23.8.09

Na varanda larga dava para ver uma eira, uma casa em ruínas, umas oliveiras à beira da morte e uma figueira despenada. Sempre tinha uns putos (moleques) jogando berlinde ou dando chutes com uma bola de borracha contra as paredes do prédio do Pernas. A minha esperança naqueles dias cinzentos resumia-se à chance do céu se abrir e assim poder convencer a minha mãe a me deixar sair. Às vezes o milagre acontecia. Descia as escadas sem tocar no chão, cantando e assobiando, fazendo os vizinhos lançar alguns palavrões - eles tinham razão, trabalhavam por turnos. Lá fora as opções eram muitas, bola, peão, berlinde, ferro, brincar aos cowboys ou simplesmente ficar à toa andando pela quinta imaginando um monte de possibilidades heróicas. O tempo demorava a passar ao contrário do tempo de agora, dias cinzentos de grandes expectativas, quase iguais aos de hoje – muitos sonhos e a mesma esperança, isto é, que o céu em algum momento irá se descobrir.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo".

O novo já foi feito. O novo está a nossa disposição, mas para vivermos o novo temos que nos submetermos a Deus a cada segundo. Clamarmos por sua misericórdia, graça e compaixão.

"AS COISAS DO HOMEM SEM DEUS JÁ PASSARAM, SE APOSSE DA VIDA NOVA COM CRISTO".

Um abraço

Rute Carla disse...

Nunca paramos de sonhar, mas é bom, a dada altura, passar a sonhar com Cristo, sabendo que as nuvens negras trarão chuvas de bençãos. A dura verdade é que é através das tribulações que a nossa fé é testada. Se Ele testa, lima e se nos está a limar, é porque cuida. Se cuida, então ama-nos!
Abração.

CrisR disse...

Sei que estás triste...não sei se te lembras de mim...mas quero que saibas que estás nas minhas orações.
Cristina

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