25.6.05

A Necessidade de Reforma do Culto

A fé envolve a verdade de Deus ( doutrina), encontro com Deus (culto) e servir a Deus (vida). A inseparabilidade desses três elementos é vista repetidas vezes nas Escrituras e na história do povo de Deus.Através dos séculos, os crentes têm observado essa mesma ligação entre doutrina, culto e vida. Agostinho, por exemplo, expressou-a claramente em suas Confissões quando discutia sua conversão. A conversão teve uma dimensão intelectual quando ele aceitou a verdade da doutrina cristã. Teve uma dimensão moral à medida que ele abandonou seus hábitos canais e abraçou a castidade. Teve uma dimensão sacramental quando ele foi batizado e tornou-se parte integrante da comunidade adoradora de Cristo. João Calvino ligava esses três temas ao pensar sobre a alma da reforma: "Há três aspectos sobre os quais a segurança da Igreja se fundamenta, que são, a doutrina, a disciplina e os sacramentos, e a essas acrescenta-se uma quarta - as cerimónias pelas quais se pode exercitar as pessoas em ofícios de piedade". Para Calvino, a doutrina da salvação, o culto com sacramentos puros e a vida da igreja foram essenciais para a reforma do Cristianismo. Essa preocupação da Reforma continuou existindo entre os protestantes ortodoxos. Por exemplo, os puritanos do século 17 produziram, na Confissão de Fé de Westminster, um grande sumário de doutrina. Mas essa assembléia também preparou tanto um saltério para se cantar o louvor de Deus como um directório para servir de guia ao culto público. A Assembléia de Westminster também mostrou seu interesse na vida cristã fiel com sua exposição detalhada dos Dez Mandamentos, que ela pôs como parte do Catecismo Maior. Embora os três elementos de doutrina, culto e vida tenham sempre continuado a afectar um ao outro, por vezes na história da igreja moderna um elemento parece ter-se salientado mais do que os outros. A doutrina foi proeminente na controvérsia entre o liberalismo e o fundamentalismo nas décadas de 20 e 30. O culto foi central nas lutas da Presbiteriana Escocesa no século 17. A vida tem dominado uma variedade de movimentos modernos que reagiram principalmente contra o que perceberam de formalismo e estagnação na igreja. Pietismo, metodismo, reavivalismo, o movimento Holiness e o pentecostalismo, todos frisam o chamado à vida. Nos últimos trinta e cinco anos o movimento evangélico expressou preocupações nas três áreas. Os evangélicos lutaram para preservar a sã doutrina na sua defesa da inerrância das Escrituras. Manifestaram a seu compromisso moral na oposição ao aborto. Também assumiram extensos experimentos no culto público de Deus.(Continua)

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