3.3.07

Violência e Graça

Viver no Rio de Janeiro é estar acostumado a assaltos, sequestros, assassinatos, crimes hediondos, balas perdidas de policiais mal preparados, motoristas de ônibus cheios de cachaça dirigindo a altas velocidades na Avenida Brasil. A gente está anestesiada - fingindo que não é verdade. A corrupção das instituições e descrédito é coisa do passado, ninguém liga mais para isso. Não há nada a fazer, dizem. As igrejas fecham-se em copas. Os sermões são quase sempre positivos para levantar a auto-estima e com isso garantir casa cheia. Bem, fazer o quê?
Alguém disse que a igreja não é um museu para santos, mas um hospital para doentes, no entanto, a constatação é que os hospitais não existem, nem os santos. Mas os doentes aonde estão? Que adianta dizer que existe 40 milhões de evangélicos no Brasil se esses não são capazes de tornar esta nação mais santa, mais justa, menos violenta? A história da igreja conta-nos que uns poucos homens santos conseguiram derrubar sistemas e reconstruir seus países firmados apenas na Graça de Deus e não em seus méritos. A maioria de nós passa a maior parte do tempo pedindo a Deus que nos ajude a ajudar-nos. Esquecemos a graça e alinhamos pelo pensamento pelagiano, que infelizmente tomou conta da maioria das igrejas brasileiras. Assim derrotados, pelas desuniões e interesses particulares, a violência e falsidade acabam por nos iludir de que é isso mesmo e que eu tenho é que olhar por mim e pelos meus e o resto não me diz respeito, até porque sou impotente diante do tamanho do monstro que nos abafa e mata.

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