29.9.07

Reflexos do eu imperial

Falar de nós não é nada fácil. Sempre que falamos acerca de nós mesmos, corremos o risco de dizer coisas demais ou de menos. Mas reconheço que é necessário fazermos esse exame de avaliação, introspecção em silêncio, que nos permite corrigir erros e percepções equivocadas a respeito de jeitos e maneiras de estar e de ser.
Quando abrimos o coração para os outros e num momento inédito conseguimos ser honestos e sinceros, corremos o risco de passar por inconstantes, emocionalmente pertubados. O dilema é que nos dias de hoje poucos querem ouvir falar de crises e problemas graves dos outros. Antes, preferimos pessoas positivas, que sempre aparentam estar bem com tudo e com todos. Às vezes disfarçam muito mal. Mas como não queremos nos envolver, pois problemas bastam os nossos, perdemos a oportunidade de ser alguma coisa- menos superficial, menos inútil, menos bajulador.
Não entendo a maioria das pessoas que se dizem "actualizadas", falam de tudo, menos de suas fraquezas, de suas mentiras, de suas ilusões, de suas tristezas e desilusões, de suas conquistas e alegrias. O mundo os moldou. São pessoas blindadas, cercadas de muros eletrificados, com sistemas de segurança que não permitem a entrada nem de amigos, nem desconhecidos. Afinal, dizem: ninguém tem nada a ver com a minha vida - cada um na sua.
Em baixo um comentário do Paulo Miranda a este texto.

Independentemente de te dar razão,o melhor mesmo é concentrarmo-nos naqueles que têm a ver com a nossa vida. Quem tem a ver com a nossa vida não tem necessariamente de estar próximo ou sequer de ser nosso conhecido! Tem apenas a ver com a nossa vida. Por isso afirmar o bem é, para mim, melhor do que sublinhar o mal.


2 comentários:

Anônimo disse...

Este Paulo Miranda é o nosso antigo vizinho do primeiro andar?
Fernanda

Daniel M.S. disse...

Fernanda,
É esse mesmo, o Paulo "da padaria".

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