12.11.05

JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS E SILVA


Santos e Silva nasceu em Abrantes no dia 16 de Novembro de 1863. Seu pai era um mestre de obras, que morreu num desastre de trabalho.Trabalhou como gerente da Empresa Literária de Lisboa, ao mesmo tempo em que o famoso evangelista Henrique Maxwell Wrigth (um dos fundadores da igreja que pastoreio), padecia de uma grave doença.Wrigth de regresso do Brasil viu-se impedido de dar seguimento à sua missão na Ilha de S.Miguel, iniciada em 1880, pelo que propôs a Santos e Silva ocupar a direcção do trabalho pelo espaço de um ano.
Para Santos era uma reviravolta na sua vida, uma verdadeira luta íntima o ter de se decidir. Santos era um tipógrafo, especializara-se na revisão e tivera por isso a oportunidade de privar com ilustres escritores como Manuel Pinheiro Chagas, Eduardo Vidal, António Enes e outros, o que lhe havia aumentado os seus interesses culturais. Porém quando Deus chama não há como dizer não.Aquele convite de um ano foi prolongado até 1897 (ano da organização da minha igreja), prestando ele então, no regresso a Lisboa, o seu auxilio a Santos Carvalho, por algum tempo. Depois, o pastor Santos e Silva aceitou, sob certas condições, o ministério interino da Igreja Presbiteriana, e aí se demorou de 1898 a 1907. Santos era um homem profundo nas Escrituras, o seu ministério foi aí abençoado em muitas almas, como o fora nos cincos anos em que permanecera em Ponta Delgada.
O ano de 1898 foi para ele, como também para o Evangelismo Lisbonense, de grande actividade, com a abertura da casa de oração “da Estefânia”, pela Missão Metodista em Portugal, e a fundação da União Cristã da Mocidade, de que ele foi o iniciador e principal organizador, valendo-lhe de muito os conhecimentos adquiridos antes da sua conversão. Como presidente da direcção e mais tarde da assembléia geral, teve aí útil contacto com a juventude, durante uns trinta anos, em colaboração com Roberto Moreton, Rodolfo Horner e outros mais.
Em 1907, como a Missão Metodista não pudesse continuar a manter o seu trabalho em Lisboa, que estava espiritualmente próspero, mas não em condições de arcar com sustento próprio, a Igreja organizada em 1900 tomou a resolução que lhe foi proposta, de chamar o Pastor Santos e Silva para guiar em nova fase, de regime congregacional, com o auxílio que lhe era prometido por elementos da Igreja Evangélica Fluminense.
Durante o longo pastorado da Igreja Lisbonense, 33 anos de grande actividade na obra local, como na de numerosas missões que fundou, ou de que tomou a responsabilidade espiritual, trabalhou sob os auspícios da Sociedade Brasileira de Evangelização, mais tarde Missão Evangelizadora do Brasil e Portugal, em cuja superintendência veio a suceder a Maxwell Wright.
O edifício na rua de Febo Moniz, onde hoje é propriedade da igreja presbiteriana se deve muito a ele. Fundou a Beneficência Evangélica, onde naquela época se dava atenção devida às viúvas.Fundou a Igreja evangélica Ajudense, como a Figueirense, a Chelense.Foi pastor interino das igrejas de Ponta Delgada , Rossiense, Pontessorense, Termas de S. Pedro do Sal e outras.
Homem modesto para quem pôde ter o privilégio de conhecê-lo diz Eduardo Moreira. Um operário até ao fim.Aos 77 anos, a 15 de fevereiro de 1940 faleceu. Depois de muitas enfermidades por que passou, ele, seus filhos e sua esposa. Juntando isto às incompreensões da época, temos um homem que soube manter-se firme e deixar algo para as futuras gerações, que infelizmente, nós, não demos continuidade.
José Augusto dos Santos e Silva foi batizado em 29-5-1881 pelo o Rev. Manuel dos Santos carvalho na Igreja Evangélica da Calçada do Cascão. Pastoriou durante 12 anos a Igreja Evangélica Presbiteriana de Lisboa. Simultaneamente aceitou o pastorado na Igreja Evangélica Lisbonense em 12-1-1908 quando da sua organização pelo sistema de governo congregacional. Fez várias viagens de evangelização no Continente, nas ilhas e no Brasil tendo fomentado neste país, irmão uma campanha para a construção do actual templo da rua de Febo Moniz, sendo lançada a primeira pedra em 11 de julho de 1923. Promoveu a inauguração do seu pavimento principal em 8 de Junho de 1925 em cujos dois primeiros cultos assistiram 1.000 almas.Inaugurou toda a igreja em 13 de junho de 1926. Compôs os hinos 504 e 579 e o coro XXVII último da colecção 248 dos salmos e Hinos. Fundou o jornal “O Mensageiro”. O seu texto favorito encontra-se em João 9:4. A Deus toda a Honra, Glória e Majestade.

2.11.05

FILOSOFIA PROFUNDA :

- Errar é humano, persistir no erro é americano,
acertar no alvo é muçulmano.

-Nunca desista do sonho. Se não encontrar numa
padaria, procure na próxima.

- Qualquer idiota é capaz de pintar um quadro,
mas somente um gênio é capaz de vendê-lo.

- Tudo é relativo. O tempo que dura um minuto depende
de que lado da porta do banheiro você está.

- O mais nobre dos cachorros é o cachorro-quente:
alimenta a mão que o morde.

- Se emperrar, force. Se quebrar, precisava trocar
mesmo...

- Roubar idéias de uma pessoa é plágio. Roubar de
várias, é pesquisa. ( ou MONOGRAFIA ......rs)

- Devo tanto que, se eu chamar alguém de meu bem ....
o banco toma !

- Quando lhe atirarem uma pedra, faça dela um degrau e suba...
Só depois, quando tiver uma visão plena de
toda a área, pegue outra pedra, mire bem e acerte
o crânio do engraçadinho que lhe atirou a primeira.

- Na vida tudo é relativo. Um fio de cabelo na cabeça
é pouco; na sopa, é muito!

- À beira de um precipício só há uma maneira de
andar para a frente: É dar um passo atrás.

- Eu queria morrer como o meu avô, dormindo;
tranqüilo... E não gritando desesperadamente, como os quarenta
passageiros do ônibus que ele dirigia!

- Diga-me com quem andas, que eu te direi
se vou contigo.

- Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós
cavais, eles cavam. Não é bonito, mas é profundo.

- Errar é humano. Colocar a culpa em alguém,então,
nem se fala.

24.10.05

Na superfície


Uma verdade desta época é a visão e percepção de que algo está para acontecer. Há quem diga que chegamos ao final da História, que nada mais há para ser acrescentado.Vivemos os últimos dias.Para muita gente a realidade não é aquela que se vê nos telejornais do dia a dia, mas a realidade das contas para pagar e a dos filhos para criar. Porém, algo está acontecendo.Não são todos que discernem o que está por detrás dos últimos acontecimentos: terremotos, furacões, secas, incêndios, bactérias, indiferença e esfriamento espiritual. Há um gemido que ecoa na natureza dos seres, um prenúncio de morte e dor. Os anestésicos desta época têm adormecido a maior parte de nós e o pior é que nos sentimos bem.

Olá pessoal!!!

Sofia Maria com dois meses de idade e já muito malandreca.

15.10.05

Sinais dos tempos


O amor vem esfriando na medida em que crescem a iniqüidade, o individualismo, o narcisismo
Os discípulos de Cristo, um dia, perguntaram a ele quais seriam os sinais que antecederiam a sua vinda. Ele respondeu esta pergunta numa longa pregação,, conhecido como “sermão profético”. Entre os sinais apresentados por Jesus, destaca-se o surgimento de falsos Cristos e falsos profetas, que iriam enganar muitas pessoas. O Filho de Deus falou também de guerras entre as nações e de abalos sísmicos. No entanto, há um sinal que me chama a atenção de forma particular: trata-se daquele que fala do esfriamento do amor. Jesus disse: “E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mateus 24.12).A relação que Jesus apresenta é inversamente proporcional: o crescimento da iniqüidade implica no enfraquecimento do amor.
Vejam se não é esse o nosso caso.
Na medida em que cresce o pecado em suas mais variadas formas, da corrupção ao crescimento da miséria social, da pornografia a todas as formas de banalização sexual, a violência nas ruas e nos lares, o individualismo autocentrado e narcisista, esfria o amor genuíno e sincero no ser humano. Somos uma geração que vem desaprendendo a amar. Não estou me referindo a uma forma platônica de amor ou aos modelos hollywoodianos que enchem nossa sala de estar todos os dias, mas ao amor conforme Deus o revela nas Escrituras. Amor naquela forma como ele mesmo nos tem amado e celebrado uma aliança com seu povo.
Provavelmente não há nenhum texto mais completo sobre o amor do que I Coríntios 13, um texto que precisa ser revisitado por nós diante daquilo que vemos todos os dias.Naquela epístola, Paulo fala de um amor que é paciente, que não se perde diante da primeira crise ou da primeira desilusão; um sentimento bondoso, não ciumento e humilde. Um amor que não se comporta de forma inconveniente, mas é altruísta, e está sempre procurando atender o interesse dos outros e não o seu próprio. É também um amor que não se ira facilmente, que não guarda rancor, que não se alegra com a injustiça mas que salta de júbilo quando a verdade triunfa. É um amor que sabe que o sofrimento sempre acompanha aquele que ama. Um amor que se sustenta sob fundamentos sólidos e verdadeiros, que não tem a pressa dos egoístas, mas que sabe esperar e possui uma enorme capacidade de suportar adversidades.
Este amor que Paulo nos descreve vem diminuindo e esfriando na medida em que cresce o egoísmo alimentado pelo individualismo da cultura narcisista, onde o que importa sou eu, meus desejos, meus interesses, meu momento, minhas necessidades, minha realização, meus projetos, o que eu penso, quero e preciso. Imagino que quando duas pessoas modernas, com este espírito individualista e narcisista, se encontram e resolvem se amar, envolvem-se num modelo de relacionamento onde, à primeira vista, tudo indica que se trata de um belíssimo e invejável romance. Contudo, diante do primeiro obstáculo, da primeira frustração, de um simples desentendimento, da dor e do sofrimento, ou do cansaço e da vontade de experimentar “novos ares”, abandonam aquele amor que foi grande apenas enquanto durou em troca de um outro que atenda as necessidades de um ego inflado, imaturo e insaciável.
É por causa da iniqüidade deste espírito individualista e narcisista que os pais vão abandonando os seus filhos porque têm coisas mais importantes a fazer, como ganhar dinheiro ou buscar o sucesso, do que cuidar deles e amá-los; alguns tornam-se indiferentes e os abandonam à própria sorte na esperança de que na escola ou na vizinhança encontrarão quem os ame e eduque.
Outros há que tentam manipulá-los e controlá-los em virtude da mesma iniqüidade, da mesma falta de tempo e da mesma insegurança.
Os mais modernos já preferem não tê-los porque sabem que o amor que possuem não ultrapassa a epiderme – não são capazes de amar nada além do seu próprio ego. Por outro lado, os filhos vêm se rebelando contra seus pais, negando-lhes o respeito e a honra. São também filhos da iniqüidade do nosso tempo, do mesmo individualismo, do mesmo egoísmo.
Os jovens trocaram o amor pelo sexo para descobrirem lá na frente, depois de tantas idas e vindas e muitas “ficadas”, que são bons de cama mas frios e imaturos na arte de construir um amor que supera as fronteiras do egoísmo e que cresce na medida que o tempo passa.
Os escândalos de corrupção que mais uma vez abalam o país têm, na sua raiz, o mesmo mal. Todos buscam o que é seu e nunca o que é dos outros. A epidemia que hoje toma conta da nação não é a corrupção – ela é apenas mais uma expressão de uma nação, onde a iniquidade cresceu tanto que fez o amor murchar.Eu nunca fui um desses crentes interessados em decifrar os códigos para adivinhar quando é que Jesus Cristo volta. Tal aritimética não me interessa. Apenas sei que ele voltará, e isso me basta. No entanto, devo confessar que olhando para o cenário do mundo hoje, tenho orado por uma intervenção divina e espero que ela aconteça logo, seja na forma de um novo avivamento – daqueles que penetram na raiz do coração humano e o transforma e não esta panacéia religiosa que alguns chamam de “derramamento do Espírito” – ou de uma intervenção escatológica, final ou não. Oro por isto porque não é mais possível suportar tanta injustiça, tanta miséria, tanta imoralidade, tanto pecado.Oro também para que Deus nos preserve fiéis a ele e à sua Palavra, para que aqueles que reconhecem o amor divino e são alimentados e inspirados por ele cresçam cada vez mais amparando o pobre, cuidando do necessitado, lutando pela justiça, permanecendo fieis aos termos da aliança com Deus e com o próximo. Jesus, naquele sermão profético, afirma que “o amor se esfriará de quase todos”.
E é nesta pequena exceção que quero me incluir, a mim e a você, mesmo que sejamos apenas um pequeno remanescente, mas um remanescente que não se curva diante dos Baalins do mundo moderno.
in Eclésia
Ricardo Barbosa de Souza é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia

13.10.05

Parabéns Renata

Agradecemos a Deus pela tua vida. Te amamos muito. Esperamos ainda ser abençoados durante muito tempo com a tua presença, palavras de incentivo e carinho. Obrigado pela filha linda que me deste.

9.10.05

Vida Como Ela É

Hoje em uma congregação de nossa igreja, fui confrontado com a pobreza e desespero de uma mãe e nossa irmã. Com três filhos pequenos, sem trabalho e sem dinheiro, viu-se de repente abandonada pelo seu marido. Ele disse que iria trabalhar em certo lugar e passadas duas semanas o homem não voltou. Uma das garotas estava cheia de febre e sua mãe pediu-me para orar por ela, diz a mãe que a febre era de saudades do pai. Graças a Deus que a igreja tem condições de ajudar em alimentos esta família. No entanto, parece que a fome persiste e a tristeza e frustação ganham raizes profundas.A igreja deve ter uma resposta positiva para estes casos, mas nem sempre está disposta a abraçar estas e outras causas humanitárias que requerem amor e compaixão. São pessoas de cor, sujas e muitas vezes doentes, que tornam-se vítimas da indiferença das pessoas de pele branca, com suas roupas limpas, cheirosas e sorrisos de barriga cheia.Para a minha igreja, participar dos dramas desta gente, será uma escola para o desenvolvimento de certos exercícios nunca desenvolvidos.Queira Deus que saibamos perceber as oportunidade de forma a aproveitá-las e sermos bem sucedidos.

28.9.05

Missão de pai

Estou sem tempo para escrever. A Sofia e a igreja ocupam-me integralmente e à noite o sono é rei. Pastor, pai e marido são realidades que nos preparam para conversas com Deus ao mais alto nível. Descobrimos que já não somos, mas ocultos em Cristo, vivemos uma dimensão onde é possível enxergar a perfeita e agradável vontade de Deus. Ser pai é entender um pouco do amor de Deus.

Bodes


Há uns poucos meses atrás, publicamos algumas notas sobre bodes, nos enviadas por um irmão da Austrália. Várias pessoas têm escrito para dizer que elas foram ajudadas pelas mesmas. Não muito depois disso, escrevemos para o irmão Klooster, que está engajado na obra do Evangelho na Holanda, uma terra onde os bodes são totalmente comuns entre as pessoas mais pobres. No decorrer da nossa carta a ele, mencionamos que era a nossa crescente convicção de que “os bodes” de Mateus 25:33 etc. são cristãos professos que são desprovidos da vida de Deus em suas almas. Sua réplica fortaleceu ainda mais a nossa convicção, e dela extraímos aqui alguns pensamentos com respeito a estes animais, como sendo uma descrição daqueles que levam o nome de Cristo, mas que são estranhos à Sua salvação.
Leia Mateus 25:31-33. “É claro, à partir da Escritura, que as ‘ovelhas' mencionadas aqui são o povo escolhido de Deus, que foram lavados no sangue do Cordeiro, e que seguem o grande Pastor (João 10:26-29). Igualmente claro à partir da Escritura é que os ‘bodes não são ateus e outros que repudiam a existência do Deus eterno, mas são aqueles que tendo ‘uma forma de piedade, negam, entretanto, o poder dela', pessoas que estão sempre aprendendo e ‘nunca são capazes de chegar ao conhecimento da verdade' (2 Timóteo 3:5-7). Olhando agora para Mateus 25:44, lemos que os bodes responderão à Cristo 'dizendo, Senhor, quando foi que Te vimos com fome?' Somente aqueles de quem é dito em 2 Timóteo 3:5; Judas 11 etc. irão (nem mesmo as ovelhas, os filhos de Deus) se dirigir a Ele como ‘Senhor'. Por meio disto eles mostram sua ‘forma de piedade' ou semelhança externa aos filhos de Deus, de forma que, a uma certa distância, os bodes se parecem com as ovelhas na aparência e no som de seu balar. Em Mateus 7:21-23 lemos sobre este mesmo povo religioso, com sua ‘forma de piedade'.
“Na Escritura a ‘mão direita' é sempre usada como um símbolo para o lugar de força, poder, honra, proteção e comunhão: leia cuidadosamente Salmos 16:8, 9, 11; Marcos 15:27; Gálatas 2:9; Êxodo 15:6. Mas a ‘mão esquerda' é um símbolo do lugar de inferioridade, desonra, tolice. ‘O coração do sábio se inclina para o lado direito, mas o do estulto, para o da esquerda' (Eclesiastes 10:2). Eúde (Juízes 3:15-22) era canhoto, e um vil assassino. Os setecentos homens de quem é falado em Juízes 20:16 eram todos canhotos, e trouxeram certa destruição quando usadas na batalha. Em Ezequiel 16:46 lemos dos religiosos da apóstata Samaria habitando à ‘mão esquerda' de Jerusalém — Sodoma como sua ‘mão direita' será exaltada acima dela: Mateus 11:20-24.
“Em conexão com Mateus 25:33 lemos em Ezequiel 34:17, ‘Eis que julgarei entre gado pequeno e gado pequeno', isto é, entre ovelhas e bodes, pois a próxima sentença adiciona ‘entre carneiros e bodes' [NT: “bode-macho”, na versão do autor]. Lendo o capítulo inteiro cuidadosamente, não há dúvida de que ‘carneiros' fala dos mestres, líderes, pastores das ovelhas; enquanto que ‘bodes' fala dos falsos profetas (2 Pedro 2:1-3), os ‘mercenários' (João 10:12, 13), que arrebatam e dispersam as ovelhas. “Um carneiro tem a mesma natureza e gosto de uma ovelha, ele é somente mais forte, e o protetor natural daquela. Um carneiro nunca ataca um homem ou um animal, exceto que ele, ou sua ovelha, seja atacado. Assim, o verdadeiro pastor somente ataca quando a honra de seu grande Pastor e de Suas ovelhas é assaltada: então, como o carneiro, ele lutará até mesmo à morte. O bode-macho tem a mesma natureza dos bodes, ele é somente mais feroz e destrutivo, e atacará sem qualquer provocação ou necessidade: assim, os falsos pastores estão constantemente fazendo ataques violentos contra a Verdade, contra Cristo e contra o Seu povo.
“Então, Eu salvarei o Meu rebanho, e elas não mais serão saqueadas; e Eu julgarei entre gado pequeno e gado pequeno' (Ezequiel 34:22). ‘Ele separará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas...e irão estes (os bodes) para o castigo eterno, porém os justos (as ovelhas), para a vida eterna' (Mateus 25:32,46).
Nota do tradutor:
* Este artigo apareceu na revista Studies in Scriptures, editada por Pink, em Dezembro de 1934.
Traduzido por:
Felipe Sabino de Araújo NetoCuiabá-MT, 13 de Março de 2005.

24.9.05

Frase do Dia

Certamente você realizará o propósito de Deus, não importa como esteja agindo, mas faz diferença se você serve como Judas ou como João. (C. S. Lewis)

Rendo-me

Quando nos colocamos nas mãos de Deus, confiando a Ele tudo o que somos e pensamos, certamente, veremos nossos sonhos realizados. Não é possível enxergar o propósito de Deus para nós se não baixarmos os braços. Só seremos felizes quando finalmente estivermos afinados com sua vontade. É claro que esta é uma palavra para os seus filhos. Ele só corrige os seus filhos, porque os ama.

25.8.05

Mudança

Estamos de abalada para outras paragens. Estamos alinhando a nossa vontade à vontade de nosso Deus. Passa Três é o nosso destino é a nossa casa é a nossa igreja. Será aqui, onde a minha filha certamente dará os primeiros passos. Novos desafios, missões importantes, esperam-nos num lugar aparentemente calmo, sem os dramas dos centros urbanos com suas distrações. Este blog encerra um ciclo nesta cidade de Angra dos Reis, para iniciar algo além de mim e de minhas frustações e pesadelos. Até lá. A Deus toda a Honra, Glória e Majestade.

23.8.05

Escolhas

"Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (1Sm 16:7).


Tenho pensado nestes últimos dias acerca das nossas escolhas e os critérios que nos levam a decidir por isto ou aquilo. Certamente a maneira como os nossos olhos enxergam podem influenciar as nossas apostas. Mas são os estereótipos que acumulamos ao longo de nossa existência que determina as nossas escolhas. Aparentemente, Davi sequer foi cogitado para confrontar o gigante, mas era ele que morava no coração de Deus, não Eliabe, alguém com características exteriores mais adequadas para o desafio. "A aparência engana", o coração não. Infelizmente hoje não se presta mais atenção ao interior das pessoas, não estamos muito interessados em ouvir as suas históricas dramáticas e felizes. Abrir o coração é dar chances ao outro de me conhecer e magoar. Preferimos a "aparência" as maquilhagens as frases "Ninguém tem nada a ver com isso..." ou "isso é problema meu". É por isso que muitas vezes escolhemos mal porque as nossas apostas são motivadas por um julgamento pré-concebido, onde o coração nunca é avaliado porque ao entrar no íntimo do outro entramos no nosso e não gostamos do que vemos. Preferimos jogar pelo seguro, mantendo um relacionamento à distância, que mais tarde vira frustação, dor ou despesa. Foi isso que aconteceu com o povo de Israel. Buscou na aparência um rei( Saul) e agora cometia o mesmo erro ao iludir-se com perfil de Eliabe. Olhar como Deus olha é ver a verdade das pessoas é ver a capacidade que elas têm de enfrentar gigantes.

Necessidades Profundas das Pessoas

O que realmente importa em nossa vida cristã?

As pessoas sofrem e esperam, praguejam e oram, vivem anos e anos sedentos de relacionamentos significativos, sem consciência de sua dor, de seu potencial, de seu vazio. O vazio de cada um faz-nos lembrar nosso próprio vazio, se bem que isso é doloroso, porque inevitavelmente nos expõe aos lugares escuros de nosso próprio mundo interior. A pergunta é o que vamos ser além dos nossos relacionamentos familiares e responsabilidades?
Somente quem descobriu nova vida em suas próprias profundezas pode tornar-se um ou uma obstetra espiritual, contribuindo para o nascimento de indivíduos. Há uma pergunta deveras importante. O que as pessoas sentem quando entram em contacto com a sua vida? Naturalmente reconhecemos que é não é fácil avivar relacionamentos e ao mesmo tempo participar dos dramas dos outros e ainda ter que enfrentar os nossos. Porém, cada um de nós é desafiado a tornar-se participante e contribuinte, e não um mero observador. Precisamos fazer parte desse movimento que é dinâmico, que dá novas respostas às necessidades das pessoas. Pessoas essas jogadas em nossas estradas modernas de Jericó. Pessoas despojadas de auto-estima e abatidas pelas crises e tragédias da vida. Igreja é isso.
Muitos factores diferentes podem travar o crescimento em direção ao alvo (alvo esse que não somos nós nem alguém semelhante a nós), a falta de um suprimento adequado de amor maduro na infância; uma crise traumática ou um série de crises (perda de um ente querido, divórcio,acidentes desemprego, doenças graves, catástrofe natural, guerra), a paralisia causada por conflitos interiores, ansiedades e as consequências acumuladas de um modo de vida irresponsável. Essas pessoas estão em busca de pão, mas só encontram pedras.
Que faremos? Talvez nos vejamos impotentes, ou pior, que isso não tem haver connosco.

22.8.05

Animados para Petrópolis

Às 7.00 horas todo o mundo estava ansioso em participar da festa dos 150 anos do congregacionalismo no Brasil.

Torcendo pelo mesmo Time

A IEC de Passa Três misturada à IEC Vila Ursulino.

Onde é a festa pessoal?

Um passeio fora dos planos. O estádio aqui, ainda estava longe.Os idosos sofreram,mas conseguiram chegar lá.Enfim, oganização a que já estamos habituados...

Finalmente no estádio.Ufa,ufa!

A nossa igreja fez a diferença.

Mancha vermelha

Mesmo ao longe não passámos despercebidos. Estávamos juntos e felizes, apesar da programação deixar a desejar.

Momento Hstórico

Recebendo a medalha dos 150 anos atribuída às 5 primeiras igrejas congregacionais no Brasil. A IEC de Passa Três é a terceira mais antiga.

Os verdadeiros Medalhados

Alguns membros da IEC de Passa Três, testemunhas e participantes da homenagem honrosa.

18.8.05

Partilhando as bênçãos

Deus tem nos agraciado.O carro já está sendo usado, não somente no serviço da igreja, mas nas idas ao médico com a nossa filha. A Deus toda a Honra, Glória e Majestade.

A Eleição Divina


A eleição ou predestinação é a missão resgate de Deus, pois Deus não deixou todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria que merecia. A doutrina da eleição não é uma filosofia cega. É construída, sustentada e revelada pela Palavra de Deus. Veja por exemplo Deuteronômio 7.6-9; Atos 13.48; Romanos 8.29,30; Efésios 1.4,5; 2 Tessalonicenses 2.13; 2 Timóteo 2.10; Tito 1.2, etc. Esta eleição, conforme dizem corretamente os teólogos calvinistas, é "incondicional", isto é, Deus elege independente de méritos, fé ou obras do indivíduo. E isto só é possível porque a eleição é um ato gracioso de Deus (Rm 11.5). Sendo assim, devemos compreender que a eleição divina nunca é uma questão de justiça. Portanto, erram aqueles que dizem que Deus seria injusto se escolhesse alguns e não todos para a salvação. A eleição é questão de graça.
Mas ninguém poderá entender a doutrina da eleição se não compreender adequadamente a doutrina do pecado. Porque "a pressuposição do eterno decreto divino da eleição é que a raça humana é caída; a eleição envolve o plano gracioso de Deus para o resgate" (Fred H. Klooster). Você acredita realmente que todos pecaram em Adão (cf. Rm 5.12) e que ninguém é merecedor da vida eterna? (cf. Rm 3.23). Se a sua resposta for afirmativa, então esteja certo de que nunca poderá entender a eleição como sendo injustiça. Deus teria sido perfeitamente justo se não elegesse ninguém (cf. Mt 20.14,15; Rm 9.14,15); no entanto, Ele quis, soberanamente, mostrar para alguns o Seu favor imerecido. Por isso, Paulo fala da "eleição da graça" (Rm 11.5). Na verdade, tudo que recebemos de bom é pura expressão da graça de Deus para conosco, como por exemplo, o arrependimento para a vida eterna (At 11.18), a salvação em Cristo (At 15.11; Ef 2.8,9) e o serviço cristão (1 Co 15.10; Ef 2.10).
Deus também não faz acepção de pessoas, porque Ele não escolhe uma pessoa e rejeita outra com base em circunstâncias externas como raça, nacionalidade, riquezas, poder, nobreza, etc. O fato de Deus não salvar todo mundo só confirma a tese de que Ele não é obrigado a salvar todo mundo. Graça não é dívida; é graça!
É importante esclarecer que a eleição divina não é a salvação; é para a salvação (2 Tm 2.13; 2 Tm 2.10). E entre ambas (eleição e salvação) está a evangelização, servindo de ponte para ligar duas partes inseparáveis (Rm 10.14-17; cf. At 18.9-11). Com isto aprendemos que não procede o falso conceito de que se uma pessoa é eleita, ela será salva independentemente de crer ou não em Cristo pelo evangelho. Pensar assim seria simplesmente um absurdo! Como também não procede a idéia de que esta doutrina da eleição "acomoda o crente para a evangelização". A eleição, conforme a Bíblia também ensina, é para serviço (cf. 2 Pe 1.10). "Serviço" aqui deve ser entendido no mais amplo sentido do termo: evangelização, ação social, etc; portanto, somente os desavisados acreditariam que a eleição acomoda o crente para a obra de Deus. Lendo 2 Timóteo 2.10, aprendemos que para Paulo a eleição incentivava a evangelização ("tudo suporto por causa dos eleitos", dizia) e garantia os bons resultados da evangelização ("para que também eles [como os demais crentes] obtenham a salvação que está em Cristo Jesus com eterna glória"). Não é verdade que o apóstolo que mais defendeu a doutrina da predestinação foi um dos que mais trabalhou na obra de Deus? (1 Co 15.9,10).
Além da salvação e o serviço propriamente ditos, a eleição tem, ainda como finalidade, a santidade de vida (Ef 1.4). A eleição é "para sermos santos". Deste modo, também não tem coerência a objeção de que a eleição divina conduz à libertinagem. A vida que não se expressa em santidade é incompatível com a doutrina bíblica da eleição (cf. 2 Pe 1.3-11).

(site Monergismo)
Rev. Josivaldo de França Pereira - Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil (I.P.B.) em Santo André.

16.8.05

Morte e Glória de João Calvino

Na véspera do Natal de 1559, quando pregava na Igreja de São Pedro, abarrotada de gente, Calvino teve de forçar a voz. No dia seguinte, atacou-o uma tosse violenta e começou a escarrar sangue. O médico diagnosticou-lhe uma doença contra a qual ainda não existia nenhuma arma: a tuberculose. O enfermo tinha apenas cinqüenta anos, e o seu caso não teria sido desesperado se o seu organismo, atacado desde há muito tempo por muitos inimigos, desgastados pelo trabalho e pelas preocupações, não fosse na realidade, o de um velho precoce - o velho cuja máscara trazia. Despertados pelo novo abalo, todos os males que já lhe eram familiares lançaram-se ao ataque: pulmões, rins, intestinos, encéfalo e até os braços e as pernas. Dentro em breve, não houve uma única parte desse organismo que não fosse motivo e foco de dores terríveis.
Calvino suportaria essa provação durante cinco anos, com uma coragem física e uma firmeza admiráveis. Torturado pelas cólicas, pela febre e pela gota, nem por isso deixou de dar prosseguimento aos seus trabalhos, à sua correspondência, aos seus livros e mesmo à sua pregação, que no entanto lhe exigia um esforço sobre-humano. Nos dias em que não podia manter-se em pé, pregava sentado, e, se não conseguia andar, dois homens o levavam à igreja numa cadeira. Por vezes, as dores eram tão fortes que o ouviam murmurar, como numa prece a pedir a libertação: "Até quando, Senhor, até quando?"
Perante a morte que via aproximar-se, mostrou-se o que sempre fora: lúcido, firme e reservado. Nem uma só vez deixou transparecer temor ou fraqueza. Segundo um plano traçado com a sua lógica costumeira, fez o seu testamento e recebeu, uns após outros, os corpos constituídos da cidade, desde o Pequeno Conselho até os pastores. A estes, fez um longo e minucioso discurso, em que resumiu com fórmulas incisivas toda a sua obra, nesse tom de sincera humildade e tranqüilo orgulho que fazia parte do seu modo de ser. Convidou os seus colegas a mostrar~se firmes e vigilantes para com essa "nação perversa e má" que lhes estava confiada, e concluiu afirmando-lhes que não tivera outro desígnio sobre a terra senão ser-vir a glória de Deus. Parecia ter ditado ali o seu testamento espiritual.
No entanto, a morte concedeu-lhe um novo adiamento. Farel teve tempo de vir vê-lo pela última vez. E ele próprio, o moribundo - o seu aspecto era já o de um cadáver -, sabendo que, de acordo com a legislação eclesiástica por ele estabelecida, a reunião das "censuras" trimestrais recaía no dia 19 de maio, ordenou que o levassem até lá para participar pela última vez dessa fraternal acusação de culpas. Humildemente, foi o primeiro a sub­meter-se à censura e a deixar que lhe referissem os seus defeitos: Ira, teimosia, crueldade e orgulho". Depois, com a voz ofegante, cortada sem cessar por acessos de tosse, falou durante duas horas, prevenindo os seus ouvintes contra as más inclinações. A seguir, elevando-se aos grandes princípios, comentou apaixonadamente o Evangelho.
Foi esse o seu último ato público, e o esforço exigido deixou-o esgotado. No dia seguinte, sobreveio nova expectoração sangüínea. Não abandonou mais o leito e falava com dificuldade, exceto para murmurar as suas orações. Ouviam-no dizer várias vezes: "Senhor, tu me esmagas, mas para mim é suficiente que seja pela tua mão". Ninguém o viu entregar a alma ao Criador, calmamente, em 27 de maio de 1564, por volta das oito da noite. De acordo com a vontade que manifestara no testamento, envolveram-lhe o corpo num grosseiro pano cru e depositaram-no num caixão de pinho semelhante àqueles com que se enterravam os pobres. Sem discurso e sem cantos, foi conduzido por uma imensa multidão ao cemitério de Plainpalais. Não se erigiu nenhum monumento sobre o túmulo, nem mesmo uma cruz ou a menor pedra. Assim desejara ele regressar ao pó, no anonimato e no silêncio. E ninguém pode hoje indicar com certeza o lugar onde jaz João Calvino.
Poucos homens, no entanto, deixaram sobre a terra um rastro tão profundo. Quem poderá negar a sua grandeza? Semeou grandes idéias, realizou grandes coisas e determinou grandes acontecimentos. A história não teria sido tal como foi se ele não tivesse vivido, pensado e agido com a sua vontade implacável. Perto de cinqüenta milhões de cristãos seguem hoje os seus ensinamentos, dos quais quarenta e um entre os reformados e os presbiterianos, e cinco entre os congregacionalistas. Talvez não haja nenhum setor do protestantismo onde não se possa encontrar alguma moeda do seu tesouro. Mas reconheceria ele como seus herdeiros aqueles que fazem profissão de prolongar a sua mensagem e que, no entanto, na sua quase totalidade, abandonaram a tese a que ele se apegava mais do que à vida - a predestinação - e muitas vezes deixaram deslizar a sua mensagem de fogo para uma espécie de sentimentalismo igualitário e moralizador? Essa é uma outra questão. Não resta qualquer dúvida, porém, de que a sua influência foi determinante, até no desenvolvimento do capitalismo, da democracia e do socialismo... Calvino pertence incontestavelmente ao pequeníssimo grupo de mestres que, no decorrer dos séculos, moldaram com as suas mãos o destino do mundo.
Não é fácil julgar um homem de tal calibre; só o pode fazer Aquele que "sonda os rins e os corações". Por isso, as opiniões a seu respeito têm sido sempre contraditórias; Michelet exaltava sem medida a sua obra Iibertadora"; Renan via nele um banal ambicioso obstinado. Podemos fazer coro com os seus partidários e admirar o seu gênio, a sua acuidade na apreensão dos grandes problemas e o seu poder de síntese e organização. Podemos mesmo admitir essa espécie de sedução fria que, como todos os grandes espíritos, exerce sobre os que gostam das idéias longamente perscrutadas e perfeitamente expressas. E seria cometer uma enorme injustiça não reconhecer o seu ardente zelo por Deus, a sua paixão por conquistar almas, a seriedade trágica com que sempre encarou a sua vocação e o seu indefectível sentido do dever. Mas como podemos deixar de notar que faltaram a essa personalidade excepcional as duas virtudes essencialmente cristãs que deveria tê-la modelado? A humildade verdadeira, não só perante Deus, mas também perante os homens, essa humildade que um dia haveria de levar São Vicente de Paulo a lançar-se de joelhos aos pés de um transeunte que acabara de esbofeteá-lo; e a bondade verdadeira, que sabe amar os homens apesar da sua abjeção, por causa da sua abjeção, e que toda a falta sempre encontra propensa à misericórdia. Perfeito leitor do Evangelho, Calvino teria compreendido os seus dois mais belos preceitos? Que é preciso ser o último na extremidade da mesa e que é necessário amar os inimigos?...
As opiniões divergem também quanto ao seu papel histórico. "Calvino é o primeiro destruidor do protestantismo autêntico", diz um". "O calvinismo salvou o protestantismo", diz outro. As duas opiniões são simultaneamente verdadeiras. É verdade que Calvino empurrou o protestantismo para longe das suas bases e para fins que Lutero não desejara. Mas os rumos que o monge de Wittenberg queria tomar não desembocariam nos impasses da anarquia ou da submissão aos Estados? O protestantismo ficou a dever a Calvino a sua ordem, a sua fé comum, os seus quadros, os seus métodos, e também esse ar grave e respeitável, mais do que amável, que se lhe reconhece. Deveu-lhe um novo tipo de homem religioso.
Mas Calvino foi sobretudo o homem da ruptura decisiva, e é neste ponto, mais do que em qualquer outro, que um católico não pode deixar de sentir horror por ele. Muito mais do que Lutero, empenhou-se com uma espécie de rigor luciferino em levantar uma muralha intransponível, ou um abismo, entre a Igreja que lhe dera o batismo e aquela que ele queria "erigir". Que o seu papel, dialeticamente, tenha podido ser afinal de contas favorável aos desígnios da Providência - como o do seu predecessor -, e que o terrível raio com que ele feriu a cristandade tenha acabado por provocar nela o grande despertar, é uma verdade incontestável, mas nem por isso desculpa a sua falta. Depois dele, toda a esperança de recosturar os pedaços da Túnica inconsútil, tão horrivelmente dilacerada, se desfez durante séculos. Tal é, em última análise, o significado que se desprende desta vida humana e desta mensagem; tal foi o êxito de João Calvino.

Sobre o autor: Daniel-Rops, da Academia Francesa, autor católico-romano, escritor de "História da Igreja" em 10 Volumes. O excerto encontra-se no Volume IV, "A História da Renascença e da Reforma (1)", pgs. 419-422, Ed. Quadrante - 1996.

Fonte
www.monergismo.com
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15.8.05

Visões Distorcidas

"Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los" (Mt23:4).

Tenho pensado acerca da interpretação que fazemos do Texto Sagrado. Muitas vezes uma interpretação rodeada de conceitos meramente pessoais e dúbia. A coerência entre aquilo que sou e aquilo que penso pode estar bem longe da verdade do texto bíblico. Por isso, para procurarmos a verdade do texto, devemos saber em primeiro lugar lidar com os princípios de interpretação isto é, recorrer à disciplina de Hermenêutica. Além de gozar de um relacionamento correto com Deus, o princípio mais fundamental da interpretação bíblica consiste em colocar em prática o que fazemos inconscientemente todos os dias de nossa vida. A hermenêutica não é primariamente uma questão de aprender técnicas difíceis. O treino especializado tem o seu lugar, mas é, na verdade, bastante secundário. Poderíamos dizer que o que importa é aprender a "transpor" nossas rotinas interpretativas costumeiras para a nossa leitura da Bíblia. É justamente aí que começam nossos problemas. Existem histórias na Bíblia que podem nos confundir devido há nossa visão míope e "pré-conceituosa". Quando olhamos o texto de Oséias e ouvimos Deus mandar o próprio profeta tomar uma mulher prostituta e casar com ela e ter filhos, sabemos que: os caminhos de Deus e pensamentos estão bem acima de gestos morais e valores que consideramos imprescindíveis. Na verdade hoje muitos pastores têm dificuldade em aceitar a mulher prostituta e recebê-la como membro de sua comunidade. Jesus ao contrário não a condenou, disse-lhe o que ela tinha que fazer "vai e não peques mais". Esse conselho, hoje é substituído por regras e preceitos que escondem outras histórias. Tanto Oséias como a mulher prostituta e outros anónimos, carecem de amor , não de leis. O mundo que Deus amou necessita de pastores e líderes mais amorosos como também de profetas chamados por Deus. Profetas para hoje. Que no entender de Calvino nada mais são do que correctos interpretadores da Palavra de Deus.

Segurança Eterna

Não sei como algumas pessoas, as quais crêem que um Cristão pode cair da graça, conseguem ser felizes.(Charles H. Spurgeon)

12.8.05

A Contemplação do Belo


Precisamos voltar a reconhecer a harmonia e a grandeza da criação e da obra de Cristo e celebrar a beleza da presença de Deus na vida e na história.
Vivemos numa sociedade tecnológica que valoriza mais a ação e a funcionalidade do que a contemplação. Ao reverter estes valores, terminamos por exaltar a produtividade, dando ao homem a prerrogativa de ser ele o agente que fabrica a realidade a partir das ferramentas tecnológicas que possui. O meio e o fim são invertidos e a vida passa a ser medida pelo sucesso, desempenho e eficiência. Somos constantemente desafiados a ter vida, ministério, trabalho, família, lazer ou sexo com propósito – tudo muito pragmático e funcional. A quantidade de livros com as famosas receitas de “como” enchem nossas livrarias: “Como ter uma família saudável”, “Como obter o melhor de Deus” ou “Como desenvolver um ministério eficaz”, reduzindo a vida a esquemas produtivos. É a nova mentalidade tecnológica transformando as complexidades humanas e espirituais em pequenos defeitos que podem ser consertados com o uso correto de um bom manual e das ferramentas que ele sugere. A felicidade e a realização estão no resultado. A beleza está no produto final, e não no que é simplesmente belo. Uma das grandes perdas que temos sofrido com a alta tecnologia da sociedade pós-moderna e a obsessão pelo sucesso é a da percepção da beleza. Valorizamos cada vez mais a eficiência e cada vez menos a arte. Preferimos o fast food, e não mais saborear uma boa refeição. Substituímos o real e o natural pelo virtual e pelo plástico. Vivemos como um turista que leva nas viagens suas câmeras e filmadoras digitais para não perder tempo contemplando a beleza da arte ou da criação. A aparência nos impressiona mais do que a realidade. Dentro de nossas igrejas, o efeito da mentalidade tecnológica é sutil e devastador. Imaginamos que se temos uma boa liturgia, boa música e coreografia, teremos um bom louvor e uma boa adoração. Se temos um programa eficiente, teremos um bom e fiel ministério. Se temos um bom sistema de integração de visitantes, teremos uma boa comunhão. A tecnologia nos afasta do belo e o reduz a um programa que nos ilude e nos leva a pensar que a beleza está na eficiência do produto e não mais no olhar, no gesto de fé e coragem, na criatividade ou num simples sorriso. A incapacidade de perceber a beleza é um dos sinais mais evidentes de que temos perdido nossa relação pessoal com Deus. Falamos mais sobre a utilidade da obra da cruz e menos da beleza do crucificado. Somos mais atraídos pela funcionalidade da igreja e por suas atividades do que pela beleza da comunhão de amor e amizade entre os santos. Somos cada vez mais seduzidos pelos encantos de uma vida bem sucedida do que pela beleza da santidade. No entanto, a alma humana anseia pelo que é belo. Anseia pela harmonia da criação, pela nobreza da vida em comunhão, pela pureza do amor, pela glória da ressurreição, pelas realidades não visíveis. É a beleza que sustenta o coração em meio à dor e ao desespero. Santo Agostinho fez esta pergunta: “Podemos amar outra coisa senão a beleza?” Quando olhamos para a lista que o apóstolo Paulo nos apresenta das obras da carne, vemos ali um conjunto assimétrico, sem harmonia e beleza. São expressões que descrevem as formas mais bizarras de egoísmo, exploração, mutilação e destruição. Mas quando ele abre a lista do fruto do Espírito, vemos uma relação simétrica, harmoniosa e bela que nos atrai para Deus e o próximo. As “bem aventuranças” também são belas pela sua harmonia. A cultura moderna valoriza mais as obras da carne como expressões de realização e liberdade, do que o fruto do Espírito. Isso revela o grau de alienação em que vivemos. O livro do Cântico dos Cânticos é um convite à contemplação da beleza e da harmonia: “Como você é linda, minha querida! Ah, como é linda!”; ou “Como você é belo, meu amado! Ah, como é encantador!” A beleza contemplada em Cantares não é apenas estética. Ali, o belo é a harmonia de tudo o que existe dentro e fora, e de tudo o que envolve Deus e sua criação. O belo existe para ser contemplado. Não é sua utilidade ou propósito que nos atrai, mas sua beleza e harmonia. Ele pode até ser útil, mas não é isso que nos fascina. O belo não precisa ser útil para ser belo. O salmista nos convida para “adorar a Deus na beleza da sua santidade”. O ser Santo de Deus nos atrai porque revela a harmonia de todos os seus atributos (amor, justiça, misericórdia, bondade, poder etc) e a harmonia em toda a sua criação – “Viu Deus que tudo era muito bom”, conforme o Gênesis. Santo Agostinho em suas confissões, diz: “Que amo eu, quando vos amo? Não amo a formosura corporal, nem a glória temporal, nem a claridade da luz, tão meiga destes meus olhos, nem as doces melodias das canções de todo o gênero, nem o suave cheiro das flores, dos perfumes ou dos aromas, nem o maná ou o mel, nem os membros tão flexíveis aos abraços da carne. Nada disso amo, quando amo meu Deus. E contudo, amo uma luz, uma voz, um perfume, um alimento e um abraço, quando amo meu Deus; brilha para a minha alma uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não arrebata, onde se exala um perfume que o vento não esparge, onde se saboreia uma comida que a sofreguidão não diminui, onde se sente um contato que a saciedade não desfaz. Eis o que amo, quando amo meu Deus”. Para Agostinho, seu encontro com Deus trouxe de volta a harmonia e a beleza. Para ele, amar a Deus envolve, entre outras coisas, romper com o caos, recuperar os sentidos, olhar em volta e perceber a graça e a bondade de Deus na luz do sol, na escuridão da noite, na ingenuidade infantil e nas tribulações da vida. Precisamos recuperar a contemplação e o belo numa cultura pragmática e fortemente determinada pelas forças do mercado. Precisamos resistir à pressão pela produtividade. Precisamos voltar a entrar na igreja simplesmente para adorar a Deus na beleza de sua santidade e reconhecer: “Que magníficas são, Senhor, as tuas obras! Quão profundos são os teus pensamentos!” Precisamos voltar a reconhecer a harmonia e a grandeza da criação e da obra de Cristo e celebrar a beleza da presença de Deus na vida e na história, para que a oração recupere seu significado.
Ricardo Barbosa de Souza é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia.

Predestinação:a Doutrina Esquecida

Eu pergunto se é possível que preguemos todo o conselho de Deus, a menos que a predestinação com toda a sua solenidade e certeza seja continuamente declarada.(Charles H. Spurgeon)

11.8.05

Mercado da Fé


Todos nós sabemos que o mundo gira em torno do lucro. Que o mundo sobrevive centralizado em mercados. Que são as grandes empresas com forte investimento na publicidade que determinam o consumo de produtos cujo as marcas e rótulos provocam a euforia e a ânsia de ter. Nestes últimos tempos, reacende-se o humanismo materialista, o qual tem invadido a Igreja promovendo a oferta de produtos retóricos: teorias de prosperidade material ao invés de salvação eterna; saúde; realização profissional e afectiva. Foram criadas terapias do amor, de cura e libertações para todo o tipo de males. O mercado está aberto.
A soberania humana ao invés da divina tem tornado o homem uma espécie de empresário de Deus, para programar Suas actividades, marcando-lhe dia e hora para a realização de tal ou qual milagre e muita gente vai na onda. Calvino disse:"O mundo preferiu, e sempre prefirará, as especulações que apresentam engenhosidade, à sólida doutrina". Assim, a busca pelo o extrordinário, o dinâmico o emocional assume destaque na agenda evangélica de nossos dias, as pessoas querem e exigem sentir-se bem e distraídas. Deus tornou-se um bom negócio, os vendedores abundam procurando estratégias para cativar seus clientes."Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus." (2.Co2.17)
Para aqueles que pregam, cujo o interesse é chamar os eleitos a ouvir a pregação da palavra, proclamando a verdade e testemunhando essas verdades, o mercado está em baixa. Estes tipos que começam a serem raros são vistos com desconfiança, não fazem parte do mercado são antiquados, tradicionais, ortodoxos, puritanos, termos usados negativamente com o objectivo subtil de eliminar a concorrência. Resta a estes que ainda não foram seduzidos pelo o mercado pedir a Deus coragem e determinação, sabedoria, discernimento e acima de tudo fidelidade à Palavra de Deus. No dizer de Paulo parece que Deus nos colocou em último lugar, nos esforçamos e nada acontece, considerados muitas vezes insignificantes e descartáveis. Um certo cristão afirmou uma vez:"Quando eu nasci, todos riam, enquanto eu chorava. No dia da minha morte, dar-se-á o contrário, pois todos chorarão, e eu sorrirei".Afinal o drama acaba bem.Glória e Honra e Toda Adoração seja dada somente a TI SENHOR DEUS.

8.8.05






Porque Abandonei o "Poder" das Igrejas Pentecostais


Definitivamente abandonei o “poder” pentecostal porque todos os pentecostais são ensinados a buscar, clamar e reivindicar um “poder” que de maneira alguma é o poder de Deus. Ao contrário, é um “poder” vazio e sem resultados. Um “poder” que mexe somente com as emoções daqueles que são mais sensíveis e fracos, sem mexer com o mais fundamental: as suas vidas. Por toda a Escritura e durante toda a história cristã dos verdadeiros reavivamentos (como o dos tempos de Jonathan Edwards, George Whitefield, John Wesley, Spurgeon, etc) sempre o resultado desses derramamentos de poder (genuíno) foi o arrependimento dos pecados e uma volta à Palavra de Deus. Curiosamente a geração que hoje reivindica passar por avivamento é uma geração apóstata, uma das gerações mais ignorantes acerca das Escrituras que já existiu; uma geração de “crentes” legalistas, facciosos, trambiqueiros, fariseus e sem uma vida piedosa. Como o Dr. Russell Shedd disse: “Somos 25 milhões de evangélicos no Brasil. Onde está o poder dessa multidão?” A resposta é clara: o Brasil ainda não passou por um verdadeiro avivamento, mas tem passado por diversos movimentos de emocionalismo e falsificações. Rejeito o “poder” pentecostal porque ele carece de provas de genuinidade, não passando pelo crivo da experiência (pois não gera transformações), muito menos no das Escrituras. Em que os crentes pentecostais são melhores do que os ditos tradicionais? São as suas vidas mais piedosas? São mais consagrados? Pelo contrário, se fôssemos fazer comparações (e este não é o nosso objetivo), teríamos razões para crer no exato oposto, porque o maior índice de casos de adultérios e roubos são encontrados nas igrejas pentecostais e neo-pentecostais.
O mais interessante é que, visto que os sinais característicos de um verdadeiro avivamento estão ausentes das igrejas pentecostais, elas têm inventado substitutos para estes. Ao invés de arrependimento, vemos “línguas” (realmente estranhas!) por todos os lados. Ao invés de vida piedosa, vemos pessoas caindo no chão por um “poder” ainda mais estranho. Ao invés de uma volta à Palavra, vemos uma busca desenfreada por “novas revelações” e profecias mentirosas. Ao invés de amor, vemos divisão e facção (geralmente estas igrejas se consideram a mais santa de todas, ou melhor, a única!). Os contrastes alarmantes poderiam ser multiplicados ad infinitum.
O mais interessante é quando pessoas que dizem crer nas doutrinas da graças, ou seja, na salvação exclusivamente pela graça, começam a crer e propagar esse “poder”. Pessoas que dizem crer numa salvação pela graça, mas num reavivamento pelas obras. Pessoas que seguem o ensino de Calvino e seus seguidores na sotereologia, mas o de Pelágio, Finney e companhia no reavivamento. Ora, se tais manifestações ocorrem somente nestes recintos, eles são merecedores delas? Se nas igrejas reformadas (que sem dúvida são as mais fiéis no ensino da Palavra de Deus) não se manifesta tal “poder”, porque deveria ele se manifestar naquelas que mais e mais se distanciam da verdade? A resposta só poder ser: ou esse “poder” é meramente emocional ou ele é diabólico. Todas as bênçãos espirituais foram adquiridas por Cristo para TODOS que fazem parte do Seu povo. Paulo diz que Deus “nos abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo” (Efésios 1:3). Dizer que alguns crentes não desfrutam das bênçãos que Cristo adquiriu ou que não desfrutam do “melhor da graça”, é simplesmente dizer que eles não são crentes!
E por último, e não menos importante, deixei o “poder” pentecostal porque ele é um “poder” dissociado da Palavra. Um “poder” que se manifesta justamente naquelas igrejas que não são totalmente fiéis às Escrituras e onde a pregação da Palavra está longe de ter um lugar proeminente. O poder que eu quero é o poder que nos transforma, que nos santifica e ajuda a viver mais perto de Deus. Não quero ter meus sentimentos estimulados, mas sim a minha vida transformada dia a dia pelo poder da Palavra de Deus, aplicada pelo Espírito Santo. E o poder santificador reside justamente na Palavra de Deus e não nas artimanhas dos homens. Jesus orou: “santifica-os na verdade” (João 17:17). É a verdade que nos santifica e não os gritos, berros e “corridas” na igreja. Foi para isso que fomos chamados, para viver inteira e exclusivamente para Deus. Como bem expressa o Catecismo de Westminster: “o dever do homem é amar a Deus e glorificá-lo para sempre”. E não é emocionalismo que gerará isso, mas sim a pregação simples e pura da Palavra de Deus, na dependência do Espírito Santo.

Cuiabá-MT, 17 de Maio de 2004.
Felipe Sabino de Araújo Neto
Ex-membro da Assembléia de Deus (por motivos óbvios).

5.8.05

Cheguei! Eu sou a Sofia Maria

2/8/2005

Eu e a minha mamãe

A minha mãezinha está muito cansada...

Estou nas setes quintas

Nasci com 39 semanas, 3,205 kg e 48 cm.

Deixem-me sonhar!

Bolas, bolas, está um calor...

Hum! Que bom!

É muito bom estar junto da minha mamãe.

Cadê meu papai?

Será que meu pai é muito tímido?

Estou farta de estar aqui.

Papai, leva-me para casa.Quero conhecer todo o mundo. Os meus avós daqui e de Portugal, tios e primos. Tem também um cachorro, não é?

3.8.05

29.7.05

Entre o Visível e o Invisível

As realidades visíveis causam dor e sofrimento; no entanto, são realidades invisíveis como a ressurreição e a vida eterna que fortalecem nossos passos
Diariamente os jornais, telejornais, revistas e conversas com amigos nos inundam de informações sobre as realidades do mundo. Estas leituras e conversas geralmente giram em torno das crises pessoais e familiares, econômicas e políticas. Fazem parte da pauta de nossos assuntos preferidos as guerras, a violência urbana, a corrupção política, as injustiças sociais, as crises familiares e o medo do desemprego. São temas bem reais, visíveis - estão aí, diante de nós, todos os dias. Não podemos fugir deles.
Estas realidades visíveis determinam não apenas a agenda das conversas, mas também a agenda emocional. Elas criam o medo, a ansiedade, tornam-nos mais apreensivos, confusos e assustados. Nunca a humanidade sentiu tanto medo como hoje. É o medo da enfermidade incurável, da guerra bacteriológica, do colapso econômico, do desemprego. Este medo é proporcional ao volume de informações que recebemos. Para muitos, o mundo deixou de ser um lugar tranquilo para se viver. A plataforma que nos ajuda a enxergar e compreender o mundo são as notícias e as conversas derivadas delas. As notícias mostram o cenário visível, real, onde todos nós vivemos. Um cenário assustador e sombrio.
O apóstolo Paulo, distante de nós quase vinte séculos, também viveu num cenário semelhante. Certamente não haviam tantas informações como temos hoje, mas a sensação de vulnerabilidade e fragilidade pessoal diante das grandes ameaças era tão intenso quanto hoje. Ele mesmo descreve que sentia-se pressionado, perplexo, perseguido e abatido. Não havia segurança nem certezas. Encontrava-se física e emocionalmente no limite da sua resistência. No entanto, embora as realidades visíveis provocassem nele toda sorte de perplexidade e abatimento, ele reage não se deixando contaminar pelo desânimo, pelo desespero ou pela sensação do abandono.
A reação de Paulo às realidades visíveis, resistindo às suas pressões e seu poder, foi construída por outras realidades menos visíveis, algumas completamente invisíveis. A leitura do mundo para Paulo não era determinada apenas pelas notícias dos jornais do dia, mas, sobretudo, pelas ações não noticiadas do soberano Deus.
Paulo diz que "mesmo que o homem exterior se corrompa, o homem interior se renova de dia em dia". O homem exterior, o corpo, o esgotamento físico, as marcas do sofrimento e da dor, é visível. Pode-se perceber sem muito esforço o desgaste externo. Este desgaste é o resultado das perplexidades, perseguições e abatimentos causados pelas crises relacionais, pelas injustiças sociais, pelas corrupções da política e pela desordem econômica. As realidades visíveis causam dor e sofrimento, abatem o corpo e minam nossas resistências.
Mas há uma realidade interior, não visível, que nos renova de dia em dia. Uma realidade que resiste às pressões, que não se deixa desanimar diante das perplexidades, que nos faz sentir amparados e acolhidos diante das perseguições e tribulações. São realidades não noticiadas, nunca aparecem nas manchetes, não aumentam a audiência da TV nem a tiragem dos jornais. São realidades que tornam, na linguagem quase irônica de Paulo, "nossa leve e momentânea tribulação" em "eterno peso de glória, acima de toda a comparação".
É por causa destas realidades invisíveis que Paulo afirma que não desanima. São realidades que nos permitem caminhar e sonhar a despeito daquilo que acontece a nossa volta e que corrompe nosso físico e consome nossas energias. O profeta Isaías, alguns séculos antes de Paulo, diante da perplexidade do seu povo ao achar que Deus os havia abandonado e que não se importava mais pelo que acontecia com eles e nem pelas injustiças que estavam sofrendo, responde dizendo: "Será que vocês não sabem? Nunca ouviram falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável. Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças. Até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam".
Havia uma outra realidade maior e mais definidora do que aquela que estavam acostumados a ver, uma realidade invisível, determinada por um Deus eterno, que dava a todos os que criam nela um ânimo e uma disposição que ninguém conseguia compreender.
Para Paulo, havia também uma realidade invisível que dominava sua vida. Ele afirma que "fixava seus olhos, não naquilo que se via, mas naquilo que não se via, pois tudo o que se via era transitório, mas o que se não via, era eterno". Seus olhos estavam postos na ressurreição, na realidade invisível da vida eterna. A plataforma sob a qual Paulo contemplava o mundo era a plataforma das realidades eternas e invisíveis, daquilo que só podia ser visto e percebido com os olhos da fé.
Os jornais ou a TV não vão colocar em suas manchetes nenhuma nota sobre o poder da ressurreição ou a maquete da nossa casa eterna nos céus. Eles não se preocupam com o tribunal de Cristo diante do qual todos nós um dia estaremos, nem noticiam as boas obras praticadas em nome e por amor a Cristo. No entanto, são estas realidades invisíveis que renovam o homem interior, que fortalecem nossos passos, que nos dão asas para voar como as águias e que nos preservam animados e dispostos num mundo dominado pelas notícias e conversas que deprimem e corrompem.
Rev. Ricardo Barbosa

Deus é Fiel a Si mesmo

A causa de Deus nunca corre perigo; o que ele começou na alma ou no mundo, levará até o fim"(Warfield)

28.7.05

Ser Mãe na perspectiva de um pai

Se há algo que nós homens nunca iremos saber e experimentar é o que significa carregar e gerar um ser humano. Sentir no corpo e na alma, esse milagre da gestação e parto. Naquelas 40 semanas, muitas coisas acontecem, desde a primeira reação, que nós homens não sentimos, mas ansiamos perscrutar. À medida que o tempo corre, a barriga da futura mãe, vai crescendo e com ela as nossas expectativas, se é menino ou menina, se é mais parecido com pai ou com a mãe - como será?. Sempre dizemos que queremos que seja igual à mãe, isto é, se for menina, claro, no entanto gostaríamos que fosse mais parecido connosco, naquela parte de que gostamos em nós. Já aqueles aspectos, que ainda não aceitamos em nós, pedimos aos céus, que o nosso bebê não herde. Mas na maioria das vezes, o que acontece é que são esses sinais que detestamos, que iremos ver em nosso brotinho. Aceitamo-los, pois é o nosso bebê. Acabamos por aprender aceitá-los em nós também, na verdade isso faz parte do milagre do nascimento. A vida muda, os ideais já não são os mesmos, deixamos de ser o centro, o alvo das atenções e passamos a perceber os outros melhores. A mãe é diferente, dedica-se o dia todo no preparo das roupinhas e enxoval, imaginando, o rostinho e corpinho envolto naquelas "coisas pequenas" e delicadas, que tomam conta do guarda roupa, que era do pai e da mãe. As contrações e má disposição muitas vezes são omitidas, para não nos preocupar, afinal, nós somos homens - essa missão não é nossa. Infelizmente nunca saberemos avaliar correctamente essa relação de mãe e feto, de partilhar o mesmo ar, da mesma comida, das mesmas tristezas e alegrias.Viva a Mãe...

27.7.05

A Oração e a Soberania de Deus


Jesus, explicando a importância da oração, afirmou o seguinte: "Não vos assemelheis, pois, a eles [referindo-se aos gentios que presumiam que, pelo muito falar, seriam ouvidos]; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade antes que lho peçais" (Mateus 6.8). Essa afirmação de Jesus sempre me intrigou muito. Se Deus sabe o que preciso, se conhece todas as minhas necessidades, por que então devo orar? Qual a finalidade da oração se Deus, antes mesmo que eu lhe apresente qualquer pedido, já sabe o que de fato necessito?
Acredito que, para entender melhor o que Jesus está dizendo, devemos mudar primeiro nosso conceito e percepção da oração. Para muitos, a oração é um instrumento que Deus coloca à nossa disposição para fazermos as coisas acontecerem. Estas coisas podem ser desde grandes milagres até uma forcinha para passar na prova (o que, em alguns casos, não deixa de ser milagre). A imagem que temos é a de que Deus fica dando sopa por aí com seu poder, e a oração é o recurso de que dispomos para ativar essa inesgotável fonte de bênçãos. Precisamos aprender a tirar o máximo de Deus e usufruir daquilo que Ele pode nos dar. Para isso, oramos, insistimos, suplicamos, jejuamos para fazer com que Deus saiba o que queremos e seja, de certa forma, convencido a fazer o que julgamos correto.
Diante dessa imagem, ouvimos Jesus afirmar: "Eu conheço as necessidades de vocês antes mesmo que supliquem por elas." Se Ele sabe, por que então devo suplicar? Por que Ele não resolve de vez me dar aquilo de que necessito sem que eu tenha que pedir? Será que Deus e um desses pais sádicos que não soltam a grana enquanto não vêem seus filhos humilhados e convencidos do seu grande poder?
Relacionamento Pessoal
O que um pai mais gostaria de ouvir de seus filhos? Eu tenho dois. Para mim – embora eu seja bastante limitado em minhas percepções -, não é muito difícil saber o que eles necessitam. Principalmente, quando se trata de coisas materiais. Como pai, não lhes nego tudo aquilo que é possível e que julgo necessário para o seu desenvolvimento físico, mental, social, e espiritual. No entanto, o que eu mais gostaria de ver neles – e estou certo de que é também o que eles mais procuram em mim, embora nem sempre demonstremos isto – é uma relação pessoal de amizade, amor, respeito e aceitação. Se nós, que somos pais, sabemos do que nossos filhos necessitam e temos o maior prazer em atender, nosso Pai celeste com toda a certeza também sabe o que precisamos, o que é melhor para nós, e tem muito mais prazer em responder aos anseios dos seus filhos.
Mas o que o Pai do céu busca são filhos que o procuram, não pelo que Ele pode e tem para oferecer, mas por quem Ele é e pelo prazer de estarem com Ele em comunhão e amizade. Deus sabe o que necessitamos. Se nós o conhecemos como um Pai que nos ama e que se preocupa com cada detalhe da nossa vida, sabemos que podemos descansar em seu amor e providência, e, conseqüentemente, aquilo que necessitamos deixa de ocupar o primeiro lugar na agenda dos nossos encontros e conversas com Deus. Como pai, o que mais gostaria de ouvir dos meus filhos não é a lista de itens que precisam – muitos deles legítimos, outros nem tanto, e, quem sabe, a maioria absolutamente supérflua – mas de estar com eles, poder amá-los e ser amado, gozar de uma amizade intensa, íntima e pessoal.
Quando Jesus afirma que o nosso Pai sabe o que necessitamos, Ele muda radicalmente todo o conceito utilitário que temos da oração. Ele demonstra, com tais palavras, que nossas necessidades fazem parte da agenda e cuidado de Deus antes mesmo que tenhamos consciência delas. Jesus aponta para um novo modelo de relação a partir da oração. A pauta das nossas orações não somos mais nós e nossas necessidades, mas Deus e nossa comunhão com Ele. Oramos, não para reivindicar nossas necessidades, mas para demonstrar amor e afeto por nosso Pai.
Vãs Repetições
Censurando a forma como os gentios e hipócritas oravam, Jesus disse: "Orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que, pelo seu muito falar, serão ouvidos." O problema das repetições não está na nossa necessidade de suplicar e até mesmo insistir por nossas necessidades diante de Deus, mas no conceito falso de que é a nossa insistência que abre os ouvidos de Deus. Quando agimos assim, colocamos na oração um poder que não lhe pertence. Achamos que é a repetição que torna a súplica favorável diante de Deus, e não a mediação soberana de Jesus Cristo.
O povo insistiu para ter um rei e Deus lhes deu Saul. No entanto, esta insistência os levou a trocar o governo justo de Deus por um governo humano limitado, frágil e injusto. A insistência fez com que rompessem as relações pessoais que haviam sido construídas pela aliança que Deus havia estabelecido por uma relação institucional e impessoal com o imperador. Quando substituímos Deus, com seu imenso amor e cuidado paterno, pela insistência vã e repetitiva, transformamos a oração num fim e Deus apenas no meio para alcançarmos o que a nossa vaidade busca. Deus, e somente Deus, é o motivo e a razão da nossa oração.
Talvez o que nós mais necessitemos seja redescobrir Deus como nosso Pai. Não na perspectiva das lembranças e memórias que temos dos nossos pais, mas a partir da relação que o próprio Filho Jesus teve com o Pai. É ele quem nos revela o Pai com seu cuidado amoroso e terno. Jesus mesmo nunca precisou usar o recurso das vãs repetições para conseguir qualquer vantagem, mas sempre se ofereceu em completa obediência e temor ao Pai, na certeza de guia-los pelos caminhos que determinou.
Orar é entrar nesta relação única que Jesus, o Filho, nutriu com o Pai. Buscar a vontade do Pai, oferecendo-nos em submissão e obediência para que Ele seja o princípio e o fim de toda a nossa existência. Deus sabe o que necessitamos. Basta reconhece-lo como Pai para termos certeza disso. A oração não existe para informar a Deus o que Ele já sabe a respeito de nossas necessidades, mas para gozar da alegria de experimentar sua vontade justa e soberana; e, no mais, as outras coisas nos serão acrescentadas.
Fonte: VINDE, a revista gospel do BrasilAno 1 – No. 12 – Outubro/1996Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília.

25.7.05

Se liga meu irmão

Temos de compartilhar liberalmente e agradavelmente todos e cada um dos favores do Senhor com os demais, pois isto é a única coisa que os legitima.(João Calvino)

Culto solene de Posse

As fotos abaixo referem-se à cerimónia da minha posse do pastorado da IEC de Passa Três. O Rev. Elhiabe trouxe-nos a mensagem. O coral de Angra cantou. O acto de posse foi realizado pelo Rev. Gerson (presidente da 39º Região administrativa da UIECB). O vice-presidente da UIECB representou a Junta Geral, deixando-nos palavras de incentivo e apoio. O Rev. Hélio Martins dirigiu o culto solene até ao acto de posse. A igreja estava completamente cheia. No final houve convívio no salão social e comida com fartura ( e que bolo!) - teve que ser transportado de caminhão. Logo que a nossa filha nascer, mudaremos para a casa pastoral da igreja. A Deus toda a Honra, Glória e Majestade.

Coral da IEC Angra dos Reis

Igreja Cheia

Mocidade da IEC de Passa Três

Início do Culto Solene de Posse

Palavras de Estímulo

Imposição de Mãos e Oração

Encorajamento do Vice-Presidente da UIECB

O bolo da festa

Nós e o pregador da noite Rev.Elhiabe

Os pastores convidados e oficiais da igreja

O pastor e os oficiais da IEC de Passa Três

21.7.05

Calvinofobia

Há milhares de evangélicos que preferem ouvir o nome do diabo, mas fogem do nome de Calvino. Não estão fugindo por medo do “fantasma” de João Calvino, o grande reformador de Genebra do século XVI, mas por fobia do calvinismo (como sistema doutrinário). A palavra “calvininismo” arrepia e dá um gelo na espinha de muitos pastores. O que podemos dizer a esses calvinofóbicos? J. I. Packer foi bem enfático nesse aspecto, e não poderia ser mais verdadeiro em suas palavras:
Pouco importa se nos chamamos calvinistas ou não; o que importa é que compreendamos biblicamente o evangelho. Mas, isso, conforme pensamos, na realidade significa compreendê-lo conforme o tem feito o calvinismo histórico”.
Muita gente tem medo do calvinismo (e até síndrome do pânico) porque este sistema não prega o sentimentalismo barato e apelos sentimentais aos não-convertidos. “O Salvador digno de dó e o Deus patético dos púlpitos modernos eram desconhecidos no antigo evangelho” (Packer). O calvinismo prega que as pessoas precisam de Deus, e não que Deus precisa delas!
A pregação calvinista (ou reformada) não exorta as ouvintes a terem compaixão de Cristo. Antes, pelo contrário, Cristo é quem exerce misericórdia – embora a misericórdia seja a última coisa que os pecadores mereçam. - O calvinismo prega a majestade de Deus e Seu poder soberano, e quando faz isso, os não-convertidos fogem com medo e repúdio.
O calvinismo prega o evangelho da graça soberana de Deus, em Cristo, como o autor e consumador da fé e da salvação. E muitos sentem aversão ou medo doentio dessa pregação bíblica. Os calvinofóbicos são como aqueles que foram citados em João 8.43-47:
Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes. Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus.

Raniere Menezes

Te liga meu irmão

Qualquer habilidade que um fiel cristão tenha, deve dedicá-la ao serviço de seus companheiros crentes.(João Calvino)

Tentativas

O sentimento geral é de uma comunidade superficial que não aprendeu amar porque tem medo. Os caminhos da vida cristã e de espiritualidade são carreiros ( trilhos) de aceitação de auto-negação de amizade profundamente sentida. Quando o Senhor chamou o apóstolo Pedro para o ministério não lhe perguntou o quanto conhecia sobre Deus, nem mesmo sobre as experiências espirituais que tinha tido, mas se ele o amava (Cf Jo21.15-17). Era o afecto de Pedro que interessava a Jesus. Isto não significa que o conhecimento ou a experiência são irrelevantes; mas se estes não são traduzidos em afectos, se não atingem o coração, transformamo-nos em presas fáceis para as apostas do diabo ( ler Jó cap. 1 e 2). "Amar a Deus de todo o coração, alma, e forças, e ao próximo como a si mesmo", constitui nas palavras de Jesus, o cumprimento da lei e dos profetas. É este amor que nasce do coração, que determina os segredos do nosso relacionamento com Deus. A partir do momento que o homem for capaz de adorar e servir a Deus por nada, simplesmente porque Deus é Deus e não porque o cobre de benefícios - ele encontra o sentido maior da sua devoção, o centro de sua espiritualidade, o coração como fonte dos afectos mais puros e genuínos da alma humana

20.7.05

Te liga meu irmão

Quando a Palavra de Deus converte um homem, tira dele o desespero, mas não a capacidade de arrepender-se"(Charles H. Spurgeon)

O que é o Projeto Nilson Braga?

Projeto "Nilson Braga" nasceu no Coração do Pr. Nilson Ferreira Braga e que, em 1999, nos corredores da 45ª Assembléia Geral da UIECB, conclamava o nosso povo para um projeto, na época chamado de "Férias para Jesus" que aconteceria em Terra Nova do Norte - MT. Lamentamos que o Pr. Nilson Braga, tendo tido a visão, o sonho, não viu a sua realização, pois aprove a Deus chamá-lo para a Glória, logo depois daquela Assembléia Geral em um terrível desastre automobilístico. O projeto foi realizado e marcou a vida de muita gente, marcou a nossa Denominação.
De lá para cá, a cada ano, vamos conhecendo um pouco mais do nosso Brasil: Em 2000 fomos para a cidade de Capitão Poço - PA; em 2001 fomos para a fronteira com a Bolívia e trabalhamos em três cidades: Ladário, Corumbá e Puerto Suarez; Em 2002, nós fomos para Jequié na Bahia; em 2003 nosso destino foi o Sul até Viamão - RS. Neste ano de 2004 queremos voltar ao nordeste e glorificar o nome de Jesus na cidade de Santa Cruz de Cabrália - BA
Este Projeto é dedicação em amor ao próximo de todas as pessoas que dele participam. É organizado pelo DEM (Departamento de Evangelização e Missões) da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil – UIECB, nas férias de julho de cada ano. Reunimos gente de coração dadivoso de todos os lugares do Brasil e até do exterior: Profissionais liberais, autônomos e técnicos, membros das igrejas, entre eles, médicos, assistentes sociais, psicólogos, dentistas, protéticos, enfermeiros, fisioterapeutas, odontólogos, cabeleireiros, cozinheiros, professores, engenheiros, mestre de obras, encanadores, eletricistas, marceneiros, carpinteiros, vidraceiros, pedreiros, serventes, pastores, evangelistas, etc. que doam 10 dias de seu trabalho para atender às populações carentes.
Este trabalho consiste em atendimento médico ambulatorial, farmacêutico, laboratorial, odontológico, aplicação de flúor, palestras médicas, cortes de cabelo, doação de próteses dentárias, distribuição de roupas e calçados; na área espiritual: evangelização de casa em casa, com distribuição de folhetos evangelístico, Bíblias e Novos Testamentos, apresentação de teatro, escola bíblica de férias para crianças e adolescentes, cultos para adoração, louvor a Deus, e exibição do Filme Jesus. Nesta ocasião também construímos um templo na referida cidade.
O Projeto tem como objetivo levar a mensagem do evangelho de Jesus e mostrar o Seu amor de maneira integral, Uma mensagem que atinja o homem no seu social, emocional e espiritual.
(in DEM)

Te liga meu irmão!

Admitir a providência universal e negar a providência especial é incoerência. Seria o mesmo que falar de uma corrente sem elos"(A. A. Hodge)

19.7.05

Alimentando as Ovelhas ou Divertindo os Bodes?


Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.
Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) — isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: “E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho”, assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus. E mais: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.
Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? “Vós sois o sal”, não o “docinho”, algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!
Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: “Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira!” Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento. A mensagem das cartas é: “Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!” Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram: “Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos”. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição, foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles “transtornaram o mundo”. Essa é a única diferença! Senhor, limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.
Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.
Charles H. Spurgeon

18.7.05

Posse do Pastorado

Próximo sábado será realizado o culto solene de posse do pastorado da Igreja Evangélica Congregacional de Passa Três (3º igreja congregacional mais antiga do Brasil). É significativo este momento em que a nossa denominação comemora 150 anos. Estou grato a Deus por esta oportunidade. Certamente Ele me capacitará na condução deste povo. Nada acontece por acaso. O tempo de Deus é o tempo perfeito.
A Deus toda a Glória Honra e Majestade.

Está quase!

Ela chama-se Sofia Maria Marques da Silva. É uma homenagem à minha avó paterna.

Quebrando o Sexto Mandamento

Frequentemente, vemos em nossa igrejas pessoas que ofenderam outras pessoas. Pessoas que "mataram" o irmão com palavras ou com atitudes. Assim, é comum vermos pessoas ofendidas se estranhando, ressentidas, guardando mágoa do irmão ou irmã. O Senhor Jesus ensina a cada um de nós como proceder em caso de nós ofendermos alguém.
Em (Mateus 5:21-26), o Senhor ensina a seus discípulos a proceder em caso de alguém se irar contra o seu irmão, abrigando raiva em seu coração. No caso de alguém insultar seu irmão e chamá-lo de Tolo (Raca em aramaico).
A lei era conhecida pelos discípulos. No entanto aqui o Senhor tem a necessidade de ir mais além, reinterpretando,ou melhor, interpretando correctamente a lei. Aquele que[sem motivo ] se irar contra seu irmão; aquele que insultar seu irmão; aquele que chamar seu irmão de Raca, está sujeito a julgamento de Deus, estará sujeito ao inferno de fogo. Ele está dizendo que: quando eu ofendo o meu irmão eu estou cometendo assassinato, por isso eu estou quebrando o sexto mandamento que diz:"Não matarás". Mas então o que devemos fazer?
O Senhor Jesus diz aos seus discípulos que, quando eles forem sacrificar indo ao altar, levando os seus pecados, eles certamente vão lembrar de que são devedores, e que carecem de perdão de Deus. Ali diante do altar, em primeiro lugar, antes de pedir perdão pelos seus pecados, devem lembrar que ofenderam seu irmão com ira, palavras, gestos. O que é que Jesus diz para fazer? Que essa pessoa ao lembrar que ofendeu outra pessoa, deve ir reconciliar-se com seu irmão e depois voltar, fazendo sua oferta. É mais importante a reconciliação com o irmão do que o culto a Deus.É mais importante a reconciliação do que actos externos de adoração. Porque não faz sentido eu adorar a Deus quando eu estou com raiva de meu irmão. Não faz sentido eu praticar um culto organizado, reverente, inteligente, quando em meu coração eu abrigo sentimentos homicidas. Pois se eu tivesse a certeza que ninguém fosse descobrir, eu mataria, eu derramaria o sangue de meu irmão.
A ênfase aqui dada pelo Senhor é a urgência em reconciliar-se com o irmão,"Entra em acordo sem demora". Então, o que eu devo fazer quando eu ofendo o meu irmão?Devo ir reconciliar-me com ele o mais rápido possível, negociar com ele, isto é, reconhecer o meu erro e dispor-me a compensá-lo de alguma forma a humilhação e vergonha que passou. Devemos agir assim, não somente, porque devemos temer o juízo de Deus, mas, porque é o certo. Que Deus nos incomode ao ponto de procurarmos o irmão ou irmã que ofendemos com palavras, e pedirmos perdão, nos reconciliando com ele e com Deus. Agora sim, estamos prontos para prestar culto a Deus e receber perdão pelas nossas dívidas, pois no altar de Deus há perdão e reconciliação.

Breve Histórico das Origens do Arminianismo


Jacob van Harmazoon (1560-1609), ou como é conhecido por seu nome latinizado Jacobus Arminius, nasceu em Oudewater na Holanda. Primeiro estudou teologia na Universidade Marburg em Leyden (1575-1581), também estudou em Basiléia (1582-1583), e posteriormente na Academia de Genebra na Suíça (1584-1586), onde recebeu aulas do próprio reformador Theodoro Beza, sucessor de João Calvino.
A Igreja Estatal Holandesa havia adotado a doutrina Reformada. Em 1618, endossou como seus Símbolos de Fé: a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg. Inicialmente foram usados apenas como livros de instrução. Mas ao serem adotados como documentos representantes da fé do Estado Holandês, trouxe muito desconforto para aqueles que advogavam manter a antiga fé Católica, ou, uma postura mais tolerante.
A Holanda por causa do seu desenvolvimento humanista advogava a liberdade de pensamento. Um dos maiores humanistas holandeses no início da Reforma era Desidérius Erasmus (1466-1536), mais conhecido como Erasmo de Rotterdam, que mesmo fazendo duras críticas a Igreja Católica Romana, morreu como seu submisso filho.
Os Países Baixos ainda estavam sendo minados pelo Semipelagianismo. Mas, Arminius foi escolhido pelo Sínodo holandês em 1589, para defender a doutrina oficial da Igreja Reformada Holandesa. Dirk Coornhert que naquele período era o secretário geral dos Estados Gerais, não havia aderido às doutrinas da Reforma. Arminius que era um filho da Igreja Reformada Holandesa foi indicado para se opor aos ataques teológicos semipelagianos de Coornhert. Entretanto, Arminius não foi feliz em sua defesa. A partir desse debate Arminius começou a questionar e nutrir dúvidas acerca do seu Calvinismo.
Durante o pastorado da Igreja Reformada de Amsterdã (1588-1603), Arminius realizou uma exposição na epístola de Romanos analisando os capítulos 7-9. Nestas palestras ele questionou a interpretação calvinista desta passagem, preferindo uma forma de Semipelagianismo modificada, o que veio a chamar-se Arminianismo .
Em 1603, Arminius foi nomeado professor de divindade (teologia sistemática) na Universidade de Leyden. Esta era a mais antiga universidade da Holanda. Sua nomeação ocorreu por basicamente três motivos; primeiro, por causa de sua família, que ocupava uma posição proeminente entre a aristocracia holandesa; segundo, possuía muitos amigos, inclusive membros da igreja de Amsterdã que lhe apoiavam; terceiro, o seu currículo acadêmico era inquestionável. Lecionou ali até a sua morte. Durante esse período letivo, Arminius sistematizou seu pensamento fazendo muitos discípulos e simpatizantes políticos.
Franciscus Gomarus que, primeiramente, foi professor de Arminius, tornou-se seu principal inimigo. Todos os que defendiam a posição calvinista, ficaram conhecidos, naquele período na Holanda, como gomaristas. Gomarus foi uma figura decisiva no Sínodo de Dort, em defesa da opinião calvinista.
A Igreja Oficial Holandesa era confessionalmente calvinista. Os teólogos e partidários de Arminius não admitiam a limitação confessional, e procuravam obter a revisão dos credos oficiais. Isso causou um transtorno de difícil resolução, pois ambos teólogos, tanto Gomarus como Arminius, possuíam influentes simpatizantes na política estatal holandesa.
A República dos Estados Gerais se encontrava perto de uma cisão. Quando a discussão saiu de dentro das salas da Universidade de Leyden, indo para os púlpitos e em seguida para o parlamento, o caso agravou-se. Ricardo Cerni comenta que
no sombrio marco desta questão ressuscitou um antigo problema sócio-político polarizado na rivalidade existente entre Maurício de Nassau (filho de William de Orange, e o protetor do proletariado), e Jan Barnevelt, um dos fundadores da república e líder da alta burguesia. Em geral, esta classe social era partidária da postura arminiana, e usando de sua evidente influência política conseguiram, através de Hugo Groot (Grotius, 1583-1645) a publicação de um Edito para que se proibisse nas igrejas a pregação de temas “controvertidos”, incluindo, obviamente, a questão da predestinação. Os calvinistas ortodoxos protestaram imediatamente estimando aquele que era um ato de verdadeira perseguição.
Era um risco muito delicado para a Holanda, principalmente naquele momento, pois a guerra com a Espanha não havia terminado. Maurício de Orange, que era o Conde de Nassau, percebeu claramente o perigo da República Holandesa perder a sua unidade, e resolveu usar a sua influência como governador-geral, quebrando o poder das autoridades partidárias de Arminius. De forma decisiva em 1617, Maurício de Orange desarmou as tropas dos magistrados arminianos, e no mesmo ano decidiu convocar um sínodo.
O problema teológico de Arminius tinha as suas raízes em sua teontologia. As suas conclusões acerca da salvação, não eram resultados apenas de um conceito errado de livre arbítrio, ou do modus operandi da livre graça de Deus, e sim, do seu conceito acerca da Trindade. Arminius falando do seu conceito da divindade de Cristo e do Espírito, afirma que “esta maneira de falar é nova, herética e sabeliana, e em si, é blasfemo dizer que o Filho de Deus é homoousios (da mesma essência) porque somente o Pai é verdadeiro Deus, o Filho e o Espírito não o são.” Além de demonstrar certa deficiência na área de teologia histórica, a sua teontologia resulta conseqüentemente num Unitarismo.
A conseqüência dessa teologia em tom unitarista, unida a um conceito errôneo de livre arbítrio é que a sua Soteriologia e todas as demais divisões da dogmática, coerentemente, sofreram modificações bastante significativas. Não é de se estranhar que os discípulos de Arminius distanciaram-se do seu tom protestante original. Os nomes de teólogos arminianos como “Episcopius, Grocius, Curcellaeus, Limborch, e sua elaboração de imponentes volumes, do material dogmático, não conseguem esconder o achatamento de todas as grandes doutrinas, e suas tendências crescentes em direção a Ário, a Pelágio e a Socínio”.
O próprio Arminius era inconsistente em sua teologia. Embora negava os quatro primeiros pontos do Calvinismo, ele incoerentemente aceitava o quinto. Numa obra chamada Declaração dos Sentimentos (1608) ele defende que Deus possui quatro tipos de decretos, sendo que o quarto “Deus decretou a salvação de certos indivíduos específicos – porque Ele anteviu que eles creriam e perseverariam até o fim”.
Com o propósito de tornar sua teologia mais coerente os remonstrantes também negaram em seu quinto ponto a doutrina da Perseverança Final, conforme exposta pelo Calvinismo. Em sua avaliação sobre o assunto, Wright afirma que
ele [Arminius] continuou até a crer na segurança eterna dos santos, embora este último aspecto do calvinismo tenha sido abandonado pelos seus seguidores entre os Remonstrantes, poucos anos após a sua morte, enquanto procuravam desenvolver uma teologia mais consistente sobre a graça universal.
Após a morte de Arminius (1609) os seus seguidores, aproximadamente 46 teólogos, se reuniram na cidade de Gouda. Apresentaram um documento chamado Articuli Arminiani sive Remonstrantia (1610). Neste documento demonstravam que tipo de teologia esposavam em protesto à religião oficial do Estado.
Após este incidente a Igreja foi obrigada a se declarar com maior clareza acerca destes novos pontos doutrinários através dos Cânones de Dort em reação aos arminianos. O sínodo reuniu-se na cidade de Dordrecht, em 13 de novembro 1618, até 9 de Maio de 1619. Era formado de teólogos não somente holandeses, mas também procedentes de outras partes da Europa. Haviam trinta e cinco teólogos, um grupo de presbíteros das igrejas holandesas e participantes provindos da Grã Bretanha, Eleitorado do Palatinado, Helvétia, República de Genebra, Bremen, Bélgica, Zutânia, Austrália, Nova Zelândia, Frísia, Transilvânia, Groningen, Drentia, Gálica-Belga, Hesse, Suíça, Bradenburg, Utrecht e Balcanquall.
Os remonstrantes também foram convocados para estarem no Sínodo. Estavam presentes Simon Episcopius professor de teologia em Leyden, o sucessor de Arminius, e mais doze teólogos arminianos. Contudo para eles o sínodo
não passava de uma conferência e eles negavam competência para agir como um tribunal em questões de doutrina. Eles não queriam ser tratados como réus. A tática do grupo arminiano era a de obstruir as reuniões do sínodo com debates formais. O Sínodo queria discutir os artigos da “Remonstrância”, mas o grupo arminiano se recusava a expor claramente sua posição doutrinária. Após quatro semanas de debates inúteis, o presidente do sínodo dispensou o grupo de arminianos. Com isto o sínodo passou a julgar a doutrina arminiana com base em seus escritos. Os cinco artigos dos arminianos foram discutidos e uma comissão preparou o texto dos “cânones” ou regras de doutrina em que se condenava a doutrina arminiana e se expunha a doutrina reformada.
O Sínodo holandês ratificou a sua fé Reformada (calvinista). Os remonstrantes insatisfeitos reagiram com um manifesto contra a decisão do Sínodo. O resultado desse manifesto foi a expulsão dos ministros arminianos das igrejas Reformadas e a morte de muitos deles.

Rev.Ewerton Barcelos T.

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