23.8.09

Na varanda larga dava para ver uma eira, uma casa em ruínas, umas oliveiras à beira da morte e uma figueira despenada. Sempre tinha uns putos (moleques) jogando berlinde ou dando chutes com uma bola de borracha contra as paredes do prédio do Pernas. A minha esperança naqueles dias cinzentos resumia-se à chance do céu se abrir e assim poder convencer a minha mãe a me deixar sair. Às vezes o milagre acontecia. Descia as escadas sem tocar no chão, cantando e assobiando, fazendo os vizinhos lançar alguns palavrões - eles tinham razão, trabalhavam por turnos. Lá fora as opções eram muitas, bola, peão, berlinde, ferro, brincar aos cowboys ou simplesmente ficar à toa andando pela quinta imaginando um monte de possibilidades heróicas. O tempo demorava a passar ao contrário do tempo de agora, dias cinzentos de grandes expectativas, quase iguais aos de hoje – muitos sonhos e a mesma esperança, isto é, que o céu em algum momento irá se descobrir.

16.8.09


Dora na fase "estou curiosa, quero descobrir tudo!"





João na fase "Me deixem, não quero tirar fotos!"


Sofia na fase "Olhem o que eu sei fazer!"











Eles gostam muito de visitar o berço da irmã.

15.8.09

Aventura e Desventura da Alma

Pego um livro e o acaricio como se ele tivesse a solução para a minha angústia, mas não tem, não senhor. Talvez você me pergunte as razões de eu estar prostrado e com pouquinha esperança. São os pensamentos que me atormentam e que eu não posso fechar, ou simplesmente, arrumá-los em alguma prateleira, como os livros e aí me esquecer deles. Quem me dera um pouco de vento refrescante, uma brisa suave que pudesse me falar, e assim, quem sabe eu me levantaria livre da poeira e prosseguia o caminho. Não posso culpar ninguém pelos meus desvarios e incertezas, mas posso me queixar da minha sorte - isso eu posso.

8.8.09

“Amigos, amigos, negócios à parte”.

Já citei esse provérbio popular algumas vezes e sem pensar. Esse é um problema que procuro corrigir, isto é, não dizer coisas das quais não acredito ou não tenho uma explicação e esta é uma delas.

Noto com freqüência a dificuldade de expormos nossos planos e sonhos fora de nosso circulo familiar. Fomos educados a desconfiar das pessoas e de suas boas intenções. Se nós consideramos alguém como amigo, não deveriam existir segredos nem tão pouco decepções. Por outro lado, cada vez é mais evidente que as amizades de baseiam em questões de ter ou de interesses gerais. Ninguém quer ser amigo de um pobre, doente, ou velho. Preferimos pessoas que sejam positivas e que estejam bem de saúde – optamos por pessoas seguras, por assim dizer. Sendo assim os “amigos” que temos não são amigos.

A amizade que eu procuro se baseia em aceitação e isso envolve dor e misericórdia, aquilo que Jesus reivindicou como base do amor “Misericórdia quero e não sacrifícios”. Aquilo que devemos buscar segundo o Senhor Jesus, como substâncias para a construção de relacionamentos perfeitos, são o perdão e aceitação. O nosso Senhor deu-nos um exemplo disso quando galgou de uma relação de obrigações e interesse para uma relação pura de amizade. “Já não vos chamo servos, mas amigos”. O Senhor não esperava fidelidade no jardim ou no pátio, a sua confiança não estava nos seus amigos, mas, no Pai.

Mix de fotos


A Dora já gosta do balanço.

Nossa bonequinha é a do meio.

João e Sofia com seu passatempo preferido: mostar e desmontar quebra-cabeças.



Hora da janta.

A Dora já quer se aventurar nas brincadeiras com os irmãos.



Passeio no fim da tarde.



Cenas do dia 02/08/09, 4 anos de Sofia


As crianças atentas à história que foi contada no meio da festa.


A bagunça no quintal.

A decoração foi escolhida por nossa princesinha.
Ela gosta de fazer pose para as fotos.


Entrando oficialmente nos 4 anos.

Alguém quer um pedacinho do bolo de chocolate?



5.8.09

Ai

O objetivo deste livro é mostrar de maneira transparente a verdade do eu em mim, revelar os segredos esquecidos por querer e sem querer, sondar o meu próprio coração e desafiar Deus a ser o autor disso.

4.8.09

Esse é o título "Ai"

Assim começa a Apresentação do meu livro:

"Não nasci para ser pobre e muito menos para sofrer. Todavia sou miserável aos meus próprios olhos e sofro desde que nasci. É o meu jeito particular, peculiar de sentir e dizer o vazio das coisas e a obsessão de ansiar, algo que não sei o que é."

A minha intenção é terminá-lo em seis meses. Espero que o meu amigo e escritor Paulo José Miranda Correia e o Rev. Bernardino de Santana Filho estejam me dando uma mão.

Até!

1.8.09

QUANDO OS FILHOS CRESCEM

Há um momento na vida dos pais, em que eles se sentem órfãos. Os filhos, dizem eles, crescem de um momento para outro. É paradoxal. Quando nascem, pequenos e frágeis, os primeiros meses parecem intermináveis. Pai e mãe se revezam à cata de respostas aos seus estímulos nos rostinhos miúdos. Desejam que eles sorriam, que agitem os bracinhos, que sentem, fiquem em pé, andem, tudo é uma ansiosa expectativa. Então, um dia, de repente, ei-los adolescentes. Não mais os passeios com os pais, nos finais de semana, nem férias compartilhadas em família. Agora tudo é feito com os amigos. Olham para o rosto do menino e surpreendem os primeiros fios de barba, como a mãe passarinho descobre a penugem nas asas dos filhotes. A menina se transforma em mulher. É o momento dos voos para além do ninho doméstico. É o momento em que os pais se perguntam: Onde estão aqueles bebês com cheirinho de leite e fralda molhada? Onde estão os brinquedos do faz-de-conta, os chás de nada, os herois invencíveis que tudo conseguiam, em suas batalhas imaginárias contra o mal? As viagens para a praia e o campo já não são tão sonoras. A cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes, doces, pipoca foram substituídos pelo mutismo ou a conversa animada com os amigos com que compartilham sua alegria. Os pais se sentem órfãos de filhos. Seus pequenos cresceram sem que eles possam precisar quando. Ontem, eram crianças trazendo a bola para ser consertada. Hoje, são os que lhes ensinam como operar o computador e melhor explorar os programas que se encontram à disposição. A impressão é que dormiram crianças e despertaram adolescentes, como num passe de mágica. Ontem, estavam no banco de trás do automóvel; hoje, estão ao volante, dando aulas de correta condução no trânsito. É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. É o momento em que sentimos que poderíamos ter deixado de lado afazeres sempre contínuos e brincado mais com eles, rolando na grama, jogando futebol. Deveríamos tê-los ouvido mais, deliciando-nos com o relato de suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções, seus medos. Tê-los levado mais ao cinema, desfrutando das suas vibrações ante o heroísmo dos galãs da tela. Tempos que não retornam, a não ser na figura dos netos, que nos compete esperar. Pais, estejamos mais com nossos filhos. A existência é breve e as oportunidades preciosas. Tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas aos Espíritos que se amoldaram nos corpos dos nossos pequenos, para estar conosco. Não economizemos abraços, carícias, atenções, porque nosso procedimento para com eles lhes determinará a felicidade do crescimento proveitoso ou a tristeza dos dias inúteis do futuro.
Anônimo

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