30.5.05

Pré-meditações


Cresce a cada dia o número de crentes afastados de suas igrejas. O próprio pecado não confessado ou a desilusão de liturgias e grupos (panelinhas), que se formam, fragmentando a comunhão de um corpo há muito dilacerado. Além dessa realidade, existe um outro grupo talvez ainda maior: Os afastados nas igrejas. São aqueles que não abandonaram o costume de ir aos cultos dominicais, mas há muito tempo que perderam a alegria de assistir e participar deles. Já não gozam de uma íntima comunhão com Deus. Deixaram aquilo que o Apocalipse chama de "Teu primeiro amor".
Como pastores enfrentamos a realidade do vai e vem de pessoas que procuram simplesmente alguma vantagem ou distração. Ir à igreja para muitos é um programa como um outro qualquer. Assim, encontramo-nos uns com os outros (superficialmente) menos com Deus. Já não adoramos incondicionalmente, somos interesseiros, buscamos apenas sentirmo-nos bem naquelas duas horas. Quando falamos de pecado, porque essa é a nossa realidade, as pessoas torcem o nariz. Quando pregamos doutrinariamente as reações são aquelas no dizer Paulo: "Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos".
Que fazer? Seremos guias espirituais e corremos o risco de sermos dispensados ou guiados a ponto de cedermos diante das exigências dos membros( associados)? Afinal - na maioria das vezes somos mais uma espécie de dirigentes de um clube do que pastores e irmãos.

Vou Pescar

"Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar". (Jo 21, 3)

Pescaria, normalmente, é sinônimo de lazer e diversão. Ou então, de uma profissão, das mais antigas. Por sinal, a profissão de Pedro e da maioria dos sete discípulos que lhe respondem: "Também nós vamos contigo". Talvez por isso, passe-nos desapercebido o drama de alma com que esse homem diz, singelamente, "vou pescar".
Passados aqueles momentos terríveis da crucificação, os discípulos estão tontos, perdidos, confusos, órfãos. A cabeça ainda zumbindo de imagens e lembranças dos últimos acontecimentos, das correrias, dos apertos, dos guardas agarrando Jesus, do beijo de Judas, dos açoites...
Pedro ainda carrega as marcas da sua covardia, de haver negado o Mestre. — E se eu tivesse enfrentado os guardas; e se eu tivesse cortado a orelha? Deixei Maria sozinha ao pé da cruz... Se eu pudesse me explicar... Encontrei Jesus algumas vezes, mas não é mais a mesma coisa; agora ele parece tão diferente...
Assim, Pedro e seus amigos, sem perceber, voltam ao local onde o viram pela primeira vez, o mar de Tiberíades. Ali estavam as coisas que eles, um dia, haviam deixado para trás. Ali estava a "normalidade", o descanso, a realidade, o acordar de um longo sono — estaca zero.
"Vou pescar" pode ser a atitude de muitos guerreiros de primeira linha, que, por algum motivo, se ferem e se perdem na escaramuça da luta cristã. Mas o texto nos mostra que não pescaram nada naquela noite. Que maré! Nada dá certo! Uma boa pescaria, agora, seria tão bom para o ânimo, para o ego, para o recomeço. Mas nada!
Na verdade, não há como voltar às redes. Não somos mais os mesmos. Nossa história não nos permite voltar a ser simples pescadores: pobres, anônimos e... felizes! Frustrado com o insucesso, Pedro nem percebe aquele que chega na praia, para lhe confirmar os pensamentos: "Pedro, amas-me? Então essas redes não fazem mais parte do seu mundo. Ficaram para trás. Vem, pastoreia as minhas ovelhas".
(Rubem Amorese)

Pela manhã

Recordações de histórias e pequenos detalhes que fizeram parte da minha vida, trazem-me à memória rostos e palavras esquecidas, que pela ausência e de significado, tendem a desaparecer do arquivo de minha mente. Deixamos de contar a história de nós mesmos porque não há ouvidos e pedidos interessados. Por outro lado lado, cada um de nós se distancia cada vez mais uns dos outros. Resta-nos repetir em silêncio a narrativa de nós mesmos e de outros que nos ajudaram a chegar aqui. Entendo que não é possível andar para trás e não importa em que ponto nos encontramos. A realidade nem sempre é clara nesta caminhada em direção ao desconhecido, porém, pela graça de Deus podemos ter um vislumbre de um futuro incomparável.

28.5.05

Pós-Modernidade E o desafio da Aliança


...E não vos conformeis com este século,mas transformai-vos pela renovação de vossas mentes... Rm. 12:2

O que é a pós-modernidade? Resposta: não sei. E tem mais: ninguém sabe. Se soubessem, não a chamavam de "pós alguma coisa". Chamavam-na pelo nome. Mas chamam-na de pós-modernidade porque só sabem até a modernidade.
O que é o pós-domingo? Resposta: é a segunda-feira. Mas imagine que estivéssemos vivendo a primeira segunda-feira da história; como a chamaríamos? Acho que a chamaríamos de pós-domingo. Por quê? Porque saberíamos que é o dia seguinte ao domingo, mas não saberíamos muito mais a seu respeito, por o estarmos vivendo pela primeira vez. Eventualmente, ao final do dia, saberíamos que houve uma feira, parecida com a do domingo. E lhe colocaríamos o nome de segunda-feira.
Pois bem: sabemos o que seja a modernidade, pois vivemos bastante esse "dia" da humanidade. Também notamos que anoiteceu e que surgiu um novo dia, que agora estamos vivendo. É o dia seguinte à modernidade. Como é ele? Ainda não dá para dizer. É por isso que ainda não tivemos coragem de lhe dar um nome - o que me parece sensato -, e o chamamos de pós-modernidade.
No entanto, já podemos, sim, provisoriamente, dizer algumas coisas sobre este dia seguinte de ontem.
Tecnologia e Consciência
Estamos falando de um fenômeno ideológico de origem tecnológica. É como se a tecnologia implantasse em nós sua consciência. Aquilo que sabemos, pensamos, desejamos; nossos valores, nossa forma de interpretar os fatos sociais, as nossas relações e até mesmo os fatos da natureza; tudo isso é feito a partir de alguns padrões de pensamento que absorvemos por vivermos em uma sociedade pós-moderna. Ou seja, a uma sociedade pós-moderna corresponde um modo de pensar e sentir pós-moderno.
O fenômeno tem seus "portadores": a tecnologia industrial, a rápida urbanização, os meios de comunicação de massa, o mercado globalizado e o meios de transporte são alguns deles. Em conjunto, eles têm a capacidade de colocar perto de nós e a um só tempo, o que antes era diferente e distante: e nossa cabeça é moldada por essa presença e simultaneidade. Um exemplo é a "moderna" cidade de São Paulo, onde você convive com raças, classes sociais, jeitos de vestir, gostos culinários, formas de educação, crenças, aspirações, valores etc. os mais distintos. Essa proximidade, quantidade e simultaneidade de diferenças nos obriga a um processo de adaptação, para sobrevivermos.
São raras as pessoas que conseguem manter a cabeça fora da "água", para pensar e sentir diferentemente do seu tempo e do seu meio. A grande maioria não pensa criticamente. Isto é, não sabe e não se preocupa se realmente aquilo que pensa e sente são seus ou são absorvidos do meio em que vive (família, colégio, trabalho, televisão etc.). No entanto, essa distinção se torna importante quando começamos a desconfiar que a "água" em que estamos imersos está a conduzir nossa vida para direções que não queremos.
Pós-Modernidade
Falar de pós-modernidade é falar de uma "mente" coletiva, conformada pelos fenômenos da pluralização, privatização e secularização. A pluralização nos transforma em uma sociedade-supermercado; a privatização, numa sociedade-zoológico, e a secularização, numa sociedade aquariana. A primeira, vive sob o império das diferenças; a segunda, sob o império das indiferenças, e a terceira, sob o império dos sentidos.
Sociedade Supermercado
Tempos pós-modernos são tempos de pluralidade. Vivemos num grande supermercado, onde oferece-se tudo; desde penteados até novas técnicas de educar os filhos. A simultaneidade e presença ficam por conta dos meios de comunicação de massa.
E nossa cabeça muda. Passamos a ter uma consciência tão fragmentada quanto os diversos mundos a que pertencemos: somos parte de sociedades diferentes umas das outras e que lutam para nos conformar; desenvolvemos, assim, uma consciência de que para tudo há opções no mercado. Há opções para sabonetes, para alimentação, de visual, de roupas, de postura social, de sexo, de profissão, de cor dos olhos, de sexo do bebê, de tudo. Numa sociedade pluralista como a nossa, a única coisa que nos resta em comum, é a imensa capacidade de optar. Nada mais é obrigatório. Cresce entre nós a consciência, normalmente inconsciente, de que para tudo, na vida, há opções. E essas prateleiras abarrotadas e fragmentadas fazem de nós pessoas volúveis, inconstantes e superficiais. Borboletas. Aprendemos a trocar de marca, de produto; a experimentar cheiros, cores, gostos, estilos novos. E como o fenômeno é inconsciente, fazemos o mesmo com relacionamentos, afetos, doutrinas, idéias, valores etc. Achamos que temos o direito de experimentar tudo o que for lícito.
Sociedade Zoológico
O que acontece quando todas as opções são igualmente válidas (horizontalizadas, como se diz), e nenhuma é, em si mesma, superior às demais (como acontece com as diversas marcas de macarrão em uma prateleira)? Acontece que você é quem decide. E mais: você é quem determina os critérios pelos quais vai escolher. Pode ser pelo cheiro do sabonete, pelo preço do salame ou pela capa colorida do livro. Quando as opções são horizontalizadas, as escolhas se fazem por critérios íntimos. Há cada vez menos consenso sobre um número maior de coisas. Você decide. Você é soberano. E ninguém ousará criticá-lo, porque quem quiser ver respeitadas suas opções, terá que respeitar as alheias. Aliás, faz parte do "ser pós-moderno", saber conviver com a pluralidade; com as opções dos outros. "Respeitar para ser respeitado" é o lema.
A pluralização traz em seu bojo a privatização: o fenômeno do zoológico. Tudo é permitido e válido, contanto que dentro da jaula. As feras e aberrações mais estranhas têm seu espaço: as jaulas da privacidade.
A privatização é necessária para que seja possível um convívio mais ou menos indolor dentro da pluralidade. Ela cria um fosso de segurança entre as pessoas, de forma que suas idiossincrasias não machuquem o outro.
No âmbito pessoal, a privatização é bênção quando estabelece um espaço para intimidade, para a privacidade, para a vida em família, para o foro íntimo, para convicções pessoais, para o hobby, para a música, para o amor etc. E ninguém tem o direito de se meter. É maldição quando nos torna tão independentes uns dos outros, que nos isola; faz-nos superficiais, inconstantes, incoerentes, instáveis, avulsos, solitários e caóticos. Permanência, fidelidade e estabilidade não são valores modernos.
Nesse ambiente, eu aprendo, desde a creche, a ser só, a tomar minhas próprias decisões, a não depender de ninguém, a não me expressar emocionalmente, a não expor sentimentos, a não contar com ajuda; a não ser fraco, enfim. O cidadão pós-moderno é solitário e caótico; é órfão.
A Sociedade Aquariana
Se há um supermercado religioso, e se as escolhas são íntimas, pessoais, individuais, "incriticáveis", então, porque não construir minha própria religião? Pego algo de bom daqui, uma doutrina dali, aquela orientação acolá, e monto minha fé íntima. Dá licença?
Nesse sentido, não se trata de afirmar que Deus morreu, como ocorreu na Europa, mas de afirmar que o Deus do Cristianismo, o Deus das Escrituras não tem mais espaço entre nós, a não ser como uma das muitas opções. O deus pós-moderno não exige mais nada e influencia muito pouco. Na verdade, é visto como um deus velho. Ou como um prestador de serviços celestiais, de quem exigimos qualidade ISO 9000. Não é mais ele quem nos elege, chama, redime, santifica e glorifica, para o louvor de sua glória; sou eu quem o escolhe na "prateleira" religiosa, se ele se comprometer com a minha glória. E quando cansar, troco de deus como troco de marca de sabonete.
Desafios à Igreja
Se é assim a "mente" criada pela pós-modernidade, então, que desafios ela traz à Igreja?
O primeiro é que, embora deseje, nosso cidadão pós-moderno não sabe como sair desta situação de isolamento, confusão moral e solidão em que se encontra. Ao privilegiar o espaço da "jaula", do privado, a pós-modernidade rompe os laços comunitários. E isso nos fragiliza e vulnerabiliza. À medida em que vamos nos isolando, vamos nos tornando doentes. Vai-se a nossa inteligência emocional.
Em segundo lugar, a pluralidade traz deficiências morais. Moralidade é um acordo, no qual abro mão de parcela de minha liberdade em prol de algo maior, do bem comum. O certo e o errado, o bem e o mal, só existem em sociedade. Só existem numa relação. Se em minha "jaula" só cabe um, então, dentro dela não existe moralidade.
Então eu pergunto: quem, hoje em dia, está disposto a abrir mão de sua privacidade para ter, em troca, ligações duradouras? Quem está disposto a se permitir controlar, para ter, em troca, o conforto do pertencimento? Quem está disposto a construir casamentos perenes, mesmo dentro da igreja?
Aliança
Se você parar para examinar a natureza e a qualidade das relações de hoje, notará que elas estão cada vez mais superficiais, não afetivas, não emotivas, instrumentais, triviais, rápidas. Ninguém mais vai fundo numa conversa, numa amizade. Já aprendemos que isso é perigoso: vamos nos expor, vamos nos vulnerabilizar. É melhor adotarmos o estilo de borboletas relacionais. Vamos pousando nas flores, mas logo levantamos vôo.
Por vivermos nessa sociedade, muitos de nós nos esquecemos que somos o povo da aliança. Povo do pão e do vinho. Mas se nos tornamos incapazes de nos dar, de nos tornar dependentes dos outros, de nos submetermos uns aos outros em amor, então já não seremos signatários dessa aliança: estamos fora.
A Santa Ceia, símbolo dessa aliança, já não terá significado e valor, quando cada um está cuidando de sua própria vida, porque ela fala de comunhão, que quer dizer "coisas em comum", que quer dizer doação, como a do Filho; que quer dizer ser membro do mesmo corpo, que quer dizer pertencer e possuir. Ora, se celebramos esses valores e vivemos outra coisa, comemos e bebemos juízo para nós, porque já não discernimos o corpo (I Coríntios 11).
Se já não há Aliança entre nós, e cada um cuida de sua vida, então já não há corpo de Cristo, já não há povo, já não há Igreja. E o mistério que estivera oculto aos antigos, que foi revelado com a destruição da parede da separação, a parede da inimizade (Efésios 2: 11-22), torna-se, de novo, mistério incompreensível a nós, cristãos pós-modernos. Teremos levantado, de novo, as paredes. Talvez não tanto de inimizades, mas de não-amizades, de indiferenças. E isso é igualmente satânico.

O desafio que a pós-modernidade coloca à nossa geração é um desafio à igreja. Se, por meio dela, o projeto eterno de Deus não se fizer manifesto na nossa geração, terá desaparecido da terra o testemunho do Cordeiro. E estaremos dizendo, com nossas vidas, que tudo não passou de um belo sonho.
(Rubem Amorese)

27.5.05

Vácuo

Em nossa sociedade, muitas pessoas sofrem de falta de entusiasmo e de qualquer sentido dinâmico ou propósito em suas vidas. Durante alguns anos, eu próprio, tenho lutado contra esse "mal" terrível, que nos prosta e nos leva por carreiros perigosos em busca de significado, alívio e distração. Não foram poucos os momentos em que senti a sensação de desvalor pelas coisas e a incapacidade de despertar para um expectante e excitante novo dia. Essa depressão existencial crônica provêm daquilo que Viktor Frankl descreve como um "vácuo de valores", uma frustação da "vontade de sentido" básica. A tese básica de Frankl é de que "a vida é transformada quando se descobre uma missão que vale a pena cumprir".
É neste contexto de descoberta que podemos enxergar finalmente a nossa vocação. Martinho Lutero dizia que:"Todo o crente tem uma vocação na vida porque tem uma posição e, nesta posição, ele encontra sempre oportunidade de servir". Isto serve para todas as empreitadas e caminhos que tomemos em nossas vidas. A realização completa em uma dimensão vocacional é descrita pelas palavras do apóstolo Paulo:"Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, recto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda"(2Tm4;7-8). Paulo neste mundo moderno seria considerado um fanático, um doente; pois declara que todos tinham se afastado dele, inclusive alguns de seus colaboradores "Na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor...". Terminou a sua missão sem nada, isto é vazio daquelas coisas que o homem corre atrás e, sem a companhia daqueles que nos prendem com sua amizade, interesse e amor. "Mas o senhor me assistiu e me revestiu de forças...O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém."(v.16-18)
A falência e acúmulo de sentido juntam-se nesta vida e não mais se separam. A vitória e conforto só Jesus Cristo pode dar. Somente nele encontramos significado em nossas missões e corridas. Somente conscientes de uma missão, que precisa ser levada a cabo por nós, nos torna capazes de viver neste mundo desumano, ainda assim o nosso mundo, que serve de passagem para nossa Pátria Celestial Eterna, livre da aridez e das poeiras dos desertos, pois o rio que corre em nossa Cidade nos saciará para sempre.

Solidão Pós-Moderna


O Século XXI é mutante. Isso não chega a ser novidade, se pensarmos que o homem sempre esteve, digamos, evoluindo. A ciência e a tecnologia estão aí, dando saltos imensos, em frentes que vão da microbiologia e seus transgênicos à busca do deslindamento da história do universo, através das lentes de poderosos telescópios.
Somos mutantes, no entanto, no sentido de que nossa humanidade se perde nessas mudanças. Elas são em número e velocidade acima de nossa capacidade de absorção. Alienação passa a ser um antiácido a ser ingerido juntamente com a salada de frutas de informação que temos que deglutir todo dia.
Nossa desumanização começa, por exemplo, quando abrimos mão da casa paterna para tentar a vida em uma outra cidade ou país — e nunca mais voltamos. Nossos pais ficam sem netos e nossos filhos sem avós e tios. E nossa história, nossos valores, ideais, referenciais e heróis; nosso patrimônio simbólico, enfim, se perde na distância.
Longe da família e da igreja de origem, buscamos formar uma nova família. Uma família plasmada na correria da vida, na superficialidade, na sensualidade e na urgência oriunda de uma crescente carência afetiva. Tentamos reter na memória a nossa velha humanidade, mas já não nos sentimos à vontade abrindo o coração, falando do mundo interior, de sonhos, de ideais, de projetos de vida que, eventualmente, possam ser vividos a dois. "Ficamos" até onde for possível.
No ambiente de trabalho, as relações são cordiais o suficiente para esconder a luta encarniçada estabelecida pela competição: somente os mais adaptados sobrevivem. Os encontros, festas, almoços e jantares de negócio são o que resta dos laços cálidos e duradouros dos companheiros da infância.
Para sobreviver nesse ambiente hostil e exigente, pai e mãe precisam trabalhar. Para serem alguém, algo mais que simples "mão-de-obra", precisam de toda a energia disponível para tocar uma carreira de sucesso. Precisam vencer na vida. E essa vitória não comporta filhos. Pelo menos não do jeito antigo: filhos para serem amados em um convívio extenso e intenso. Agora eles são "curtidos" nos finais de semana em que não estejamos viajando a serviço. Durante a semana, terão uma boa educação numa creche ou numa escola de tempo integral. Desmamados cedo, eles aprendem a ser independentes.
Quando o divórcio vem (a carreira pode exigir), eles passam a viver ora com o pai, ora com a mãe — e com seus meio-irmãos, oriundos do novo casamento do pai e da mãe.
Não tenhamos pena desses nossos filhos. Eles se adaptarão. Sobreviverão e serão parecidos conosco. Não, serão melhores. Serão mais fortes e resistentes às distâncias, indiferenças e separações. Serão adaptados a um mundo onde não se olha para dentro, para a alma; aprenderão a ligar a televisão para não ouvir o silêncio; aprenderão a se ligar às pessoas sem chegar perto; aprenderão a confiar desconfiando e a não esperar misericórdia; aprenderão a fazer amor sem amar; aprenderão a viver no Século XXI. São mutantes.
Alguns deles, um dia, numa praça, numa esquina, ouvirão dizer que "Cristo salva". E pensarão: "não estou morrendo". Outros, no entanto, compreenderão que nEle lhes é possível uma nova e antiga humanidade — a humanidade original, na qual o colo do pai, da mãe, de tios e avós lhes é restaurado no mistério da igreja; no milagre da regeneração de seu próprio interior. Salvação. Nossos filhos mutantes, perdidos e órfãos ouvirão: "assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus" (Ef 2, 19)— e crerão.
(Rubem Amorese)

26.5.05

Celebração e Liturgia Numa Sociedade Pluralista


Uma das características dos tempos em que vivemos é a pluralidade. Este fenômeno se caracteriza pela imensa oferta de opções ao homem moderno. Opções a respeito de tudo. Ele pode escolher desde a cor da gravata até o sexo do bebê, passando pela quantidade de estrelas do seu macarrão ou índice de cafeína no seu "capuccino". Pode escolher entre centenas de marcas do sabonete (inclusive, adotar o estilo rústico de não-sabonete), orientações pedagógicas para seu filho, ideologia da sua revista semanal, o programa da noite, o sabor do chiclete (deste o tradicional tutti-frutti, até sabor picanha); pode escolher morar no campo ou na cidade, o presidente operário, caçador de marajás ou intelectual; viajar de jegue, de navio, ou de submarino; pode escolher entre diversos estilos de vida (tradicional-obtuso, tradicional-esclarecido, moderno, "prafrentex", revoltado, hippie, culto de esquerda, culto de direita, descuidado-charmoso, artístico-desligado etc.), ou mesmo seu próprio sexo, independentemente daquele de seu nascimento (esta escolha é chamada de "opção sexual").
A pluralidade se instala no homem moderno como uma inconsciente necessidade — ou compulsão, mesmo — de optar, alimentada pela mídia, e sustentada pela sociedade de mercado. Ao mercado interessa que o indivíduo esteja sempre pronto a experimentar algo novo, a mudar, a optar. Ele tem que viver em eterno estado de supermercado. A vida à sua frente tem que ser composta de prateleiras abarrotadas. E ele acha isso delicioso.
Este nosso cidadão também faz opções religiosas. Para isso também há prateleiras cheias de ofertas. Tem cristianismo tradicional (em bom estado), usado, avivado, renovado, recondicionado (mas com garantia de bênçãos); tem esoterismos (com poções ou sem poções mágicas); tem bruxas de meter medo (e bruxos simpáticos, também); tem até peças avulsas para seu "kit" religioso personalizado.
Ninguém escapa da força da pluralidade. Assim, quando acorda no domingo, o crente se predispõe a optar: — O que temos hoje, na prateleira? — lhe vem, inconscientemente ao espírito. E ele se dá conta que pode escolher como será sua manhã eclesiástica por diversos critérios à sua disposição: a igreja (templo, tenda, cinema, ar-livre, chácara etc.), o pastor (tradicional, falante, carismático, pedagógico, paternal etc.), a aula de Escola Dominical (em classes, sem classe, com ou sem professor, com auxílio audiovisual, flanelógrafo, revista etc.), o coral (ou conjunto de rock), os irmãos (fraternos ou arredios, distantes ou bisbilhoteiros etc.), o tipo de liturgia (dançante ou imóvel, "quente" ou "frio", com ou sem direito a arrepios, com corinhos ou com hinário, para assistir ou participar etc.).
Estabelece-se, assim, inevitavelmente, o mercado eclesiástico: o pastor acorda no domingo imaginando o que poderá oferecer de atraente aos seus "consumidores". Se ele não for criativo, começa a perder a concorrência. Se isso acontece, sua igreja perde em animação, perde em movimento; ele próprio perde prestígio no Conselho de Ministros da cidade (medido por número de membros ativos) e até na sua capacidade de influir na política local. Perde, inclusive, em dízimos e ofertas. Tudo fica comprometido. Desde os projetos missionários, até seu próprio sustento.
Este pastor precisa, portanto, estar constantemente atualizado sobre as novas tendências litúrgicas, para poder oferecer aos seus membros o que há de mais moderno e atraente. Ele precisa manter-se "na crista da onda". Se a "onda" é tremer, vamos tremer; se é roncar, que sejamos os primeiros; se é cair para trás, nosso povo já cai há muito tempo. Ah, o quente é redescobrir as formas litúrgicas medievais? Ora, já estamos até construindo uma catedral gótica, cheia de vitrais...
O leitor perdoe se o tom desta conversa vai ficando um pouco irônico. É que ele ajuda a ressaltar a parte ridícula de toda essa situação, no breve espaço de que dispomos. Não se trata de ser destrutivamente contra tudo o que é novo, mas de mostrar o perigo potencial embutido na situação. Na realidade, não me parece um mal em si o pastor se esmerar em oferecer uma liturgia dinâmica, atraente, viva e exuberante aos seus irmãos. O problema aparece, a meu ver, quando a lógica do mercado, acima esboçada, inverte a polaridade das relações no culto. Explico isto, com a metáfora da ópera.
Imagine um culto a Deus como uma sessão de ópera. Talvez esta seja a forma de expressão cultural mais evoluída e completa já alcançada por nossa civilização. Naquele momento mágico, há ambientação, há enredo; há drama, dança, música solada e sinfônica, há harmonia (entre músicos e atores-cantores), polifonia, sincronismo etc. e um público, que fornece o ambiente. Da conjugação destes e tantos outros fatores, resulta uma celebração completa, arrebatadora e bela. Nesse ambiente, todos celebram, de forma intensa, uma porção de seu patrimônio cultural.
Pois bem. Se um culto é semelhante a uma ópera, então temos um grande filão a explorar nesta metáfora. Por exemplo, o que podemos considerar como "harmonia" do culto (além daquela estritamente musical)? Quem são os apresentadores, no culto? Quem é o dirigente? Como se monta o enredo (o tema da peça)? Será ele uma comédia (no sentido de alegria) ou um drama? Quem decide? Quem participa?
De tantas perguntas, interessa-nos, aqui, uma, em especial: quem é a platéia? Na ópera, há um público que paga o bilhete. E no culto? Na ópera, esse público aplaude ou vaia, determinando a prosperidade ou o fechamento antecipado da temporada. E no culto?
Aí é que está. No culto, tanto o dirigente quanto a platéia são o próprio Deus. Todos os demais são apresentadores, atores, músicos, etc. Todos têm a responsabilidade de apresentar algo de belo a Deus. E este é o único que pode aplaudir ou vaiar. Os demais são parte do sucesso ou do fracasso.
À ovelha e ao pastor, cabe, no domingo pela manhã, perguntar-se: que opções tenho hoje? E escolher entre adorar ou não. "E todas as demais coisas vos serão acrescentadas..."
(Rubem Amorese)

25.5.05

A Culpa III

Recebendo o Perdão

Algo que verificamos amplamente com relação ao perdão é que é mais fácil obtê-lo do que dele desfrutar. Certas pessoas possuem uma consciência hipersensível. Elas encontram uma terrível dificuldade para sentirem que suas falhas foram perdoadas. Parece até que Deus está mais disposto a esquecer as suas ofensas do que elas mesmas. No fundo, não aceitamos que a solução para o sentimento de culpa não esteja em nossas mãos. Continuamos achando que é preciso fazer alguma coisa - pagar uma penitência, sofrer um castigo, ser vítima de alguma desgraça, penar o resto da vida. Achamos que podemos e devemos pagar pela nossa restauração! Não queremos ficar devendo nada a Deus! Mas o facto é que não podemos pagar nada. Somos absolutamente impotentes, tudo o que nos resta a fazer é receber, agradecidos, o perdão que nos é concedido pelas mãos que trazem o sinal dos cravos da cruz.
"Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais", foram os dizeres finais de Jesus àquela mulher apanhada em adúltério. Tudo o que ela tinha a fazer agora era aceitar a realidade daquela mensagem divina e receber o perdão que ele lhe oferecia de graça. As palavras de Jesus produziram cura instantânea naquela alma marcada pela culpa, vergonha e temor. É dessa maneira que o Salvador se propôe a curar-nos de nossas culpas de nossas lembranças mais duras e vergonhosas. Não precisamos pagar nada. Ele já pagou tudo. Se nos arrependermos de nossas faltas e confessarmos a ele, pedindo o seu perdão, ele nos perdoará e apagará as nossas transgressões. A única coisa que precisamos fazer é crer nisso.
Aquela mulher foi levada aos pés de Cristo violentamente, arrastada pelos fariseus, sob gritos da multidão. Mas nós temos o privilégio de sermos conduzidos à sua presença pela voz firme e suave do Espírito santo. A voz do Espírito nos fala ao coração, toca nossa consciência, coloca diante de nós os pecados cometidos e aponta na direção daquele que morreu para pagá-los. Louvado seja Deus!
Texto adaptado

24.5.05

A Culpa II

Mas a mulher foi levada à presença de Jesus sozinha. " E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas", disseram os fariseus (v.5). Na verdade, o que a lei estipulava é que ambos os envolvidos no pecado fossem mortos (Lc20.10). Então, por que o homen não foi também? Provavelmente, ele não se sentia culpado. Amparado por uma consciência cauterizada e por uma sociedade machista, seu raciocínio era: Por que devo ser corrigido ou julgado? Não fiz nada mais. Sou homem, e dos homens esperam-se atitudes desse tipo. As mulheres, sim, devem ser recatadas e fiéis. Ela cedeu não tive culpa." Ele fazia uso de um mecanismo psicológico conhecido como"negação". Negava qualquer culpa para si mesmo, privando-se, assim, de qualquer perdão.
O segundo grupo de personagens interessantes nessa história é o dos fariseus. Cada um deles tinha lá os seus pecados e culpas ( e o fim do episódio deixa isso muito claro !). Mas não foram a Jesus a levando os próprios erros e, sim, o da mulher. " Vejam a culpa dela", gritaram eles para quem quisesse ouvir. Esperavam com isso que, enquanto a multidão estivesse olhando para o pecado daquela infeliz, não olharia para os deles. A psicologia dá a esse mecanismo o nome de "projecção" - atribuir aos outros os defeitos que não gostamos de admitir em nós mesmos, desviando assim, para outra direção, os olhos vigilantes da censura. Todos conhecemos pessoas que estão sempre prontas a apontar pecados em outrem, talvez porque, no próprio coração, abriguem pecados inconfessáveis..., como disse Paul tournier " todos os homens se defendem, e se defendem atacando".
Confessando o pecado
Ao contrário dos demais, a mulher adúltera não tentou negar, justificar ou transferir suas responsabilidades, embora pudesse tentar fazê-lo, como os outros personagens da história. Assumiu a culpa, confessando-a com seu silêncio. Não ouvimos sair de seus lábios uma única palavra no sentido de defender-se, ou de retribuir as acusações que lhe faziam todos aqueles hipócritas. Apresentou-se humilde e maleável diante do Senhor Jesus.
Aquela mulher tinha, de facto as suas culpas, E fez com elas o que de mais saudável um ser humano pode fazer: confessou-as. A Bíblia diz: " O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia."(Pv28.13) continua

SINAIS

Evangélicos gays participam de Marcha para Jesus
"A Comunidade Cristã Nova Esperança e a Igreja para Todos, dois núcleos de evangélicos homossexuais da cidade de São Paulo, vão participar da Marcha para Jesus na próxima quinta-feira, identificando-se como 'igrejas para a diversidade'.
De acordo com o pastor Kim, da CCNE, eles não temem ataques homofóbicos por parte dos demais participantes. 'Vamos com camisetas que trazem estampadas dois meninos e duas meninas e eu vou abraçado com o meu namorado como faço em todo lugar', declarou para a reportagem do Mix Brasil.
As duas igrejas alegam que têm o direito de participar da marcha pelo fato de serem cristãos como os demais. 'Vamos conquistar nosso espaço com o tempo, mostrando aos outros evangélicos quem nós somos', disse Kim.
O evento é mundial. No Brasil, está sendo organizado pela Igreja Renascer em Cristo."
Marcha em NY pede aprovação de casamento gay
"Duas mil pessoas fizeram uma passeata pela ponte do Brooklyn, em Nova York, ontem, pedindo a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A manifestação foi patrocinada pela Marriage Equality New York e teve a participação de vários casais, alguns com filhos.
Os manifestantes levavam placas com os dizeres 'O amor é um valor da família', 'Deus nos fez gays' e 'A supremacia hétero é imoral'. Apesar da chuva, a multidão estava empolgada cantando versos que pediam a igualdade de direitos.
Esta foi a segunda Marcha pelo Casamento na cidade e contou com mais participantes que a anterior, realizada ano passado. Liderava a marcha o casal Gustavo Archilla, 90, e Elmer Lokkins, 86. Os dois estão juntos desde 1945."
Central de notícias do site www.uol.com.br

23.5.05

A Culpa

"Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! então lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais."(Jo8:10-11)

Não é difícil pecar, decepcionar a Deus e a nós mesmos. Não é difícil mentir, adulterar, exceder-se no namoro, ser desonesto, ceder à lascívia, maldizer, magoar, quebrar promessas, render-se a um vício. Difícil é conviver com a culpa que o pecado traz.
O sentimento de culpa é uma das forças mais poderosas que podem agir sobre nossas emoções. E ele está, de alguma forma, presente em todas as enfermidades interiores. Para resistir ao seu peso esmagador, o ser humano toma as atitudes mais diversas e radicais. Todas as pessoas vêem-se às voltas com a culpa e tentam lidar com ela; muitas vezes, da maneira errada. Constatamos isso na experiência dos personagens bíblicos e também na do homem moderno. Diante da culpa, alguns
esquivam-se como Adão(Gn3.11,12);
endurecem-se como Caim(Gn4.8,9);
fogem como Moisés(Ex2.11-15);
enloquecem como Saul(1Sm16.14);
consomem-se como davi(Sl32.1-5);
choram como Pedro(Mt26.75);
suicidam-se como Judas(Mt27.3-5).
A experiência da mulher adúltera, no entanto, ensina-nos a forma adequada e saudável de lidarmos com esse sentimento. Com ela aprendemos que só aos pés de Jesus podemos obter o alívio para esse peso.
Reconhecendo a Culpa
O primeiro passo para superar o sentimento de culpa é reconhecer o pecado. É por relutar em admiti-lo que a maioria das pessoas afunda-se no remorso e na manipulação, em vez de crescer com seus erros e livrar-se deles. No episódio da mulher apanhada em flagrante adultério, estiveram envolvidas algumas pessoas que não estavam dispostas a reconhecer sua culpa, e por isso saíram dali sem a bênção e sem o perdão.
O primeiro personagem que nos chama a atenção nessa história é o adúltero. Ele merece destaque pelo simples facto de não aparecer no texto. Onde está ele? Obviamente o adultério é o tipo de pecado que não dá para se cometer sozinho! (continua)

20.5.05

A Triste Figura de Figo

Graças ao regresso de Figo à selecção portuguesa descobri que Portugal não tem um mas dois seleccionadores brasileiros Luiz Felipe Scolari e Vanderlei Luxemburgo. Pode parecer que foi Scolari quem convocou Figo, mas na verdade foi Vanderlei, ao enfiar o seu valioso rabiosque no banco de suplentes do Real Madrid. Consumido pelo tédio, o nosso herói achou por bem vir até cá dar uns pontapés na bola contra os rapazes da Eslováquia. Para Figo, representar Portugal é ligeiramente melhor do que não representar o Real Madrid. Eu curvo-me perante tamanha generosidade.E agora que já me curvei, devo dizer que isto me perturba a úlcera - é preciso ser-se muito banana para colocar uma selecção de futebol inteira à disposição dos caprichos de um único jogador. Figo é um dos melhores futebolistas portugueses de todos os tempos? Sem dúvida. Figo tem ainda um lugar indiscutível entre os titulares da selecção? Com certeza. Mas há princípios que se devem sobrepor às habilidades com uma bola de futebol. A sua convocatória é uma tremenda injustiça, e ao elevarem Figo, Luiz Felipe Scolari e Gilberto Madaíl rebaixaram todos os outros jogadores, meros peões diante da chegada do rei.A forma como Figo anunciou a sua saída da selecção após o Europeu foi tristíssima de ver - ficava a ideia de que ele não estava para se cansar nas qualificações mas admitia regressar em caso de apuramento para o Mundial, a tempo de embolsar mais uns contratos de publicidade. A sua vinda agora, quando não joga no seu clube e já sabe que o Real Madrid não conta com ele para a próxima época, confirma o pior para Figo, a selecção é uma montra para exibir a sua pessoa. Na verdade, ele não vem jogar - ele vem mostrar-se. E se o Figo futebolista nunca me cansou, há muito que enjoei do Figo que assinou em simultâneo por dois clubes italianos, do Figo que trocou Barcelona por Madrid, do Figo peseteiro. Mais não, obrigado.
João Miguel Tavares ( in Diário de Notícias)

A Bola e o Kenkica

Eu tenho um priminho chamado Marco que sonha com a bola. Marco mora em Torres Novas e é do Kenkica. Este moleque é bom da "bola", pois ser do Kopotin ou do Kópoto no mínimo revela algum desvio bolístico. Tanto o kenkica (Águia) como a bola (visão relacionamentos significativos) são boas opções. A Águia, símbolo de garra, de visão apurada, determinação, são características fundamentais para entender este mundo e viver nele. Já a "bola" fala-nos da amizade do conhecimento de nós mesmos e dos outros. Ensina-nos entre muitas coisas a conhecer nossos sentimentos, aquelas emoções que muitas vezes nem nós conhecemos.
Um beijão para a Susana( mãe do Marquinho) Bia e priminhos. Um abração e beijão especial para o Marquinho. Viva o Kenkica.

19.5.05

E não vos Con - formeis

Vivemos um tempo de supermercado e de zoológico. O supermercado é a metáfora para pluralidade, em que crescem as opções sociais para tudo o que o cidadão possa imaginar. Já o zoológico é a imagem da privatização, onde me refugio dos outros para poder ser eu mesmo e gozar minhas opções. É o espaço das indiferenças.(Rubem Amorese)
Rubem está falando daquilo que perdemos. Naquele ambiente cheio de significado, de convívio, de estabilidade e outros valores antigos. Como consumidores desta época vamo-nos tornando em "borboletas relacionais". Pousando numa flor já pensando em outra. E o tempo no solo, como dizem as companhias aéreas, será o menor possível. É o reflexo de pousar numa prateleira já pensando na próxima. É o efeito zapping, pelo qual, com um controle remoto na mão, nós trocamos de canais mais rápido que a vista. Num mundo de prateleiras, diz Rubem, impera a volubilidade, o charme, as cores, o novo. Há uma grande ansiedade por experimentar tudo - agora.
Nos nossos relacionamentos não somos diferentes. O descompromisso, a indiferença, a ausência de valores públicos, a falta de solidariedade e tantos outros subprodutos desse supermercado que se manifesta em toda a actividade humana, esfacelando as instituições mais sólidas, entre elas a família.
As pessoas, passo a passo, vão desaprendendo a conviver. Vão cuidando das próprias vidas e guardando distância das outras, vivendo em tocas. Paradoxalmente, essas pessoas que se sentem sós, procuram o casamento. E levam essas deformações, como uma espécie de bagagem maldita, para dentro do sonho de viver em família, com estabilidade, filhos, ideais, projectos de vida e conforto emocional. Resultado: pobreza, num sentido profundo. Lares desestruturados provêm de lares desestruturados e geram, embora nem sempre, lares desestruturados. E tudo o que a pessoa haverá de ser na sua vida trará as marcas desse ambiente original, ou da falta dele.

Rolando e Mexendo

A bola sempre foi o meu brinquedo preferido e realmente significativo que tive em minha infância. Pode ser por isso, que ainda hoje, ao ver os garotos jogando na rua sinto vontade de me misturar e participar. A bola tem um fascínio sobre mim, não tenho dúvidas, mas também me traz algumas decepções. Quando estamos longe, algo acontece de extraordinário, sofremos mais. Sofrimento desportivo. Sofrer com a seleção de Portugal e Benfica é uma coisa mas sofrer com o Sporting e Porto etc, é outra. Mas é isso que acontece. Fiquei muito aborrecido e triste com a derrota do Sporting. Quando estamos longe da nossa terra, somos mais de todos e não tanto torcedores fanáticos e doentes de uma cor ou símbolo. Somos mais Portugal. Até é possível torcer pelos rivais e ficar feliz pelas suas vitórias. Esta é uma perspectiva daqueles que enxergam de longe onde os sentimentos nem são maiores nem menores, são simplesmente mais claros e definidos. Sendo assim, a bola não só rola, mas mexe com a gente, trazendo à tona muitos sentimentos que nos ensinam a olhar o desporto e o futebol de forma muito sadia e relevante para os dias de hoje. No entanto as claques com seus discursos racistas e xenófobos vêm arrastando cada vez mais adeptos, fruto não só da rivalidade imposta pela própria competição, mas também por fenómenos acelerados provenientes da época, tais como: a falta de sentido da vida; rejeição; desemprego e solidão...
Uma visão mais otimista a este nível não é possivel, até porque o que está movimentando muitos destes fenómenos é o dinheiro, muito dinheiro - o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.

18.5.05

CSK 3 X SPORTING 1


Portugal tem passado pela crise do "quase". É de segundo em segundo lugar. Mais uma vez não foi dessa vez.

Olhando para Nós curando os Outros

Nossas igrejas estão repletas de "experts" da vida alheia, porém são poucos os que sabem da sua própria vida. É muito comum encontrarmos "profecias" sobre a vida dos outros, mas são poucos os profetas que olham e conhecem o seu próprio coração. "Os moralistas mais intolerantes e implacáveis no seu julgamento e condenação para com o próximo geralmente carregam alguma tara ou desvio moral inconfessado". Não gostamos de nos confrontar com o nosso pecado, então fazemo-lo com os outros. O apóstolo Tiago escreve:"Confessai , pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos os outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo"(Tg5:16). Eis a solução para os doentes de nossa igreja. No entanto, falta coragem para por em prática esse tipo de intimidade uns com outros, a não confiança no nosso irmão tem nos levado a sofrer sozinhos, a perder a possibilidade de cura, para tantos males (físicos e espirituais) que nos têm assolado.

Práticas cristãs

Quando conseguimos reconhecer diante de Deus, da igreja e do próximo que temos andado por caminhos tenebrosos, amado mais a mentira do que a verdade, demonstra que a luz e a verdade, triunfaram sobre a mentira e as trevas. A confissão é o desmascaramento da falsidade e a exaltação da verdade que é Deus. Este esforço por tornar a confissão sincera e verdadeira levará o pecador a um profundo conhecimento de si mesmo. Francisco de Assis, certa vez orou dizendo:"Eu oro por uma santa humildade, a habilidade de ver e aceitar a mim mesmo como sou".
A preocupação pelo estético (a forma é o mais importante do que o conteúdo) e o sentir-se bem (a centralização do homem e suas emoções) têm, substituído sistematicamente elementos litúrgicos como a confissão, ou mesmo a leitura da Palavra de Deus. Não podemos ter um culto onde a liturgia aponta tão somente para as coisas positivas como: ações de graças, testemunhos de vitória e cânticos triunfalistas.
" Gratidão e confissão são como a expiração e inspiração na respiração. Pertence um ao outro". Estes dois lados da moeda são absolutamente imprescindíveis no acto do culto. Através da confissão eu conheço a mim mesmo e através da gratidão e louvor conheço a Deus e seu amor. Blaise pascal disse:"O homem que conhece a Deus, mas não conhece sua própria miséria, torna-se orgulhoso. O homem que conhece sua própria miséria, mas não conhece a Deus, termina em desespero"O culto cristão deve resgatar estes dois aspectos do coração. Autenticidade e verdadeira adoração é alcançada quando permitimos que o amor de Deus que nos conhece e sabe quem somos resida em nós.

16.5.05

Amar É Ser Radical

O mundo em que vivemos, não está de jeito nenhum, virado para a pessoa de Jesus Cristo. Outras pessoas e outros nomes têm ocupado a mídia e as mentes dos homens. O descaso e a indiferença tomou conta das sociedades que vivem cada vez mais divididas entre si, refugiando-se nas distrações e distorções da época. As lágrimas vertidas são na maioria de raiva e de ressentimentos, culpas que se tornam cada vez mais pesadas com as experiências e dificuldades do dia a dia." E peguntou: Onde o sepultaste? Eles lhe responderam: Senhor, vem e vê! Jesus chorou. Então, disseram os judeus: Vede quanto o amava."(Jo11:34-36)
Há cerca de dois mil anos, Jesus o Verbo Encarnado, derramou lágrimas... O pranto de Cristo fala-nos eloquentemente a respeito de seu carácter. Ele nos descortina as profundezas do seu coração. Ensina-nos verdades sobre o Salvador que não poderíamos comprender de nenhuma outra forma. Desse modo, as lágrimas de Jesus também conseguem tocar-nos no mais íntimo da alma, levando-nos ao arrependimento, à conversão e à paz.
A idéia de um Deus amoroso era estranha aos povos da Antiguidade. Nos versos da Ilíada, Homero disse que "os deuses ordenam que a sorte dos homens é sofrer, enquanto eles mesmos são livres de preocupações". Os gregos acreditavam que a principal característica dos deuses era a apatheia, ou seja, uma total indiferença para com os sentimentos dos mortais. Mesmo entre os judeus - que tinham preceitos religiosos mais elevados - Iahweh era visto como alguém distante, que se relacionava com os homens tão-somente por meio da lei. Ao apresentar o Senhor como um Pai que se envolvia com os dramas de seus filhos, Cristo escandalizou os escribas e os fariseus.
No livro Cartas do Diabo ao Seu Aprendiz, C.S. Lewis imagina como seria a correspondência entre um demônio experiente e seu sobrinho novato. Em meio a uma série de "conselhos" sobre a melhor forma de semear tentações, o velho diabo Screwtape deixa escapar uma dúvida. Como pode o Criador(a quem ele chama de "Inimigo") amar suas criaturas e sacrificar-se pelo seu bem? Ele considera isso o maior dos mistérios, algo que a mente infernal não é capaz de entender.
Jesus chorou porque se entristece como os homens se entristecem. Ele caminha com os sofredores, no entanto, as lágrimas de Jesus não são em tudo iguais às nossas. É que não encontramos nelas traço de fraqueza, limitação ou desespero. Como no cemitério de Betânia, Cristo sabe que tem as coisas sob controle, e que por fim triunfará plenamente. Às vezes choramos porque não podemos fazer mais nada, porque chegamos ao nosso limite. Tal não se dá com Jesus. Suas lágrimas não são sinal de impotência, mas de um amor que se apressa a socorrer os aflitos com incrível suficiência e poder.
"Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles com quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer" (Os11;4).

Ansiedade

Algo que nos pertuba é sentir o céu em silêncio. Se oramos e não obtivermos resposta, se não sentimos paz, se não ouvimos uma palavra que nos dê solução ou conforto, então sobrevêm-nos uma ansiedade que nos consome, uma solidão que nos massacra.
"Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora."(Ap8:1)
Vemos na Bíblia que muitos homens e mulheres de Deus tiveram seus momentos de ansiedade, angústia e desânimo. Em alguns casos, a depressão alcançou propoções tão graves, que esses nobres personagens bíblicos chegaram a desejar a morte - e mesmo a pedi-la a Deus. Foi vivendo um momento desse que Moisés disse:"Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor aos teus olhos, não me deixes ver a minha miséria".(Nm11:15)
Elias, ameaçado por Jezabel, " foi ao deserto, caminho de um dia, e veio e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor que meus pais".(1Rs19:4)
Jonas e Jeremias, este foi mais longe: desejou nunca ter nascido(Jr20:14,17,18). Até o apóstolo Paulo, admirado como modelo de firmeza de perseverança, esteve perto de desistir:" Porque não quero, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças a ponto de desesperarmos até da própria vida"(2Co1:8)
Mas o que acontece quando Deus não fala? Quando há silêncio no céu, preparam-se grandes coisas. Quando há silêncio no céu as orações são recebidas. Quando há silêncio no céu ouve-se barulho na terra. Quando há silêncio no céu Deus envia a sua resposta.
A coragem não consiste na ausência de medo e ansiedade, mas na capacidade de prosseguir, mesmo quando temeroso. Gary Collins

14.5.05

Eu já sabia

Benfica campeão? Ao fim de tantos anos, pode ser... O campeonato foi equilibrado. O Porto não esteve bem e Sporting irá ficar com a Copa Uefa. Viva o Benfica.

Heróis da Areia

Heróis do mar, nobre povo... Foi assim que Portugal entrou na arena de Copacabana e venceu o Brasil, mostrando que raça e talento não são características exclusivas dos brasileiros. Madjer o maior em todos os aspectos. Foi bom demais poder calar os meus vizinhos e içar a bandeira pela primeira vez na janela de minha casa. Amanhã é a França. Temos umas contas a ajustar.

13.5.05

13 de maio de 1888 - Abolição da escravatura no Brasil


É um assunto sério e complexo. Sabemos de muitas crueldades cometidas contra os escravos vindos para o Brasil (pelos traficantes, pelos feitores ou pelos senhores). Com o fim da escravatura surgiram vários problemas sociais como desemprego, falta de moradia e outras necessidades. Vieram então os trabalhadores de várias partes da europa e também do oriente. E isso fez de nós essa mistura, essa "raça" de pessoas tão bonitas e criativas devido às combinações raciais e culturais. O brasileiro é antes de tudo um forte. Temos essa mancha em nossa história, mas soubemos como ninguém reverter essa situação triste em um povo alegre e diversificado. Quantos podem dizer que tem em seu sangue a força do negro, a delicadeza do oriental, a simpatia do indígena e a determinação do europeu?

Renata

12.5.05

Comentário ao post Neblina que não se Dissipa

Os obscurecidos de entendimento, talvez, sejam aqueles que procuram o conhecimento para saber mais - os curiosos; ou aqueles que desejam conhecer mais para ser conhecidos - os vaidosos; ou aqueles que procuram o conhecimento para o vender - os pouco honestos; ou, contrariamente (os não obscurecidos), aqueles que procuram o conhecimento para edificação de outros - os que amam. Como o homem é o único ser intelectual à face da terra, tem a obrigação moral de levar uma vida intelectual - para edificação dos outros. E quem "pensa que pode levar uma vida de estudo da verdade enquanto continua a viver uma vida iníqua, continua no erro." (Santo Agostinho). Portanto, conhecer e fazer, ouvir e obedecer são conceitos completamente interligados para aqueles que têm convicções fundamentalmente cristãs.
Fernanda Marques da Silva

Duas Mentes

Ando a ler Inteligência Emocional de Daniel Goleman, e estou curioso para saber aonde este livro vai me levar. Agradeço à Fernanda (minha irmã) a oferta deste livro. Goleman diz que: "Num sentido muito real, temos duas mentes, uma que pensa e outra que sente. Uma, a mente racional, é o modo de compreenção de que temos tipicamente consciência: mais proeminente em matéria de atenção, pensativo, capaz de ponderar e reflectir. Mas ao lado deste existe um outro sistema de conhecimento: impulsivo e poderoso, ainda que por vezes ilógico - a mente emocional." A propósito desta tensão entre razão e emoção, Erasmo de Roterdão, o grande humanista de século XVI, (que Calvino muitas vezes discordou) escreveu numa veia satírica a respeito desta velha batalha.
Para que a vida humana não fosse totalmente triste e enfandonha, Júpiter concedeu-lhes muito mais paixões do que razão, na proporção de um asse ( isto é, de 24 para 51) para meia onça. Além disso, relegou a razão para um canto estreito da cabeça, deixando todo o resto do corpo entregue ao domínio das paixões. Por fim, opôs à razão isolada a violência de dois tiranos: a Cólera, que domina a cidadela do peito, com a fonte da vida, que é o coração, e Concupiscência, cujo império se estende até ao baixo-ventre. Como conseguirá a razão se defender-se destes dois inimigos, para mais reunidos? A vida comum dos homens mostra-o com bastante clareza. A razão apenas consegue gritar, até enrouquecer, as leis da honestidade. É rainha de quem os homens troçam e injuriam até que, cansada, se cala e se confessa vencida.

Neblina que não se Dissipa

"Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração".(Ef4:18)
Retira o véu se és capaz! Afasta o nevoeiro que te impede de ver o que está bem na tua frente!
Deus não se encontra "tateando", tão pouco na introspecção do "conhece-te a ti mesmo" dos filósofos gregos da antiguidade. Deus não se encontra, nem se deixa achar. Ele está aí em todo o lugar e em parte nenhuma, pois os olhos da razão não conseguem penetrar nas trevas a não ser que haja Luz. Os corações de pedra são quebrados pela Palavra, pelo milagre são transformados em carne. A simplicidade e descoberta nos torna sensíveis e desejosos por ser o que Ele é. Despojando-nos de toda a impureza e malícia, nos vestimos de uma roupa criada segundo Deus e não segundo as boas intenções desta época. Somos constantemente iludidos pelos sentidos, pelos pensamentos envaidecidos, que nos dizem que por de trás da neblina não há nada, somente eu e o meu intelecto, que afinal não é suficiente para entender o que só pode ser discernido espiritualmente. Paul Tillich disse que: "O homem só pode enxergar a majestade de Deus quando descobrir sua miséria e só pode ver sua miséria quando descobrir a majestade de Deus."

11.5.05

Nuno o não Anônimo

"Há gestos que nos dizem mais que as palavras, de facto, mas quando o gesto acompanha e confirma as palavras é muito melhor."

Vidas banais

Será que podemos avaliar uma pessoa pela sua produtividade? Será que podemos medir os outros por aquilo que eles fazem? Quem pode dizer que controla sua vida, suas decisões, seu destino?
Quanto mais vivo menos sei a respeito. Talvez não tenha frequentado, ou vivido aquela escola em que os homens são forjados para serem vencedores - conquistadores. Ouço falar há muito tempo, que existem caminhos que devem ser trilhados, isto é, rotas que nos levam ao sucesso e independência. Se assim é, devo ser um fracasso completo, um rebelde inconformado. Nunca consegui encontrar essas estradas ao contrário os labirintos e os becos sempre acabavam por me atrair. Olhando agora de longe todo o trajecto percorrido, vejo a mão de Deus me carregando, os anjos, ministros ao serviço dos santos, me protegendo e enviando inúmeros sinais de sua dedicação. Os caminhos que andamos e insistimos em andar, que aos olhos da sociedade não passam de caminhos maus, são transformados em algum lugar da história em caminhos de conquista e vitória. Deus é o Único que pode fazer isso, mas Ele o faz através de homens e mulheres. O senso de impotência e indiferença é algo assustador. Achamos que não podemos fazer nada pelo o outro, pois nos ultrapassa, não temos nada a ver com isso, cada um escolhe seu caminho, dizemos nós. E a verdade é que perdemos a oportunidade de experimentar um pequeno vislumbre do amor de Deus.
Uma vida banal aos olhos de quem? Do mundo? Da sociedade? Da família?
Tenho sentido que a maioria de nós somos como aqueles que passaram do outro lado da estrada e fingiram que não viram aquele que estava prostado. Deus sempre nos conduzirá para estradas e becos que não queremos, não para sair de lá doentes, mas, extraordinariamente deslumbrados, abençoados com o que lá vimos e sentimos. Viver e morrer, sem ter a experiência de ajudar alguém a levantar-se, de ser instrumento de cura e libertação, de ser um "samaritano", pode no final da vida nos entristecer. Olhemos o outro lado da estrada, há sempre alguém que espera por nós, pode até ser um anjo que precisa de ser hospedado.

10.5.05

O Deserto e a Enfermidade

" Os doentes e sofredores são os favoritos de Deus"


O autor do Salmo 102 talvez atravessasse o deserto em uma de suas viagens quando, de repente, se deparou com uma cena trágica e insólita. A visão inesperada, quase absurda, de um pelicano solitário fraco e doente, morrendo de sede em pleno ermo, ficou registrada indelevelmente em sua memória. Assim, alguns anos mais tarde, quando ele experimentou um momento difícil na própria vida - ficou enfermo, vulnerável e só - lembrou-se da pobre ave e, com a voz embargada declarou: "Sou como o pelicano no deserto".
O salmo 102 foi escrito por um homem enfermo e angustiado. Ele é conhecido como "A oração dos aflitos". O autor se indentificou com o pelicano no deserto, e nós podemos nos identificar com ele e aprender lições importantes.
A enfermidade é um desafio. A tranquilidade da vida pode ser interrompida quando uma pessoa adoece. Costumamos dizer: "Com saúde, tudo vai bem". Se estamos bem, temos condições de enfrentar os desafios e superá-los com a graça de Deus. Entretanto, e quando o desafio é exactamente a falta de saúde? A doença gera uma série de sentimentos e reações, que pode ir , desde a ansiedade e solidão ao isolamento. A raiva, mágoa e desconfiança pode se instalar dentro de nós a tal ponto de virarmos num repente um "bicho a evitar". Quando estamos doentes, não só o corpo, mas também o espirito se abate.
O salmista ao lembrar-se do pelicano, em seu leito de enfermidade, descreve com clareza essa conjução de sofrimentos físicos e emocionais:
Os meus ossos ardem como em fornalha v.3. Ele padecia de uma febre intensa e contínua.
Até me esqueço de comer o meu pão v.4. Não tinha apetite.
Os meus ossos já se apegam à pele v.5. Perdeu peso rápidamente.
Por causa do meu dolorido gemer v.5. Sentia dores fortes, que os remédios não eram capazes de aliviar.
Não durmo v.7. A insônia tornava as horas passadas sobre a cama ainda mais longas e penosas.
Não me ocultes o teu rosto no dia da minha angústia v.2. Achava que sua doença já havia se prolongado muito, e estava impaciente.
Ferido como a erva, secou-se o meu coração v.4. Sentia-se desanimado, deprimido, irritado. Parecia que sua fé estava se avaporando.
Sou como um pelicano no deserto.
Um pelicano necessita de água para viver e um ser humano precisa de saúde para ser feliz. Por isso quando o nosso estado físico se assemelha a um lago que secou, nós nos sentimos como um pelicano no deserto. Nessas horas, a pergunta que se faz a Deus é? Por quê? Por que essa doença, Senhor? Por que comigo?
As causas da enfermidade é um assunto muito discutido nos dias de hoje. As perguntas que fazemos são antigas. Infelizmente, muitos ignorantes e exploradores têm se aproveitado desse facto. Antes de responderem às questões, trazem ainda mais sofrimento para os doentes. Existem pregadores que ensinam que toda a doença é resultado do pecado ou falta de fé. Precisam ler a história de Jó; e também joão 9:2-3. Esse tipo de discurso leva os doentes a ficarem mais doentes, pois além de se sentirem doentes, eles passam a se sentirem culpados. A Palavra de Deus pode nos esclarecer no que diz respeito às causas da enfermidade. A Bíblia ensina que a morte não estava nos planos de Deus para o homem, tampouco a doença. Foi como resultado de desobediência que as pessoas começaram a adoecer e morrer. Deus nos diz que só no céu estaremos livres dela, pois ali, mais uma vez, a humanidade terá acesso à árvore da vida, cujas folhas " são para cura dos povos" Ap 22:2. Assim, quando nos perguntamos por que as pessoas ficam doentes, a Bíblia aponta 5 possíveis causas: 1) Adoecemos por causa da fraglidade humana, Sl103:14; Gl4:3; 1Tm5:23. 2) Adoecemos por causa dos nossos hábitos, Sl104:14-15;Is55:12. 3) Adoecemos por causa dos nossos pecados, Nm12:9-10;Sl32:3-5. 4)Adoecemos por causa da vontade de Deus, Is:10;; 11:14-15. 5) Adoecemos por causa da perseguição do diabo, Jó2:7; Lc13:10-16; At10:38.
Já que existem tantas causas possíveis para as enfermidades devemos evitar conclusões apressadas e nos abster de fazer julgamentos. Quando somos atingidos por uma enfermidade, devemos investigar, com oração e sabedoria, qual a causa. Não devemos esquecer, nesse processo, de consultar os médicos e de buscar conselho com os irmãos mais experientes. Esse é o procedimento normal. Contudo pode acontecer de, em certos casos, não conseguirmos encontrar o motivo de uma doença, (Cf Sl37:4-5). Jesus nos responde: "O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois" Jo13:7. Resta-nos a difícil e ousada decisão de confiar no Senhor.

9.5.05

Comunicar

Num século cada vez mais imediatista, consumista e superficial, a conformação com os sistemas deste mundo tiram-nos a visão do outro. Outro, que pode ser um velho, um jovem ou até mesmo uma criança barulhenta. No convívio com outros irmãos é belo poder ser abraçado e abraçar como fruto de uma relação cristã profunda que ultrapassa em muito os contactos superficais e cronometrados do dia a dia. A amizade sem interesse despida de preconceitos é visível quando visitamos uma igreja pela primeira vez. Aí, podemos sentir e perceber as razões do amor que nos une: Jesus Cristo. Ao conversar com os velhinhos e velhinhas mesmo que estas muitas vezes não me ouvissem bem, eram um sinal bem evidente para mim, que era eu que deveria ouvir. Depois os abraços sentidos que recebi, são respostas mais que satisfatórias às minhas carências e ansiedades. Dialogar sem usar palavras é uma experiência espiritual que precisamos resgatar. Saber olhar nos olhos do outro e entender o seu sorriso ou a sua mágoa sem dizer uma palavra é comunicar.

7.5.05

A Bíblia

A Bíblia não nos foi dada para sabermos como é o céu, mas como irmos para o céu.

Galileu Galileu - 1564-1642

Um Dia Especial

Este domingo estarei visitando nada menos que a terceira igreja congregacional mais antiga fundada no Brasil, a I.E.C. em Passa Três organizada em 1897. É uma igreja histórica tradicional. Estarei pregando de manhã e de noite. Neste domingo comemora-se também o dia das mães. Sei que Deus nos reserva grandes bênçãos neste dia especial.

Ivo e os Charros

Ivo Ferreira, um jovem realizador, buscava no Dubai inspiração. O deserto e umas "ganzas"(baseados), era tudo o que precisava para ter momentos de grande criatividade. A não ser que o produto fosse ruim. Até aqui, tudo estava correndo como Ivo planejara. Só que a ignorância ou menosprezo pelas leis e costumes de outras nações deixaram Ivo em situação difícil. Neste caso, consumo de haxixe daria os 5 anos de xadrez. Em outros países não muito longe dos Emirados, a pena é bem maior. Um dos grandes produtores de haxixe é a Líbia e Marrocos, sabendo que nestes países a hipocrisia é tanta, ao ponto de que só os estrangeiros é que sofrem este tipo de perseguição (consumo). Os próprios Xeques e seus príncipes escondem em seus buracos muita droga. Vejamos o caso de um dos filhos de Sadam que era consumidor de heroína. A imagem que alguns países querem passar de moralista, é enganadora. Eles têm os mesmos problemas que os ocidentais e aqui incluímos a China que não trata seus doentes, assim como a maioria das nações árabes. Uma posição radical declara que os chineses e os árabes é que estão correctos ao lidarem com o problema do consumo de droga, no entanto quando o "feitiço se vira contra o feitiçeiro", é que são elas. Muitos hoje tem uma opinião diferente porque o problema já não é somente dos outros, agora ele existe em sua casa também. Nestas coisas de interceder pelos os outros, parece que o Figo já fez a sua parte( este um dia vai virar político), até porque dá-se bem com aquela gente. O empresário Barbosa o próprio presidente da república já manifestaram a sua solidariedade com o Ivo. Salta há vista que a influência dos portugueses não é tão significativa, os interesses portugueses não são relevantes com esta nação e vice-versa. Se fosse os ingleses... O fim disto tudo é a libertação de Ivo, pairando no ar depois a sensação que o gesto de magnitude extrema foi de uma misericórdia inaudita. Os telhados de vidros que fazem parte da estética dos "soberanos" sempre acaba por quebrar só que na maioria das vezes a gente não sabe. Ainda bem.

6.5.05

Herodes o Matador de Meninos

Eusébio de Cesaréia (IV séc), em sua História Eclesiástica, cita Josefo narrando os últimos dias de Herodes. Este ordenou mediante um edito matar os meninos de Belém de peito e redondezas, de dois anos para baixo. O alvo era Aquele que o profeta Miquéias tinha falado. Mas Jesus o menino, levado para o Egipto, adiantou-se ao plano. (Mt2:1-7; 16:13-15)
As consequências da ação de Herodes em relação ao infanticídio que cometera e perseguição ao Salvador, foram terrivelmente descritas e explicadas extensamente por Josefo em seus relatos históricos: A doença de Herodes fazia-se mais e mais virulenta. Deus vingava seus crimes. Com efeito, era um fogo suave que não denunciava ao tacto dos que apalpavam um abrasamento como o que por dentro aumentava sua destruição; e logo uma vontade terrível de comer algo, sem que nada lhe servisse, ulcerações e dores atrozes nos intestinos, e sobretudo no ventre, com inchaço úmido e reluzente nos pés. Em torno do baixo ventre tinha uma infecção parecida; mais ainda, suas partes pudendas estavam podres e criavam vermes. Sua respiração era de uma rigidez aguda e extremamente desagradável pela carga de supuração e por sua forte asma; em todos os seus membros sofria espasmos de uma força insuportável...Depois, torturado, também pela falta de alimento e por uma tosse espasmódica e abatido pelas dores, tramava anticipar a hora fatal. Além destes detalhes mandou que matassem outro de seus filhos legítimos, terceiro que somou aos outros dois já assassinados anteriormente, no mesmo momento, de repente e entre enormes dores, expirou. Aos setenta anos, provavelmente em março ou abril de 4 a.C.
A narração de Josefo (que é muito extensa), leva-nos a olhar as Escrituras e lembrar de como "Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo".

Qual será nossa Ocupação na Eternidade?

Esta é daquelas perguntas sem resposta. Só podemos especular. Há quem diga que vamos cantar louvores a Deus, com a mente mais desenvolvida. No entanto parece-me pouco diante da eternidade. A Glória e Majestade de Deus e a presença de nosso Senhor como Aquele a quem prestamos honra e adoração, deve ter outras formas de adoração e expressões que desconhecemos. As Escrituras neste e outros casos dá-nos a resposta:"As coisas encobertas são para o nosso Deus e as reveladas para nós e nossos filhos.(Dt29;29)

"Soberbo" (nome deste local)


Entrada da cidade de Teresópolis. Região serrana do Rio de Janeiro.Um dos lugares mais altos e por isso com temperaturas mais próximas do nosso Portugal. A 2.30h de Angra dos Reis. Belas paisagens e cahoeiras. No inverno dá até para usar a lareira. A 1hora do centro da cidade do Rio.Estou esperando por vocês.Esta foto mostra os "chifres do diabo" e o "dedo de Deus", coisas das lentes dos homens.

5.5.05

Fantasmas

Você acredita em fantasmas? Eles existem ou não? É verdade que moram em cemitérios, assombram casas, arrastam correntes?
De certa forma, os fantasmas existem sim. Eles existem dentro de nós. No nosso coração, na nossa mente, na nossa imaginação. E ali eles são muito reais e tremendamente assustadores. Nossos fantasmas são lembranças dolorosas de um passado que não conseguimos esquecer. São temores ocultos de males que possam nos sobrevir. São desconfianças profundas que nos tornam inseguros e solitários. São expectativas catastróficas de coisas que acontecerão se ousarmos ser nós mesmos. São segredos guardados que machucam nossa consciência. São pecados inconfessados que guardamos a sete chaves com medo de que alguém os descubra. Os fantasmas são temores que abrigamos no mais íntimo do nosso ser, trancados no porão da nossa alma, mas que, de vez em quando, escapam de lá e vêm assombrar nossos passos. Existe algum fantasma em tua vida? Se existe, precisas enfrentá-lo e expulsá-lo. Não fingir que não existe. Essa é a fórmula. Espera em Deus. "Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida." (Sl33:18-19)

4.5.05

A Capela


Esta é a capela do Seminário onde estudei. Lugar de lutas e grandes vitórias. Momentos de ouvir a Palavra através de colegas e outros homens de Deus que tive oportunidade de conhecer. Já agora esta seria uma boa idéia para uma capela no nosso ABS. Não acham?

Dilemas

Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longínquas; estes converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. (Mq4:3)
Este é o versículo que está escrito na entrada da sede da ONU. A iniciativa passa a idéia que a Organização Das Nações Unidas tem a responsabilidade moral (como intermediária) de guiar os povos na direção da paz e prosperidade. A questão é saber até que ponto isso é verdade. Saber se é uma manobra subtil de Satanás ou a mão de Deus agindo através dos lideres das nações para cumprimento de seu propósito. Onde fica a Igreja no meio de tudo isto?

3.5.05

Frestas na Igreja do Séc XXI

O movimento evangélico está em crise. Esta é uma frase, que virou clichê nos discursos dos palestrantes. A crise, resulta, segundo os profetas do nosso tempo da invasão, ou melhor, intromissão do mundanismo no culto, na vida, afectando a doutrina, tornando-a frágil e sem relevância .
Todos nós passamos por mudanças significativas ao longo da nossa vida, sabemos que essas mudanças têm haver com certas experiências, que nos influenciaram, que formaram a nossa maneira de pensar, ou que nos conformaram a uma realidade distorcida. Essa perda de visão ou a ilusão, tem levado a maioria acreditar que faz parte de uma geração de “renovados”, ou “ungidos”, ou “proféticos”, na verdade não percebem que estão sendo levados a afastarem-se cada vez mais do real sentido de ser Igreja.
.Já não existe uma teologia sadia que seja bem entendida, o povo já não adora e serve a Deus, porque não sabe como fazê-lo. No entanto, experiências vêm acontecendo, variedade de novos elementos no culto tais como: dança, encenações dramáticas ou humorísticas, algumas vezes recursos visuais como faixas, slides e filmes, até actividades pentecostais, incluindo desde ser morto no Espírito a risos santos, estão na moda e em alta. Também muitas igrejas viram alterações na área da música, o estilo mudou. Os velhos hinos deram lugar a cânticos de louvor, as melodias clássicas tradicionais já não servem mais, os estilos agora variam do rock ou pop ao sertanejo cristão Parece até que para alguns a música tornou-se um sacramento ou intermediário a uma experiência mística entre Deus e o adorador. O que nós precisamos perguntar é se todas estas novidades tem nos tornado mais maduros, mais perfeitos diante de Deus, mais humanos, mais próximos dos outros, mais próximos de Deus.

2.5.05

Ermida do Senhor do Bonfim


Localizada em frente a praia do Bonfim em cima de uma ilhota, foi construída por Manoel Francisco Gomes, em 1780. O charme da ilhota é completado pelas diversas pitangueiras atrás da igrejinha. Este minúsculo paraíso já foi palco de diversas telenovelas e campanhas publicitárias. Pode-se ir à nado partindo da praia do Bonfim ou da praia das Gordas (assim chamada provavelmente por ser uma praia "escondidinha" e com muita sombra) . Esta praia fica a cerca de 3 km do centro da cidade de Angra dos Reis.

O Servo de Senhor

"Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega..." (Is42:3).
Jesus Cristo é aquele de quem Isaías fala. Aquele amado do Pai; Aquele que o Pai se compraz; Aquele que é sustentado pelo Pai; Aquele que não desanimará, nem se quebrará.
Caminhando pelas ruas e becos, virando esquinas, nos deparamos sem querer com solitários e doentes que abandonaram a vida. O que me incomoda às vezes não é tanto o estado degradante em que se encontram estas pessoas, mas a minha indiferença, a minha falta de compaixão, e disposição para agir. Já nas igrejas as ruas e becos e as esquinas dos vários departamentos estão cheias de movimento e saúde, alegria e alguma disfarçada prosperidade, visível nas roupas de marca e outras ostentações. No entanto o que vemos na realidade de seus rostos, são expressões precoces de novos solitários e futuros doentes. A não ser que haja a coragem de enfrentar a vergonha e a culpa que carregamos ou outros sentimentos nocivos, somos sérios candidatos a novos inquilinos daquelas ruas e becos que falei no princípio.
O Servo do Senhor jamais pisará aquele que está quebrado pelos erros ou por um destino aparente de infelicidade. Jamais nós servos de Deus devemos contribuir para que o outro seja extinto. No entanto sem saber, talvez tenhamos "apagado" alguém ou "esmagado". Existem pessoas que podem ressuscitar para uma nova vida através de nós, sejamos abertos a esta possibilidade, podem ser pessoas da rua ou da igreja, às vezes pode ser um parente próximo. Concertar e destruir está ao nosso alcance. O que vamos escolher?

Você está preparado para ouvir a voz de Deus à noite?

Charles Spurgeon, num sermão sobre um sonho que havia tido declarou: É preciso ter cuidado para que não negligenciemos avisos celestiais por causa do medo de sermos considerados visionários; não vacilemos nem mesmo pelo receio de que nos chamem de fanáticos, ou loucos. Pois reprimir um pensamento de Deus não é um pecado pequeno.
Qual a vossa opinião acerca dos sonhos e visões? Na Bíblia lemos que Deus falou através de sonhos com Abraão, Zacarias, José, João, Pedro e outros. Deus falou também com Agostinho, com John Newton, com William Booth, e com Charles Spurgeon. Deus ainda fala por meio de sonhos ou não?

1.5.05

Ilha de Cataguases


Uma das 365 ilhas de Angra dos Reis. Um paraíso perto de nossos olhos e acessível para alguns. É possível mergulhar aqui e mais na frente almoçar em outra ilha. O peixe e o camarão são pratos bem confeccionados.Em qualquer esplanada nas ilhas, podemos ser bem recebidos e apreciar as belezas naturais, onde o verde, o azul e outras cores nos deixam deslumbrados.Visitem-nos.

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