14.9.06

Graça e Fé

Qual a (diferença) relação entre graça e fé?

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef .2:8).
Aqui temos três palavras fundamentais – a salvação a graça e a fé.

A salvação é mais do que perdão. É a libertação da morte, da escravidão e da ira de Deus. A salvação inclui a totalidade da nossa nova vida em Cristo, juntamente com quem fomos vivificados, exaltados.

A graça é a misericórdia de Deus livre e imerecida, para conosco. A graça (lat. gratia; gr. charis; heb. chen) significa a livre demonstração de um favor, especialmente da parte de alguém superior para alguém inferior. Com respeito a Deus, é aquela sua decisão espontânea, livre de qualquer coação e de forma alguma forçada por nosso mérito, de ter misericórdia das criaturas pecadoras, salvando seu povo de todos os efeitos de seus pecados através de Jesus Cristo.

A Fé é a confiança humilde com que nós a recebemos (esta graça). Temos que, tanto a graça como a fé são dons de Deus. “...e isto não vem de vós é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

Teologicamente, esta é a verdade. Nunca devemos pensar na salvação como sendo um tipo de transação entre Deus e nós, onde ele contribui com a graça e nós com a fé.A Bíblia afirma que nós estávamos mortos em nossos delitos e pecados e que teríamos que ser vivificados para podermos crer. Santo Agostinho diz que “Deus faz que queiramos e quando o queremos. Coopera para que possamos levar o acto a efeito”. A fé é a obra da graça de Deus em nós: “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo Espírito Santo” (I. Co 12.3).”Ninguém pode vir a mim” – disse Jesus – “se o Pai que me enviou o não o trouxer” (Jo 6.44). A graça é o primeiro e o último movimento causador da salvação. Fé, essencial como é, é somente uma parte importante do maquinismo do qual a graça se serve. A Fé ocupa a posição de um canal ou tubo condutor. A graça é a fonte e o caudal. Fé é o aqueduto ao longo do qual a corrente da misericórdia flui para refrescar os sedentos filhos dos homens (Spurgeon).

Que é a Fé? Ela é feita de três coisas: conhecimento, crença e confiança.
Conhecimento vem primeiro. “Como crerão naquele de quem não ouviram?” (Rm 10.14). Precisamos ser informados de um facto antes que possivelmente possamos acreditar nele.” A fé vem pelo ouvir” ( Rm10.17. A medida do conhecimento é essencial para a fé, daí a importância em adquirir conhecimento.
O pensamento avança para Crer que aquilo que ouvimos a respeito de Jesus Cristo das boas – novas do evangelho são verdadeiras. Basicamente eu preciso crer naquilo que ouvi como creio em qualquer outra declaração. Acreditar na Palavra de Deus, exactamente como acreditaria no depoimento de meu pai.” Se recebemos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior”.(I Jo 5.9).
Tão logo tenha avançado em direção à fé, somente mais um ingrediente é necessário para completar: Confiança. Confiar é entregar-se à misericórdia de Deus. É colocar sua esperança no Evangelho amável.
Fé não é uma coisa cega, pois começa com conhecimento. Não é uma coisa especulativa, pois a fé acredita em factos que ela assegura. Não é uma coisa, teórica visionária porque a fé confia e sustenta seu destino na verdade da revelação. Fé é crer que Cristo é o que Ele diz ser e que Ele fará o que prometeu fazer. Esta é uma maneira de descrever o que é a fé.

Como pode a Fé ser ilustrada?
A fé que salva tem suas analogias nas formas humanas. O olho que olha. Fé é a mão que agarra. Fé é a boca que se alimenta em Cristo. A continuação da vida ilustra a fé de muitas maneiras. O agricultor enterra boas sementes e aguarda que não somente germinem como se multipliquem. Você não pode voltar-se para qualquer parte da vida sem observar a fé em operação entre homem e homem, ou entre homem e lei natural.

Conclusão.
A graça e a fé com já dissemos caminham juntas. A fé serve a graça como condutora da misericórdia de Deus e de Seu amor por aqueles que Ele conheceu antes dos tempos eternos. No entanto a Palavra em algum momento precisa ser pregada, ouvida e recebida, como verdade de Deus. Esta verdade deve levar o ouvinte a uma crise (arrependimento e confissão). Esta crise é tão somente provocada pela ação do Espírito Santo (o que Paulo chama de tristeza para a salvação), é Ele que convence do pecado da justiça e do juízo. É aqui que se dá esse milagre da graça e da fé. O contrito adquire uma nova mentalidade. Um coração de carne substitui o de pedra. Passa a ser uma nova criatura em Cristo, essa experiência influência seu modo de viver radicalmente. Na verdade ele estava morto e ressuscitou para uma nova vida (zoe), uma vida superior, como co-herdeiro de Cristo de todas as coisas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Daniel,

Muito obrigado por acederes ao meu pedido. Julgo, contudo, que este teu post será útil a muitas pessoas, não só a mim.

Excelente exposição.

Abraço forte

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