Ninguém pode dizer que nunca sofreu directamente ou indirectamente algum tipo de trauma emocional. Pessoas mais próximas ou não, têm nos magoado e deixado feridas profundas. Sem pedir licença, o ressentimento e a raiva apodera-se de nós, pelas injustiças que sofremos. Então, fechamo-nos em nós mesmos, atrás de muralhas construídas de amargura, desejo de vingança, autopiedade, medo e desconfiança. Essa é a forma que encontramos e erguemos com o objectivo de proteger-nos de novos dissabores. Porém, a estratégia não funciona de todo, pode até ser eficiente em relação a novos desgostos, mas pode também nos impedir de viver. Armamos defesas contra a vida na tentativa de mantermo-nos afastados do que ela tem de mau. Só que, assim, deixamos de fora também o que ela tem de melhor. John Stevens a propósito, confirma o drama de forma simples e concreta:"Os muros que nos protegem contra flechas e lanças; barram também rosas e beijos".
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