30.4.05

Praia de Mambucaba, Angra dos Reis


Irmãos unidos pelo Atlântico

És aquilo que pensas e que ouves

"Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz." (Pv29:18).

A tradução da Bíblia De Jerusalém dá-nos uma idéia mais clara deste versículo: "Quando não há visão, o povo não tem freio; feliz aquele que observa a lei."A "visão" parece referir-se à actividade dos profetas. A lei(tôrâh), pode também designar o "ensino", aqui dos profetas. Profecia e visão podem significar a mesma coisa, no entanto para os dias de hoje podem ter conotações diferentes. Segundo Calvino, os "profetas" de hoje têm o entendimento correcto das Escrituras e sua interpretação. Já a visão, depende daquilo que queremos ser, de nossa posição diante de Deus e dos homens.
Nos dias que correm a verdade bíblica tem sido atacada. O relativismo e liberalismo procuram destituir a Verdade naqueles que foi implantada. O inimigo procura através de sistemas bem elaborados e discursos retóricos, induzir as pessoas em erro. E tem conseguido. A mensagem de Salvação e Esperança deixou de ser relevante para a maioria do povo ocidental globalizado, tecnológico e consumista. Não há profetas? Não há visão? O grito de Deus deixa-se ouvir na boca do profeta Amós:"Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum prazer..., Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras."(Am5:21,23). Tem sido fácil dar ouvidos a tantas vozes que se levantam. Vozes aparentemente inofensivas, vozes até ilusoriamente frágeis. Elas vêm de todos os lados entram em nossas casas sem pedir licença. As mentes conformadas dão lugar a mentalidades anestesiadas e inclinadas a ceder diante do pós- modernismo com seus vírus e bactérias mortais. Precisamos de uma reforma em nossa forma de olhar o mundo e viver nele, sem nos excluirmos dele. Para isso precisamos ouvir aqueles "profetas" que têm a visão correcta das Escrituras e uma posição diante de Deus e dos homens." os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; porque Deus não é de confusão e sim de paz." (1Co14:32-33).

29.4.05


O homem é valente...

Querer e Crer

"IAHWEH disse a Moisés: Por que clamas por mim? Dize aos filhos de Israel que marchem..." (Ex14:15).
Pouco depois de Israel ter saído do Egipto o povo apercebe-se que os exércitos de Faraó estão no seu encalce a ponto de os pegar. Diante do povo está o mar vermelho e o deserto, atrás Faraó com seus cavalos e carros de combate. Acampados, junto ao mar perto de Piairot, diante de Baal Sefon o povo teve grande medo. A palavra de Moisés ao povo busca passar tranquilidade e para que este se mantenha firme e observe o que Deus irá fazer. É Deus quem combaterá por eles, não havia o que temer.
Falar é extremamente fácil. Dizer palavras de ordem e incentivar os outros quando o problema é dos outros é igualmente fácil, desde que isso não nos afecte directamente. Mas quando estamos no mesmo barco a coisa pode mudar de figura. Podemos vacilar, podemos fraquejar, podemos deixar de ser aquele que todos achavam que nós éramos. O que chama a atenção aqui é o discurso de Moisés para o povo mostrando firmeza, coragem e esperança de que a libertação da parte de Deus era certa. Contudo, o texto nos mostra que essa confiança sofria de algumas lacunas que precisavam ser preenchidas com uma dose de clamor: " Por que clamas por mim?". Parece a coisa mais normal clamar a Deus quando nos encontramos em situações difíceis como esta. Na verdade clamamos por muito menos. Não há nada de errado em clamar, pelo contrário, mas quando confiamos verdadeiramente em Deus, agimos, não ficamos estáticos, a ação é reflexo de um clamor interior que não olha para trás. O mar na verdade é um obstáculo intransponível, assim como o deserto um lugar sem esconderijos sem hipóteses de se escapar.
Observamos que os verdadeiros inimigos não estão há nossa frente mas sempre atrás. Aquilo que vemos diante de nossos olhos são oportunidades de vermos coisas maravilhosas. Os desafios não estão nas nossas costas mas diante de nossos olhos. O inimigo sempre vem, tentando impedir a nossa marcha, ele apresenta-se sempre assustador e cruel, na verdade ele é mais forte do que nós. Mas Deus nos diz para marcharmos, caminharmos mesmo que nos pareça absurdo caminhar pelo mar e sabendo que do outro lado nada mais há do que um deserto de quarenta anos.

Roupa Nova

Estamos de roupa nova mas o conteúdo continua o mesmo. São daqueles dias em que um indivíduo acorda e pensa: cansei deste visual. Qualquer opinião contrária pode ser expressa aqui. Que os leitores fiquem à vontade, a casa ainda é vossa.

Perdão

Bruno e seu pai tiveram uma discussão feia. O relacionamento dos dois, na verdade, nunca havia sido fácil. O temperamento do rapaz era irrequieto e apaixonado; o do pai, bastante autoritário. Naquela discussão, palavras duras foram ditas de ambas as partes.
- Nunca mais quero vê-lo na minha frente, jurou um.
- Para mim, você morreu, gritou o outro.
Bruno saíu de casa batendo a porta, e não voltou. Ficaram sem se falar durante anos.
Certo dia, o rapaz recebeu um telefonema da mãe. Seu pai sofrera um derrame e encontrava-se hospitalizado, entre a vida e a morte. Bruno ficou num dilema. Iria visitá-lo ou não? Ele não sabia qual seria a reação de seu pai. Ainda assim, resolveu ir no hospital. Quando chegou à porta do quarto, ele se deteve, incapaz de dar mais um passo. Ficou pensando se aquela teria sido uma boa idéia. Talvez sua presença despertasse antigos aborrecimentos que fariam o estado do pai se agravar. Ou podia ser que ele o recebesse friamente, e até o ignorasse. Paralisado, ficou a contemplar o ancião que dormia, coberto de fios e tubos.
De repente, o pai acordou e avistou o filho ali, parado à entrada do quarto. Imediatamente, começou a chorar. O rapaz não pôde mais se conter. Sem pensar em mais nada, correu em direção ao leito e atirou-se ao pescoço do pai. Num segundo, toda a mágoa que os havia mantido afastados por tanto tempo desapareceu. Pai e filho estavam novamente juntos, abraçados, chorando e soluçando nos braços um do outro. As lágrimas que derramaram naquele quarto de hospital lavaram anos de ressentimentos e de lembranças amargas.
A experiência de perdão e reconciliação é das mais sublimes pelas quais um ser humano pode passar. Há algo de sagrado no acto de perdoar. Nunca o homem é tão parecido com Deus quanto na hora em que perdoa. Esse acto abençoa famílias, restaura casamentos e reaproxima amigos. Ele tem o poder de evitar guerras. Ao perdoar, abençoamos nosso próximo e somos, ao mesmo tempo, abençoados. O perdão é um remédio eficaz para todos os males da alma: depressão, complexo de inferioridade, medo, rejeição e assim por diante.
Contudo perdoar pode ser algo extremamente difícil. Quando nos colocamos diante da perspectiva de desculpar uma ofensa, nosso interior se agita de revolta. Por isso, há um número incontável de indivíduos que vivem tristes, escravizados e doentes. Se quisermos desfrutar dos benefícios do perdão, teremos de ser corajosos . Talvez necessitemos travar uma luta que nos leve às lágrimas, como no caso de Bruno e seu pai.
A Bíblia nos ensina que o perdão faz parte do viver dos filhos de Deus. O perdão é um sinal inequívoco dos salvos. Se afirmamos nossa salvação, baseados no amor de Deus, certamente deduzimos que não foi pela nossa justiça, éramos indignos, Cristo nos justificou. Todas as nossas certezas estão Nele que nos adotou e nos tornou seu herdeiro juntamente com Jesus Cristo seu Filho Unigénito.( Rm5:1-11; 2.Co2:5-11). Que Deus possa mexer connosco a este respeito.

28.4.05

A fé na pós-modernidade

Nos dias de hoje, a fé só terá sentido se for compreendida como o meio de nos tornar agradáveis a Deus

Estava conversando com um amigo, com quem freqüentemente discuto sobre a vida, teologia, Igreja, e ele comentou sobre a necessidade que temos hoje de reconsiderar alguns princípios e valores bíblicos à luz da realidade pós-moderna em que vivemos. As verdades continuam as mesmas, mas a realidade mudou e torna-se necessário perguntar mais uma vez sobre a forma como estas mesmas verdades e princípios serão relevantes para nossa cultura. Ele apresentou algumas de suas preocupações. O que significa, por exemplo, para um cristão inserido num mercado altamente competitivo, tecnológico e consumista, ser “pobre de espírito” ou “manso”? Ou, como é que um cristão, trabalhando como executivo ou empresário, pode incorporar em sua experiência espiritual o conceito bíblico da simplicidade e da confiança?
Alguns preceitos bíblicos precisam ser repensados à luz da nova realidade – inclusive, aqueles que considero básicos para a experiência cristã. Qual o significado da fé para um cristão pós-moderno? O que ela significa para alguém que vive cercado de recursos tecnológicos e científicos, que tem uma boa renda e um padrão de vida saudável? Num passado não muito distante, o exercício da fé acontecia em virtude das limitações que tornavam a vida insegura e frágil. Os pais, por não saberem onde os filhos se encontravam, aflitos, oravam para que Deus os guardasse do perigo e do mal. Hoje, ao invés de orar, tomam o celular, ligam e, imediatamente, são tranqüilizados. Diante de um problema de saúde, nossos avós oravam e exercitavam a fé na esperança da intervenção divina. Atualmente, antes da oração, os cristãos pós-modernos buscam o melhor especialista no seu plano de saúde e depositam na ciência e na competência do profissional o cuidado e a cura do enfermo.
As situações de risco e limite vão se tornando cada vez menores, requerendo de nós uma nova abordagem sobre a compreensão da fé. Para muitos cristãos, fé é aquilo que nos faz crer no impossível, que nos ajuda a enfrentar o improvável ou que nos faz acreditar no sobrenatural. Pensando assim, a fé é aquilo que acionamos em situações onde se requer uma ação divina sobrenatural; é aquilo a que recorremos quando se esgotam nossos recursos. Parcialmente, isso é verdade. O problema é que, para muitos cristãos pós-modernos, os recursos tecnológicos e científicos trazem possibilidades inimagináveis – logo, muitos vivem toda sua existência sem a necessidade de “acionar a fé” para atender a uma situação que efetivamente foge ao controle.
No entanto, quando o autor de Hebreus nos fala que “sem fé é impossível agradar a Deus”, ele não se refere à fé como o recurso que usamos nas situações críticas da vida. Ele não diz que “sem fé é impossível realizar milagres”, mas que “sem fé é impossível agradar a Deus”. Para ele, é a fé que nos torna agradáveis ao Senhor. Neste sentido, a fé envolve a totalidade da vida, e não apenas aquelas situações limites onde nossos recursos não têm soluções.
Sabemos que a única pessoa que agradou plenamente a Deus foi seu Filho Jesus Cristo por causa de sua vida de absoluta entrega e obediência e da oferta perfeita que apresentou ao Pai, entregando-se para cumprir seu propósito redentor. Diante disso, não fica difícil entender que a fé, num sentido mais amplo e bíblico, tem a ver com a forma como vivemos e respondemos aos propósitos de Deus e nos tornamos agradáveis a ele.
Quando as Escrituras falam da fé, referem-se a um conjunto de realidades espirituais que se interagem na experiência cristã. O conceito bíblico de fé sempre envolve convicções, confiança, obediência, coragem e perseverança. É por meio da fé que verdades são compreendidas e cridas. Podemos então considerar que a fé em ação é a a obediência e a perseverança naquilo que cremos e que nos é revelado por Deus. É neste contexto que podemos compreender melhor o valor e significado da fé para o crente de hoje. Se, por um lado, vivemos numa sociedade que cada vez mais dispensa a fé, por outro, reconhecemos que nunca ela foi tão requerida para o viver perseverante e obediente como percebemos hoje.
Se reconhecemos o valor da fé em termos apenas funcionais, caminharemos rapidamente para a falência do cristianismo – afinal, temos os recursos tecnológicos e científicos que atendem com eficiência grande parte das demandas e necessidades pessoais e comunitárias. Acabaremos nos tornando ateus funcionais. Contudo, se reconhecemos o valor da fé em termos relacionais, iremos considerá-la como uma virtude que, junto com o amor e a esperança, caminharão conosco até o fim numa longa jornada em direção a Cristo. A fé é o fundamento da perseverança e da confiança. É por meio dela que iremos prosseguir naquilo para o qual fomos chamados.
O testemunho bíblico da fé é a perseverança na nossa caminhada. Amar apenas as pessoas que nos amam é natural, mas amar aquelas que não merecem nosso amor requer fé e perseverança, confiança e obediência. Experimentar a alegria e a paz em situações de tranqüilidade e conforto também é natural – contudo, permanecer alegres e cheios de paz por causa da salvação em Cristo e da certeza de sua presença redentora, mesmo quando caminhamos pelo vale de sombra e morte e quando tudo conspira contra a alegria e paz, é um ato de fé e perseverança. Prosseguir buscando o Reino de Deus em primeiro lugar e nos consagrando a Jesus e ao seu chamado, dedicando o melhor que somos e temos a ele na promoção da redenção, justiça e liberdade, é a fé em ação.
Num mundo globalizado e tecnológico, a fé só terá sentido se for compreendida como o meio de nos tornar agradáveis a Deus. Agradá-lo é trilhar o mesmo caminho de perseverança, auto-entrega, serviço, sofrimento e obediência que seu eterno Filho trilhou. É preciso reconhecer que fé e perseverança são faces diferentes de uma mesma moeda. Se por um lado é pela fé que conhecemos e experimentamos a graça de Deus, por outro, se não perseverarmos até o fim, não seremos salvos. Uma fé não perseverante é apenas uma ferramenta funcional de nenhum valor. Já a fé que persevera é um recurso relacional poderoso.
Viver pela fé ou andar pela fé é prosseguir no caminho da obediência e da coragem evangélica em direção à conformidade com a imagem de Jesus Cristo.
Ricardo Barbosa de Souza é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia

27.4.05

Mourinho

José é de Setúbal, da terra do carrapau, o meu distrito. Tem mais dois anos do que eu e se calhar já nos encontrámos em alguns jogos da Associação de Futebol de Setúbal, nos tempos de iniciados, juvenis ou mesmo juniores. Sempre achei que este distrito era rico em termos desportivos, não somente em jogadores mas treinadores também. Conheci alguns que enxergando muito de futebol nunca saíram do anonimato. O que tinha este José que tantos Josés dessa vida futebolística nunca tiveram? Poderíamos responder que talento, boa aparência, estabilidade psicológica e saber ouvir, foram ítens que ajudaram este José a chegar ao topo. Pode até não ganhar a próxima liga dos campeões, mas o respeito que conquistou pelo seu carisma e resultados, fazem que nós portugueses nos orgulhemos, além de que, serve a sua determinação e profissionalismo para dizer que afinal nós não somos tão burros assim, no que diz respeito ao futebol e outras maneiras de estar na vida. O importante é estarmos no lugar certo. Gostar do que se faz. Se não nos sentimos realizados naquilo que fazemos, quem perde, além de nós, são todos aqueles que nos rodeiam.Trabalhadores frustados viram pais mal humorados, maridos ausentes, nações pobres. O segredo e truque da vida é termos a coragem de seguirmos a nossa direção sem atrapalhar os outros, ao contrário, aprender com eles. Assim chegará um dia em que teremos nosso próprio estilo e método. Seremos imitados, alguém pretenderá ser igual a nós, mesmo que não sejamos lá grande coisa. O José ensina-nos que é possível atingir o nosso sonho mesmo que esse sonho nada mais seja o de ser um treinador de futebol. A questão não é ser bem remunerado, mas chegar lá.

Oi

Considerando a Bíblia pelo seu aspecto literário, não se compreende bem como intelectuais poderão permanecer indiferentes à grande fonte em que abeberaram os que fizeram a nossa literatura eminentemente Bíblica e deram a maciez voluntária, o tom suave e carinhoso ao nosso meigo idioma.
Erasmo Braga (professor, escritor e ministro evangélico)

26.4.05

Uma visita muitas bênçãos

Hoje pela manhã visitei um casal de nossa igreja. Ninguém diria que estes crentes já passaram do 80 anos de existência. Não é a primeira vez que os visito e tomo o café da manhã com eles. Sempre podemos orar e falar de assuntos que dizem respeito à igreja ou a lutas da vida que todos nós enfrentamos. O importante destas visitas é que sempre podemos esclarecer, através da Palavra, as dúvidas ou mal entendidos. Apaziguar os corações e contribuir para o crescimento dos outros, mesmo que estes aparentemente já sejam crescidos na fé, faz parte integral do ministério de cada um. Nestes cafés e encontros é fundamental saber remir o tempo que significa aproveitar bem a oportunidade que Deus nos concede de ser bênção e não maldição. O inimigo, conhecedor de nossas fraquezas, sempre irá tentar incutir em nossas mentes a discórdia. A maledicência, um pecado muito comum entre nós evangélicos, vem despertando aquele lado carnal e fomentador de todos os tipos de males que acontecem entre nós. Um pecado leva a outro, e quando queremos dizer basta a "coisa ruim" já ganhou raizes.
Vivemos uma época difícil para satisfazer construtivamente nossa aguda fome espiritual. A velocidade inaudita da mudança social produziu um colapso maciço de sistemas tradicionais de crenças, símbolos, significados e valores religiosos para milhões de pessoas no planeta terra. Os mais velhos em meio a avalanche de modernismos e pensamentos liberais sentem-se deslocados e tentados muitas vezes a enveredar por caminhos de ausência de amor. A maioria dos problemas vêm da falta desta percepção, de que o amor é que deve prevalecer. Se o amor prevalecer veremos o errado dar lugar ao certo e pessoas agindo correctamente de acordo com os princípios bíblicos. Os frutos do Espírito aparecerão, mesmo naquelas pessoas que duvidávamos de sua salvação. Uma visita e uma oração, pode ajudar em muito a vida espiritual dos outros e nossa, desde que haja esse espirito de paz e reconciliação em nosso coração.

25.4.05

A crise da transmissão da fé

A transmissão da fé em nossa cultura secularizada requer de nós novos cuidados e preocupações que nossos pais não tiveram

Uma preocupação que vem crescendo e provocando muitas conversas tanto dentro da Igreja Católica como na Evangélica é o da transmissão da fé para as futuras gerações. Na Europa, alguns estudiosos já demonstraram isso em trabalhos como o do espanhol Juan Martin Velasco, que escreveu La transmissión de la fé en la sociedad e do bispo alemão J. J. Degenhardt, com seu livro Crisis of the transmission of the faith, em que ambos apontam um fenômeno, não só europeu, mas ocidental, envolvendo principalmente as igrejas cristãs.Existem várias causas para isso, mas a secularização da sociedade ocidental é apontada por todos como a causa primeira desta crise. Olhando para o Brasil, vemos uma Igreja que ainda cresce numericamente, mas que tem perdido sua relevância cultural, social, política e econômica. E vem perdendo também suas raízes históricas e teológicas. Uma Igreja que oferece uma infinidade de programas, atividades e várias formas de entretenimento religioso, mas que tem perdido a capacidade de criar, principalmente nas novas gerações, um grau de compromisso e fidelidade para com a verdade bíblica. O que os membros fazem no domingo tem pouca ou nenhuma relação com o que fazem nos outros seis dias da semana. Nossas tradições foram descartadas, nossos valores relativizados e nossas convicções se transformaram em discretas e frágeis impressões religiosas. Vemos também, inclusive dentro da Igreja cristã, a intensificação do individualismo como resposta à secularização e o crescente movimento da moderna psicologia, que valoriza o “indivíduo autônomo” em sua busca pela auto-realização.
Diante de um cenário assim, ao olhar para o futuro do cristianismo, somos tomados por um sentimento de apreensão e perplexidade. Por um lado, sabemos que a Igreja é de Cristo e é ele quem a sustenta e guarda – no entanto, a história da Igreja é dinâmica e, em muitas nações e até continentes onde ela já foi viva e forte, hoje não é mais. Portanto, temos que refletir sobre nosso papel nesse processo e como será o processo de transmissão da fé para as novas gerações.
A transmissão da fé em nossa cultura secularizada requer de nós novos cuidados e preocupações que nossos pais não tiveram. No passado, com a centralidade da religião e da família na cultura ocidental, o processo era natural. Hoje, nenhuma das duas ocupam mais este lugar. Antigamente, os valores e convicções cristãs eram claramente definidos e aceitos socialmente. Eram eles que estabeleciam uma fronteira clara entre o que era certo e errado ou entre o que era pecado e o que não era. A identidade do cristão era socialmente bem definida, o que lhe dava também uma certa segurança e responsabilidade. Agora, não – falta essa identidade clara e os valores e convicções evaporaram. A grande pergunta que se coloca diante de nós é: como iremos transmitir para nossos filhos e netos os valores e princípios da fé cristã?
A nova preocupação com a “espiritualidade” pode ser uma resposta à crise da transmissão da fé. Muitos têm confundido espiritualidade com uma forma de intimismo religioso que surge como resposta ao individualismo secularizado, intensificando a alienação e não promovendo um relacionamento real e verdadeiro com o Deus triúno da graça. Para ser relevante, a espiritualidade precisa oferecer uma resposta à crise da transmissão da fé, fundamentando-se na revelação bíblica de Deus como uma Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).
Uma espiritualidade fundamentada na Trindade nos conduz a um relacionamento pessoal com Deus-Pai que não é fruto de uma compreensão particular e intimista, mas da revelação que Jesus, o Filho unigênito nos apresenta. Conhecer a Deus Pai não é o resultado das projeções das nossas melhores intenções paternas, mas o resultado exclusivo da relação única que o Filho eterno tem na comunhão com o Pai. Somente Cristo é quem nos revela a natureza paterna de Deus. Conhecer a Cristo é conhecer aquele que nos foi enviado pelo Pai e que realizou por nós, na cruz do Calvário, a gloriosa obra da reconciliação através da justificação e do perdão dos nossos pecados. Compreender o que Jesus fez na cruz e responder ao Pai em comunhão, obediência e adoração só nos é possível pelo poder do Espírito Santo, que abre nossos olhos, levando-nos a compreender nosso pecado e a necessidade de redenção. E que também nos abre para Deus por meio de Cristo e para a comunhão com os santos.
O caminho para enfrentar a crise da transmissão da fé passa por uma espiritualidade centrada na Trindade e nas Sagradas Escrituras. Somente a partir de um relacionamento pessoal com o Deus trino da graça é que poderemos recuperar o valor daquilo que é verdadeiro e resistir à subjetividade da cultura secular. Compreender a realidade a partir da revelação de Deus em Cristo, e não através da psicologia e sociologia modernas, nos libertará da percepção reducionista da cultura secular e nos conduzirá a uma compreensão profunda e realista da natureza humana, da nossa condição social, dos propósitos da criação e da comunhão com o Senhor e com o próximo.
Olhar para a realidade a partir da auto-revelação de Deus em Cristo nos conduzirá a uma nova dinâmica de vida e fé onde todos os eventos, encontros, experiências, desejos, ações e paixões serão holisticamente absorvidos em Cristo. É isso que nos tornará mais verdadeiros e nos conduzirá à vida abundante prometida pelo Senhor. O legado que precisamos deixar para as novas gerações envolve um caminho de fé que nos conduza a uma completa rendição e entrega, da mesma forma como o Filho de Deus se entregou por nós em amor e obediência ao Pai. Somente através de uma conversão real e dinâmica é que as novas gerações irão reconhecer o valor pessoal, histórico e social da fé cristã e responderão a ela numa vida de obediência, amor, comunhão e serviço.
Ricardo Barbosa de Souza é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia

24.4.05

Uma Bênção

Todos nós já participamos de cerimónias fúnebres e sentimos o peso da perda. Existem enterros contagiantes de gritaria e choro ao ponto de assustar os mais novos. Sabemos que funerais e cemitérios não são propriamente um "bom programa". Existem pessoas que não entram nem participam de velórios mesmo que o falecido tenha relação de sangue.
Hoje participei de uma cerimónia fúnebre de uma irmã de nossa igreja. Os cânticos do coral e a mensagem do pastor Elhiabe, trouxeram à minha mente não só a realidade da morte mas a verdade que a morte encerra. Alguns textos foram lidos e palavras foram bem ditas. Mas uma pergunta do apóstolo Tiago ficou na retina:" Que é a nossa vida? Neblina (ou um vapor) que aparece por um instante e logo se dissipa". A esperança que faz toda a diferença e isso é notório em alguns enterros é que nós eleitos de Deus , salvos por Jesus Cristo, não gritamos e choramos de desespero, não ficamos assustados. Cristo venceu a morte; trouxe a cada um essa esperança; que não está no mundo, mas em uma pátria que é eternamente nossa por adoção (filiação) e herança. Essa promessas são visíveis nos rostos dos eleitos na hora da morte "que é preciosa aos olhos de Deus", diz o salmista. Participar de um funeral de salvo é reconfortante, ouvir a Palavra de Deus e participar dos hinos é um privilégio, um milagre da presença de Deus.

23.4.05

Sabath

Como podemos descansar sem comtemplar? Existem detalhes escondidos na Criação que nos fazem deslumbrar, mas nem sempre os percebemos devido a uma agenda lotada de compromissos e rotinas. Às vezes são as pessoas que nos rodeiam, com suas agitações e crises menores, que nos afastam daquele momento a sós com Deus. Daquele instante único, que jamais se repetirá... Deus quer falar e nós nos afastamos, porque a urgência do fútil fala mais alto, enquanto a voz de Deus é quase silenciosa. A oração sempre será a minha resposta àquilo que Deus fala. Para isso eu preciso estar em silêncio. Mas o que acontece é que na maioria das vezes me distraio. Na maioria das vezes as minhas orações falam de mim e não de Deus, ora, jamais irei conseguir mudar Deus. Eu sim, preciso ser mudado. Descanso e oração são disciplinas cada vez mais difíceis de praticar nos dias de hoje, por isso existem tantos crentes doentes e desanimados. Quando resgatarmos o Sábado como aquele dia em que escolho olhar o que Deus fez e aqui podemos nos incluir e meditar sobre a bondade e graça. Quando soubermos viver não só para nós e nossos queridos, saberemos de certeza perceber muito mais Deus e seu amor, em coisas simples como olhar o céu ou o mar.

20.4.05

Eles Têm Papa

Era já esperado que Ratzinger fosse eleito, até porque era o desejo de João Paulo II. Por tudo aquilo que temos ouvido, sabemos que Bento 16 não é apologista de uma aproximação ao protestantismo (ainda bem) e considera todas as igrejas cristãs não-católicas como "filhas" e não "irmãs", como declarava seu antecessor. Trocar uma irmã velha por uma mãe velha e caduca é uma escolha difícil..., no entanto, os filhos legítimos católicos, ganharam uma mãe (igreja) mais discreta e um pai (papa) conservador. Se isso é bom para eles, creio que sim. Existem algumas posições deste novo papa que merecem nossa consideração: a firmeza conservadora em relação a temas como o homossexualismo e casamento e adoção por gays, a eutanásia, aborto, clonagem, feminismo, ego e individualismo, superstição. Uma das coisas que me traz alguma indignação é a ilusão de unidade da Igreja Católica. A eleição deste homem para líder, revela a preocupação de ter alguém mais habilitado do que todos os outros cardeais, em defender a doutrina clássica católica dentro do seu próprio quintal e lutar contra a expansão do luteranismo ou calvinismo e principalmente o neo-pentecostalismo que é o seu inimigo number one. Para mim acho até bem, pois não encontro grandes diferenças entre os neo-pentecostais e católicos. As preocupações e motivações parecem-me as mesmas ( sobre isto falarei mais tarde). O que nos resta agora é esperar para ver qual a estratégia que este papa vai adotar para que o catolicismo não perca mais fiéis. Pois nós cristãos evangélicos iremos continuar a pregar a Verdade que é somente encontrada na pessoa de Jesus Cristo e nos seus ensinamentos.

19.4.05

Você entende o que está lendo?

Se o livro que estamos lendo não nos desperta, como uma primeira martelada em nosso crânio, por que o lemos? Para ficarmos felizes? Bom Deus, seríamos felizes do mesmo modo se não tivéssemos livros, e, se eles nos pudessem fazer felizes, se necessário, poderíamos nós mesmos escrevê-los. Mas o que precisamos de ter são aqueles livros que vêm até nós como má-sorte, e nos desagradam profundamente, como a morte de alguém a quem amamos mais do que a nós mesmos, como o suicídio. Um livro tem que ser um machado de gelo a quebrar o mar congelado que há dentro de nós.( Kafka)

Não Temos Papa ( que problema ! ! ! )

Neste momento em que a Igreja de Roma está envolvida na eleição de seu líder, o mundo parece indefinido, não pela falta de um Papa, mas pela ausência aparente de um Pai." Por breve momento te deixei, mas com grandes misericórdias torno a acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de ti a minha face por um momento ; mas com misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o Senhor, o teu Redentor." (Is54:7-8). Cada vez é mais notório a incapacidade de percebermos (como filhos de Deus) não a distância mas a fé que permite estarmos mais perto de Deus. Disfarçamos bem. A nossa fezinha é mecânica sem relevância. Vivemos os dias dando sinais errados, até parece que não temos um Pai. Temos um Pai . Não somos orfãos. Pensar em coisas do alto é conceder ao nosso coração a paz que o mundo não dá, tampouco um novo Papa. Conhecer as promessas de Deus e orar de acordo com elas é a oração sábia e eficaz. Deus é fiel e certamente iremos ver em nossa vida o seu cumprimento. Ajuda Senhor a minha fé é a oração que devemos fazer a cada manhã.
"Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há e a sua língua se seca de sede; mas eu, o Senhor, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os desampararei. Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra, em mananciais. (Is41:17-18).

18.4.05

Citações

O Senhor da linguagem é também o Senhor do acto de a ouvirmos. Karl Barth.

As Escrituras Sagradas são o traje que nosso Senhor Jesus vestiu e no qual se deixa ser visto e encontrado. Essa roupa é completamente entretecida, unida de tal forma que não pode ser cortada ou separada. Martinho Lutero.

Ouvir é Intimidade com Deus

"Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não requeres." (Sl40:6 ).

Imagine uma cabeça humana sem ouvidos. Um bloco compacto. Olhos, nariz, boca, mas sem orelhas. No lugar em que, comumente, elas estão, apenas uma superfície lisa, impenetrável, osso duro. Deus fala, não há reação. Literalmente a parte em negrito, está escrito: "o Senhor cavou ouvidos em mim". É estranho que nenhum tradutor haja produzido a sentença exactamente assim. Perder a metáfora é inaceitável, porque o verbo hebraico é "cavar". A metáfora ocorre no contexto de uma actividade religiosa apressada, surda à voz de Deus: "Sacrifícios e ofertas não quiseste... holoucastos e ofertas pelo pecado". Como essas pessoas sabiam sobre as ofertas, e de como fazê-las? Tinham lido e seguido as instruções de Êxodo e Levítico, tornando-se religiosos. Seus olhos leram as palavras na página de Torá e os rituais tomaram forma. Leram cuidadosamente as palavras das Escrituras e adotaram o ritual adequado. Que aconteceu para que não atentassem para a mensagem "não os requeres"? Deve haver mais envolvido do que seguir instruções sobre animais sem defeito, altar de pedra e fogo sacrifícial. E há: Deus está falando e tem que ser ouvido. Mas o que adianta Ele falar, sem que existam ouvidos humanos para escutar? Por isso, Deus toma uma picareta e uma pá e cava o granito craniano, abrindo passagem que dará acesso às profundidades interiores, à mente e ao coração. Ou, talvez, não imaginemos uma superfície lisa de crânio, mas algo como poços entupidos de lixo: Barulho cultural, fofoca descartável, conversa suja. Os ouvidos estão cheios de tal forma que não ouvimos Deus falar. Ele os cava de novo, retirando o lixo sonoro, assim como Isaque abriu de novo os poços que os filisteus haviam entupido. O resultado é a restauração das Escrituras: olhos transformados em ouvidos.

17.4.05

Poderia...

Quando pensamos naqueles sonhos que não se realizaram e inúmeras pessoas que apertamos a mão e não conhecemos, lugares e culturas que não pisámos e sentimos, entramos em crise.Crise sem desgosto, sem ressentimentos. Afinal, eu sou eu, ou outro?Nós somos aquilo que somos e não podemos fugir da realidade de nós mesmos a não ser que queiramos ser alguém que nunca seremos. Pior do que eu é não ser o que sou e ser aquilo que poderia ter sido.

16.4.05

O Mercado

Todos os sábados de manhã é costume ir jogar futebol, contudo, devido ao calor e falta de conversa o jogo ficou adiado. Fui ao mercado com a minha Renatinha e a minha simpática sogra. A minha sogra conhece todo o mundo pois ela tem trabalhado durante alguns anos na venda de frutas e legumes. Os vendedores do mercado municipal já a conhecem de "ginja" (de outros carnavais), afinal ela é um deles. Os peixeiros dão-lhe peixe e camarão - às vezes - as senhoras das bancas de verduras sorriem e sempre perguntam: - Vai alguma coisa dona Iolanda? Dona Iolanda a minha sogra é um espectáculo e muito popular no mercado municipal. Eu e Renata parecemos uns turistas (duristas ou tesos) caminhando nas calçadas de Angra debaixo de um sol abrasador. Água de côco e guaraná natural são bebidas que nos dão coragem para subir o morro carregados com legumes e peixe e vontade de coçar os olhos molhados de suor. Chegando a casa entramos numa estufa, logo os ventiladores e chuveiros começam a funcionar. Isto tudo antes de começar a fazer o almoço, que por incrível que pareça será 100% português: bacalhau cozido com batatas, brócolos e cenouras.

15.4.05

Um Livro Impressionante

" Um Pastor Segundo o Coração de Deus ", Editora Textus, de Eugene Peterson, um antídoto para algumas práticas superficiais, empresariais e, essencialmente seculares que fazem parte do ministério pastoral da actualidade. Peterson afirma que os pastores estão abandonando seus postos..., o seu chamado. Aquilo que fazem e alegam ser ministério pastoral não tem a menor relação com as atitudes dos pastores que fizeram história nos últimos 20 séculos. Existem perguntas que Peterson faz e responde de uma forma bem clara e chocante, mostrando a realidade que muitos de nós pastores novos e velhos tentamos esconder.
Você quer que seu ministério agrade aos membros de sua igreja ou a Deus?
O ministério é para você apenas um emprego ou uma vocação que Deus lhe confiou?
O ministério tem sido algo muito pesado e diferente daquilo que você imaginava?
Você tem alguma dúvida quanto à sua chamada ao ministério?
Você não entende por que a igreja que prega meias-verdades está sempre cheia e a sua está sempre vazia?
Que Deus pensa dos que são considerados pastores bem -sucedidos hoje?
Uma das questões que Peterson levanta, é de que alguns pastores estão confusos quanto ao modelo pastoral a ser adotado. Seus modelos acabaram falhando caindo e ficando pelo caminho. Isto diz ele, traz desapontamento e frustação e ao mesmo tempo insegurança quanto ao ministério e ao chamado de Deus e alguns dos que nunca foram grandes modelos estão de pé, com suas igrejas cheias, seus cultos alegres e repletos de milagres. Finalmente a pergunta chave: Qual é o verdadeiro modelo bíblico para um pastor que deseja ser segundo o coração de Deus?
Recomenda-se este livro com certa urgência. Ofereça este livro ao seu pastor. Particularmente estou sendo perturbado por este livro.

14.4.05

Realidades Distintas?

Quando vivemos observando e participando do que acontece em dois países(Portugal e Brasil), não podemos evitar as comparações. As pessoas têm os mesmos problemas, mas maneiras diferentes de reagir a eles. As pessoas riem e choram, praguejam e esquecem ou não. Caiem e levantam-se mais depressa ou devagar.Também sempre nós virados para o "eu imperial" procuramos não ficar mal, não pensamos nos outros e suas razões, nas suas perguntas e limitações, não nos suportamos. O perdão, como remédio para os males do coração, o riso que abrilhanta o nosso rosto não é mais usado, preferimos os comprimidos ou as defesas que criamos conscientemente em proteção ao nosso ego. Não percebemos que todas as nossas quesílias um dia ninguém mais vai se lembrar delas, ninguém mais perguntará nada a respeito, são coisas passadas que estão destinadas ao esquecimento, porque não têm relevância a não ser no momento que acontecem, e aí aprender alguma coisa. Estamos em desvantagem nos tempos que correm, o Inimigo de nossas almas deve estar "numa boa" a nossa carne está desgatada e o mundo vai se tornando insuportável, precisamos de uma revolução em nossas vidas, estabelecer prioridades e renovar nosssos relacionamentos, tornando-os significativos ao nível da relação com Deus. A mensagem de Cristo é sempre a de correr certos riscos de ir mais além.

13.4.05

Calor Somente Calor

Em Angra dos Reis o calor chega a ser insuportável. Por dia são três banhos e às vezes quatro, é o melhor momento do dia diz a Renata. O meu cão passa até mal, mas fazer o quê? Apreciar uma brisa fresca vinda do mar é algo estimulante. Bebemos água sem parar e temos sempre sede. Ficamos sonolentos e suamos até no duche. A praia aqui bem perto e eu sem vontade de descer o morro. O calor tem as suas vantagens é que quando não queremos fazer nada, este calor é uma boa desculpa.

12.4.05

Cheguei

Chegar a casa, rever a minha Renatchinha, abraçar a minha filhota, ainda na barriga de sua mãe é uma experiência maravilhosa. Sentir o quanto o meu cachorro gosta de mim... Bem, talvez poucos percebam do que estou falando. No entanto, deixar aqueles que nós amamos também nos deixa em um outro estado o da perda, perda temporária, mas perda. Agradeço a todos que me receberam e me deram palavras de incentivo. São estes que fazem a diferença.

2.4.05

Escrever Por Escrever

O que poderia dizer, quando há tanta coisa para dizer. Reconheço que ás vezes sou pródigo nas palavras, desligo-me do seu significado, penso apenas no final se a frase faz sentido ou não. Nestes casos de seca intelectual e de preguiça resta-me esperar que olhando algo novo surja aquele detalhe que me inspire. Sou avesso a certas imagens e conceitos que predominam as mentes vulgares, eu que sou muitas vezes escasso e chato. Enfim, talvez seja a falta de calor e humidade que o cérebro já estava habituado que gerou esta crise de reflexão.

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