4.6.05

Silêncio

Eu estou me tornando um amante do silêncio. Pelo menos estou tentando.Contudo no lugar em que vivo ele é inexistente. Por isso muitas vezes, fugir para algum lugar, longe dos gritos e choros de criança, da música alta e variada, dos sons próprios do morro, constitui-se a melhor opção de fim de semana. Charles Focaul um amante do deserto disse que:"O homem precisa entrar no deserto para receber a graça de Deus. É lá que afastamos tudo aquilo que não é Deus. A alma precisa penetrar neste silêncio... é na solitude, neste encontro com Deus - que Deus se revela a si mesmo em nossa alma e podemos nos entregar inteiramente a Ele".Vivemos momentos de grande agitação social,tudo passa com rapidez deixando marcas. Somos distraídos pela propaganda dos média e comemos muito do que eles nos dão. A distorção da verdade entra em nossas casas. Torna-se um elemento contaminador das estruturas e valores tradicionais. O desafio consiste em resgatar a meditação contemplativa como disciplina para o auto-conhecimento, que avança para a oração e confissão, que nos abre para uma conversa a sós com o Papai do céu.Tomás Kempis abre-nos o véu:"No silêncio e na quietude a alma devota faz progressos e aprende os mistérios escondidos nas Sagradas Escrituras". Talvez o silêncio nos incomode, porque revela o que somos. Talvez tenhamos que ser confrontados com o "eu" falsificado. E é aí que Deus entra nos concedendo um novo "eu".

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