30.6.05

A Necessidade de Reforma no Culto ( Parte IV )

Precisamos ter cuidado nas considerações que fazemos acerca das novas tendências no culto, mas também quanto à natureza do evangelicalismo contemporâneo. Estamos reflectindo sobre essas mudanças no culto, avaliando também os novos evangélicos. É óbvio que muitos enxergam essas novidades sob um prisma positivo. Chamam a isso "renovação" ou "uma nova visão". Seguindo a cultura moderna, poderíamos avaliar as mudanças pragmaticamente. As igrejas têm crescido? As igrejas têm tido êxito em evangelizar muitos? Os crentes têm alcançado novos níveis de fé, devoção, amor e serviço? Se vamos ouvir os casos, a conclusão pode até ser que muitas igrejas têm alcançado sucesso. Há inúmeras histórias entre os evangélicos sobre igrejas que crescem e igrejas plantadas com o uso das novas medidas introduzidas no novo culto. Mas será que esses relatórios dão um retrato fiel da experiência da igreja contemporânea?
Lamentavelmente, com maior frequência essas histórias parecem mostrar o mau costume evangélico de gostar de superlativos em vez de reportagem objectiva. Quase tudo que fazemos é anunciado sendo o melhor de todos os tempos: promessas de encontros evangelísticos e manifestações do poder de Deus jamais experimentados na história do mundo. Os evangélicos parecem estar sempre"em momentos inéditos de oportunidade" que vão ser aproveitados com recursos jamais antes disponíveis. Os superlativos evangélicos são uma manifestação herdada de Charles Finney, que via o entusiasmo como chave ao sucesso evangélico. J.I.Packer chamou a isso de " tecnologia religiosa". Finney declarou: "O objectivo das medidas que tomamos é ganhar a atenção e temos de ter algo novo". O problema é que, uma vez transpostos os casos sobre as realizações novas e empolgantes, a prova do êxito evangélico não aparece; tristemente está em falta. O Brasil não está experimentando um avivamento de fé ou consagração. Os crentes podem estar se deslocando de uma igreja para outra, mas no geral o Cristianismo não parece estar crescendo. A prova mais visível é a corrupção generalizada nas Instituições e confusão denominacional. De facto, o cristianismo evangélico parece estar sendo mais fraco e menos influente. Corre sério risco de fracassar de acordo com seus próprios critérios de sucesso.
A avaliação mais importante do evangelicalismo e do seu culto, entretanto, tem de ser bíblica e teológica. Os únicos critérios da fidelidade que têm importância são os de Deus, e esses critérios só se encontram nas Escrituras. Infelizmente, aqueles que enfatizam a "inovação" e defendem a introdução de novos elementos no culto, pouco ou nada sabem daquilo que a Palavra de Deus diz. Não a lêem simplesmente, não a usam como ponto de apoio, "como regra de fé e prática".( Continua)

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