Ando a ler Inteligência Emocional de Daniel Goleman, e estou curioso para saber aonde este livro vai me levar. Agradeço à Fernanda (minha irmã) a oferta deste livro. Goleman diz que: "Num sentido muito real, temos duas mentes, uma que pensa e outra que sente. Uma, a mente racional, é o modo de compreenção de que temos tipicamente consciência: mais proeminente em matéria de atenção, pensativo, capaz de ponderar e reflectir. Mas ao lado deste existe um outro sistema de conhecimento: impulsivo e poderoso, ainda que por vezes ilógico - a mente emocional." A propósito desta tensão entre razão e emoção, Erasmo de Roterdão, o grande humanista de século XVI, (que Calvino muitas vezes discordou) escreveu numa veia satírica a respeito desta velha batalha.
Para que a vida humana não fosse totalmente triste e enfandonha, Júpiter concedeu-lhes muito mais paixões do que razão, na proporção de um asse ( isto é, de 24 para 51) para meia onça. Além disso, relegou a razão para um canto estreito da cabeça, deixando todo o resto do corpo entregue ao domínio das paixões. Por fim, opôs à razão isolada a violência de dois tiranos: a Cólera, que domina a cidadela do peito, com a fonte da vida, que é o coração, e Concupiscência, cujo império se estende até ao baixo-ventre. Como conseguirá a razão se defender-se destes dois inimigos, para mais reunidos? A vida comum dos homens mostra-o com bastante clareza. A razão apenas consegue gritar, até enrouquecer, as leis da honestidade. É rainha de quem os homens troçam e injuriam até que, cansada, se cala e se confessa vencida.
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