27.6.05

A Necessidade de Reforma do Culto ( parte II )

Várias experiências no culto, durante os últimos 30 anos, têm alterado significativamente a liturgia evangélica das denominações históricas (Congregacionais, Presbiterianos, Batistas, Metodistas). Primeiro, muitos acrescentaram elementos novos no culto. Segundo, muitos têm mudado a natureza de elementos tradicionais do culto. Terceiro, muitos alteraram a quantidade, o estilo e o papel da música no culto. Quarto, as igrejas têm demonstrado estarem dispostas a envolver muito mais pessoas na direção do culto. Quinto, muitas igrejas têm feito mudanças nos horários de seu culto.
Quando pensamos em novos elementos, estamos nos referindo a dança litúrgica e curtas encenações dramáticas ou até humorísticas. Algumas igrejas usam recursos visuais - de faixas a slides e filmes. Outras acrescentaram variadas actividades pentecostais, incluindo desde ser morto no Espírito, risos santos, sapateado, sopro no microfone ( e as pessoas caem), assim como o paletó ou o casaco do pastor voando sobre as cabeças dos ouvintes trazendo euforia e quedas.
Muitas igrejas mudaram a natureza de elementeos tradicionais do culto. Os dirigentes lêem textos cada vez mais curtos e passam muito menos tempo em oração. Aliás, isso é facilmente comprovado nas reuniões de oração. Em relação aos sermões, eles são cada vez mais psicológicos em lugar de teológicos ou expositivos. O tema principal da agenda dos pregadores é como cuidar do stress, do tempo ou do dinheiro. A Ceia do Senhor pode ser ou eliminada ou enfeitada de novidades cermoniais e simbolismo.
Muitas igrejas viram mudanças grandes na área da música. Dão muito mais tempo à música e fazem uso de maior variedade de instrumentos e mais música especial, notadamente de solistas. O estilo da música também mudou. Música clássica e os hinos tradicionais deram lugar a cânticos de louvor de estilos que variam do rock ou pop ao country e sertanejo cristão. E ainda com erros terriveis de português, heresias e sofismas. Por outro lado, enquanto a música tradicional era parte importante do diálogo entre Deus e seu povo, em muitas igrejas a música tornou-se a alma do culto, até sendo chamada de a parte de "Louvor e Adoração" do culto. A música para alguns parece ter-se tornado um novo sacramento, transmitindo, como intremediária, a presença e experiência de Deus, estabelecendo um elo místico entre Deus e o adorador. Com os olhos fechados e as mãos no ar, os participantes repetem frases simples que se tornam mantras cristãos.
Muitas igrejas abandonaram a prática histórica de ter um ministro ordenado para dirigir o culto. Várias partes da liturgia são agora dirigidas por profissionais ou membros da igreja. Em alguns lugares nenhuma parte do culto - nem sermão, sacramentos, bênção - parece estar reservada para o ministro.
Há igrejas que têm feito mudanças quanto ao horário do culto. Em muitos lugares o culto de domingo à noite morreu. Mas sábado ou domingo de manhã apareceu como novo horário de culto para os ocupados, que guardam o domingo para trabalho ou recreação. A Escola Dominical em algumas igrejas deixou de existir ou passou para um dia da semana. Algumas igrejas dão muito mais atenção aos dias"santos" do ano eclesiástico. O Natal recebe pelo menos um mês de preparação em muitas igrejas( bem como no comércio). Mas, estranhamente, muitas vezes não se fazem cultos no próprio Dia de Natal.
Tudo isso nos mostra a insatisfação com o culto tradicional que prevalecia entre os evangélicos e nos dá uma visão da mente evangélica contemporânea. (Continua)

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