdoar. Nunca o homem é tão parecido com Deus quanto na hora em que perdoa. Esse acto abençoa famílias, restaura casamentos e reaproxima amigos. Ele tem o poder de evitar guerras. Ao perdoar, abençoamos nosso próximo e somos, ao mesmo tempo, abençoados. O perdão é um remédio eficaz para todos os males da alma: depressão, complexo de inferioridade, medo, rejeição e assim por diante.
Contudo perdoar pode ser algo extremamente difícil. Quando nos colocamos diante da perspectiva de desculpar uma ofensa, nosso interior se agita de revolta. Por isso, há um número incontável de indivíduos que vivem tristes, escravizados e doentes. Se quisermos desfrutar dos benefícios do perdão, teremos de ser corajosos . Talvez necessitemos travar uma luta que nos leve às lágrimas, como no caso de Bruno e seu pai.
A Bíblia nos ensina que o perdão faz parte do viver dos filhos de Deus. O perdão é um sinal inequívoco dos salvos. Se afirmamos nossa salvação, baseados no amor de Deus, certamente deduzimos que não foi pela nossa justiça, éramos indignos, Cristo nos justificou. Todas as nossas certezas estão Nele que nos adotou e nos tornou seu herdeiro juntamente com Jesus Cristo seu Filho Unigénito.( Rm5:1-11; 2.Co2:5-11). Que Deus possa mexer connosco a este respeito.

8.9.06

Aceita-me

Tenho observado que uma das coisas mais difíceis para nós é aceitarmos as pessoas como elas são. O gajo é do porto e ninguém entende porquê (forçaTiagão), um outro é do P.S para grande indignação de uma parte de seus conhecidos e amigos, um outro tem idéias mais conservadoras e defende uma política de centro direita. Tem gente do benfica, sporting e do porto que participam das mesmas rodas brigando por pagar a conta (uma questão de honra para uns a pior coisa para outros). Enfim, até aqui tudo bem. Mas quando as diferenças passam dessas coisas secundárias, subjectivas, para algo mais profundo, afectivo, como um amigo que contraiu sida (aids), alguém de pele escura, pobre, cheirando a cigarro ou álcool que se senta ao nosso lado ou um antigo colega de escola que tinha uns jeitos efeminados e que passados alguns anos o encontramos e nos abraça no meio da rua. Estas coisas podem nos pertubar ao ponto de nos constranger dependendo da situação.
Hoje somos mais cautelosos em relação a novas amizades, na verdade muitas de nossas amizades são interesseiras. Fazemos amizades buscando algum retorno alguma vantagem. Não é comum fazermos amizades com pessoas pobres e problemáticas, essas pouco ou nada têm para nos oferecer. Quando conhecemos outra pessoa queremos saber em primeiro lugar o que ela faz e, se a profissão não for compatível com o nosso padrão, simplesmente a descartamos.
Aceitar o outro é mais do que simplesmente dar esmola ou compreender o seu drama. Aceitar o outro é fazê-lo participante da minha roda de amigos. É convidá-lo a ser meu hóspede. Na Bíblia e para o judeu, a hospitalidade assume importância vital para a construção de famílias e comunidades sadias. Hoje perdemos muito, por que não sabemos mais conversar de modo aceitar as diferenças como forma de crescimento mútuo ao nível do raciocínio e identificação colectiva. Somos na maioria das vezes alienígenas usando roupa da mesma marca.
Creio que um grande desafio é procurarmos ser autênticos, pacientes e esperançosos em relação aos outros, no que diz respeito às suas idéias e posições. Nem todos podem ser do benfica, pois pode ser afinal uma questão de cor. Nem todos podem ser do P.S, pois o símbolo é meio suspeito, nem todos podem ser do porto, pois "dragão" pode sugerir coisa de capeta e, nem todos vão com as idéias do C.D.S, por que isso deve ter alguma coisa a ver com xenofobia, racismo, Hitler, essas coisas... Porém, podemos ser mais humanos e esforçados para aceitar e ver os outros do jeito que Deus vê - perdidos que precisam ser achados.

7.9.06

Há esperança

Alguém chamou os nossos tempos de "A Era da Aspirina". Se dissermos que nunca houve uma geração tão oprimida pelo stress, certamente não estamos afirmando nenhum absurdo. Para muitos de nós, já vão longe os dias de diversão, em que você podia brincar sem pensar em ser atropelado por um carro ou uma moto. Hoje já ninguém tem mais tempo para almoçar demoradamente em conversa agradável saboreando um bom prato. Vivemos hoje de refeições rápidas e de confecção instantâneas, ao lado de pessoas irritadas, às vezes colegas de trabalho, esposa ou esposo, relacionamentos tensos, pouco sono e muita televisão. Acrescente-se a isso os problemas financeiros, problemas na escola, cartas não respondidas, obesidade, solidão, gravidez não planejada, drogas, alcoolismo e, ocasionalmente, uma morte. Existe um velho ditado grego que diz: " Você quebrará o arco se o mantiver retesado". Por outro lado, a ansiedade, angústia e desânimo são marcas cada vez mais presentes. E quando sentimos silêncio no céu isso nos desconcerta, ficamos à deriva, sem respostas, sem paz, sem palavras de conforto, somente a solidão que nos massacra a cada dia. Oramos e oramos e nada. E essa é a pergunta: o que acontece quando Deus não fala? Stress e ansiedade podem acabar com qualquer um, porém pode ser o início de grandes realizações e novas oportunidades. Precisamos parar e fazer perguntas, a respeito daquilo que é realmente importante. Precisamos saber também, que apesar do silêncio dos céus, pode bem ser a preparação para grandes coisas.

Que seca

Uma das coisas mais supreendentes no contexto evangélico é a facilidade com que se finge. A arte de representar é um dos dons mais evidentes entre os cristãos dentro e fora da Igreja. As pessoas fingem que amam, que perdoam, que esquecem, que são amigos, que oram, que cantam, que ouvem, que estão alegres, que está tudo bem. Será que eu estou exagerando? Por que esta superficialidade? Só encontro uma resposta hoje: Estamos doentes. Os sintomas são esses citados acima. O pior é que neste mundo de espectáculos diversos, acabamos por enfadar os céus e as hostes espirituais. Nada de novo debaixo do sol, nada de novo nas palavras, nada de novo nos pensamentos, tudo é vaidade e correr atrás do vento. Vivemos no meio de uma cambada de ótarios preguiçosos que almeja algo maior na distração desta época, procurando vantagem e reconhecimento. Fomos ensinados a guardar tanta coisa, mas não o coração. E o que é que temos? Pessoas levando pedradas e comendo o pó da indiferença. O Senhor Jesus bem dizia que quando Ele voltasse não iria encontrar fé na terra. Espero que eu não esteja aqui nessa altura, pois hoje ainda me resta a esperança de que há um lugar incomparavelmente melhor do que este. E eu quero ir para lá.

7 de Setembro

Por que os brasileiros gostam de contar piadas dos portugueses? Por que nós portugueses contamos piadas dos brasileiros? Será que isso tem a ver com a Independência?

5.9.06

Olhando para Nós curando os Outros

Nossas igrejas estão repletas de "experts" da vida alheia, porém são poucos os que sabem da sua própria vida. É muito comum encontrarmos "profecias" sobre a vida dos outros, mas são poucos os profetas que olham e conhecem o seu próprio coração. "Os moralistas mais intolerantes e implacáveis no seu julgamento e condenação para com o próximo geralmente carregam alguma tara ou desvio moral inconfessado". Não gostamos de nos confrontar com o nosso pecado, então fazemo-lo com os outros. O apóstolo Tiago escreve:"Confessai , pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos os outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo"(Tg5:16). Eis a solução para os doentes de nossa igreja. No entanto, falta coragem para por em prática esse tipo de intimidade uns com outros, a não confiança no nosso irmão tem nos levado a sofrer sozinhos, a perder a possibilidade de cura, para tantos males (físicos e espirituais) que nos têm assolado.

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