Certa vez um ganso selvagem foi morar com alguns gansos domesticados. E resolveu libertá-los de suas vidas medíocres. O ganso selvagem morou com os gansos domesticados durante um ano, e ficou apreciando muito a alimentação saudável, o abrigo confortável e a vida fácil. A cada ano, quando os gansos selvagens passavam voando lá em cima, o ganso selvagem batia as asas, preparava-se para juntar-se a eles, mas acabava ficando mesmo na fazenda. Dez anos passaram-se. O ganso tornou-se um ganso domesticado, e se esqueceu como um ganso voava. (Soren Kierkegaard)
A vida para muitos limita-se a seguir um programa ou um padrão. A idéia de ter que mudar e recomeçar é extremamente assustadora. Acostumaram-se a certos gestos a certos horários e certos rostos, sentem-se realizados e de alguma maneira felizes com o que têm e o que são. A rotina do dia a dia chega-lhes como resposta positiva a suas inseguranças. Não arriscam "grandes saltos", preferem saltos pequenos, repetitivos, mas seguros.
Hoje sou confrontado com as rotinas que criamos e nos habituamos. Rotinas que controlam o nosso tempo de forma implacável ao ponto de perdemos a liberdade de sermos o que somos, liberdade de sermos mais acessíveis, mais comunitários e menos "eu". É verdade que precisamos de "rotinas", como disciplina e métodos na vida, no entanto se perdemos a nossa identidade e história deixamos de ser referência para nós mesmos e os outros. O mais certo é ficarmos doentes e pobres em todos os sentidos.
Precisamos descobrir a alegria do trabalho. William Tyndale disse que: "Para agradar a Deus, não há trabalho que seja melhor que o outro: verter água, lavar pratos, consertar sapatos, ser um apóstolo, todas essas coisas são iguais, no tocante aos actos, no que toca a agradar a Deus". É um tremendo desafio este. Estou nessa.
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